Setor de Viagens, Turismo Eventos rejeita miopia na aprovação da necessária Reforma Tributária

 


A ocupação turística de todo território requer engajamento do cidadão. É ele quem está próximo e recebe o visitante. Cria eventos; promove o ingresso de divisas e incrementa a arrecadação. Com incentivos fiscais, atrai patrocínios privados que resultam em ganhos sociais, econômicos e ambientais pra todos.

Paradoxalmente, a aplicação das Propostas de Emenda Constitucional (PECs) 45/2019 e 110/2019 com a cobrança de alíquota única de 25%, implicaria em um reajuste médio de 180% da carga tributária sobre o setor.

O Turismo, que vive de eventos (toda viagem é um evento em si mesma), propicia resultados contabilizados globalmente, após um pernoite no destino visitado, conforme orienta o Conselho Mundial do Turismo e OMT (Organização Mundial do Turismo ou UNWTO, por sua sigla em inglês).

A necessária e desejada reforma tributária não pode sofrer a miopia de manter apoio à proposta de aumentar os impostos do setor ,de cerca de 8% para 25%. O Turismo precisa ter um enquadramento especial na reforma tributária e ser incluído na lista das atividades que têm a alíquota reduzida.

Não há como negar a força do setor para a geração de emprego e renda em âmbito municipal, onde a vida real acontece. Sim, a política pública de incentivo à regionalização e à segmentação são pilares do municipalismo, devidamente estimulados mais a cada nova edição do Prêmio Top Destinos Turísticos. Por isso, na conquista de competitividade promocional, na Era das Redes Sociais, o que conta é fortalecer a cidadania. Resgatar autoestima e praticar compromisso com o bem-estar coletivo, cada vez mais hospitaleiro e humanizado, resulta no bem-receber viral.

A Skål Internacional Brasil, estruturada nas capitais de cinco estados (MA, MG, RJ, RS e SP) e conectada às lideranças profissionais reconhecidas em cerca de uma centena de países, assim como a ADVB -- Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, consideram o setor como vetor estratégico para o desenvolvimento sustentável. Isso, especialmente, para os brasileiros nascidos e naturalizados que apostam no potencial turístico do país que, há décadas, ocupa posições de liderança no ranking dos países com mais atrativos naturais e culturais.

Potencial negligenciado pela indústria; produtores rurais, em parte; apoiado pela maior parte no setor do comércio e, paradoxalmente, quase nada pelo setor financeiro, exceto por aqueles que são protagonista do ESG. 

Milhões de pessoas vivenciaram impactos diretos e indiretos que a falta de mobilidade da demanda consumidora exerceu sobre a movimentação de mercadorias durante recente pandemia. Por isso, também, a publicidade exerce papel fundamental na estratégia de comunicação multimídia, interativa e convergente. E vale lembrar que o cidadão é o principal veículo de comunicação de uma cidade.

O poder central no Brasil já conta com uma equipe técnica competente. Ela é reconhecida pelo trade como um time profissional de alta performance na Embratur. No entanto, nossa agência promocional do destino/país ainda é desprovida de recursos materiais suficientes para fazer frente às verbas investidas por outras nações.

Senhores congressistas, turismo não pode mais ser percebido como supérfluo. A atividade ocupa posição de liderança no ranking mundial dos setores que mais geram postos de trabalho. Conhecem outra prioridade maior que assegurar a dignidade de vida a todos os cidadãos brasileiros em busca de uma oportunidade de trabalho, hoje?

*Luiz Henrique Miranda é jornalista e CEO da Agência Amigo – Comunicação Integrada, gestor do Sistema Press Club e vice-presidente de relações institucionais da FEBTUR Nacional

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