A aventura de Neto e Lucas, que começou com recursos apenas para os três meses iniciais, termina com um milhão de fãs e um novo olhar sobre o mundo
Depois de sete anos navegando pelos quatro cantos do planeta, os irmãos Neto (32) e Lucas (29) estão prestes a atracar novamente em solo brasileiro com o veleiro que os levou para a maior aventura de suas vidas. Movidos pelo propósito de viver com intensidade, explorar culturas a fundo e compartilhar tudo com sua comunidade, eles chegam no dia 17 de maio ao Saco da Ribeira, em Ubatuba-SP — local de onde partiram, em 2018.
Mais do que velejar, a volta ao mundo sempre teve como objetivo mergulhar nas histórias e modos de vida de cada lugar visitado, criando uma conexão real com pessoas, culturas e paisagens. Após esses sete anos, os irmãos afirmam que hoje entendem profundamente o valor da resiliência, da parceria e da confiança.
“Passar anos navegando, muitas vezes em isolamento ou em situações extremas, nos forçou a lidar com nossos limites e a fortalecê-los. A viagem moldou nosso caráter, quem somos, reforçou nosso vínculo como irmãos e mostrou que a liberdade vem com muita responsabilidade”, reflete Neto.
Criados a bordo do próprio Katoosh, onde passaram os primeiros anos de vida, Neto e Lucas cresceram embalados pelo sonho dos pais de desbravar o mundo pelo mar. "A volta ao mundo era o sonho deles. A gente cresceu com essa ideia, e quando vimos, ela já era nossa também”, conta Lucas. "Zarpamos com recursos suficientes para três meses, mas com a certeza de que a aventura valeria cada desafio", completa.
A expedição, que passou por 52 países, tinha como roteiro inicial uma jornada de três anos, mas a Covid-19 fez com que eles ficassem isolados na Polinésia Francesa. “Tivemos que mudar os planos e ficar em um só lugar pelo tempo que seria a viagem completa. Depois do período de isolamento total, velejamos por todas as ilhas durante três anos, sem turistas ou qualquer outra pessoa. A pandemia não mudou os nossos planos, mas definitivamente os atrasou, sem reclamações”, conta Neto. Foi ali também que viveram um dos momentos mais desafiadores da jornada, quando colidiram com uma baleia. “O acidente quebrou o leme do veleiro e ficamos à deriva por três dias até chegarmos em uma ilha para ancorar e fazer os reparos”, lembra Lucas.
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Apesar do susto, a Polinésia Francesa ficou marcada pela beleza das ilhas. “É um lugar surreal. Pra gente, foi o ponto mais deslumbrante da rota”, conta Neto. Ainda assim, foram os destinos mais remotos que, segundo eles, deixaram marcas mais profundas. Em Papua Nova Guiné, por exemplo, desembarcaram em uma ilha tão isolada que, segundo os moradores, o último contato com o mundo exterior havia sido, anos antes, com outro veleiro. “Eles viviam de forma totalmente primitiva, sem eletricidade, mas com uma alegria e generosidade imensa. Foi uma troca linda”, lembram.
A rotina ao longo dos sete anos variava entre turnos de navegação durante travessias e períodos ancorados com manutenção do barco e exploração local. No início, os recursos eram escassos - viviam com o básico. “Os primeiros quatro anos foram bem difíceis financeiramente. Só no último ano conseguimos ter uma estabilidade maior”, explica Neto. A sustentação veio da criação de conteúdo nas redes sociais, do apoio da comunidade via financiamento coletivo, e de uma loja virtual.
Hoje, o Katoosh se firmou como um dos maiores projetos de navegação do mundo nas redes: o canal no YouTube ultrapassou 500 mil inscritos, e o Instagram já soma mais de 1 milhão de seguidores. O alcance atraiu a parceria com marcas como C6 Bank, Insider, Integral Médica e Flip Boat, da qual viraram sócios enquanto estavam em alto mar. Além disso, contam com o apoio constante de mais de 2 mil pessoas por meio de financiamento coletivo. Com estrutura profissional, equipe de seis pessoas e uma atuação em múltiplas frentes, o projeto vive uma nova fase — mais madura, sustentável e ambiciosa.
O retorno ao Brasil vem carregado de emoções. Neto conta que, desde a partida, sonhava com o momento da chegada, mas admite sentir uma certa nostalgia ao perceber que esse capítulo está se encerrando. Lucas, por sua vez, reflete sobre a inquietação que costuma surgir após a realização de um grande sonho. Vi uma frase que dizia que existem dois tipos de pessoas frustradas: as que nunca realizaram seus sonhos e as que já realizaram. Isso faz a gente pensar: e agora? Por isso, já estamos com novos projetos em andamento."
O Katoosh, símbolo de toda essa jornada, deixa de ser protagonista nesse novo projeto e cede espaço para novas aventuras - que, por enquanto, seguem em sigilo, mas devem ser anunciadas em breve nas redes sociais da dupla @veleirokatoosh. O espírito aventureiro, no entanto, continua sendo o combustível de tudo.
EVENTOS DE CHEGADA
Para celebrar o encerramento da volta ao mundo, os irmãos organizam três eventos especiais em Ubatuba:
17 de maio – 11h: Chegada oficial no Saco da Ribeira
17 de maio – À noite: Festa no Café de La Musique
18 de maio: Encontro exclusivo para apoiadores, no Hou, na Praia Vermelha do Norte
Katoosh
Instagram @veleiro.katoosh
Youtube @irmaoskatoosh
TikTok @irmaoskatoosh
www.irmaoskatoosh.com.br
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