Apoiadores do Parque da Mobilidade Urbana discutem propostas e soluções para a mobilidade durante evento, gratuito, no Memorial da América Latina

 

Cerca de 3 mil visitantes estiveram presentes no PMU para acompanhar 50 paineis de discussão com mais de 130 palestrantes, entre convidados, curadores e expositores da feira

Como viabilizar a eletromobilidade do transporte coletivo no Brasil foi um dos paineis realizados na 1a. edição do Parque da Mobilidade Urbana, no Memorial da América Latina, com a participação de Carlos Eduardo Cardoso, Responsável e-city da Enel X, patrocinadora que apresentou o PMU. Marcus Regis, Coordenador da PNME - Plataforma Nacional de Mobilidade Elétrica - moderou o painel, lançando o desafio do que deve ser feito na prática para que seja viabilizada a eletrificação do transporte público coletivo no Brasil. 

 

Carlos Eduardo comentou que ao longo dos dois últimos anos tem visitado estados, municípios e operadores e, com isso, tem observado o modelo de Santiago do Chile para adaptar ao País. No Chile, segundo Cadu, há uma garantia financeira do poder público, envolvimento do operador com tecnologia de recarga noturna e leasing de contrato por 10 anos. Porém, no Brasil, o País já possui concessões vigentes que necessitam ser adaptadas. Uma das vantagens, segundo o responsável de e-city da Enel X, é que a vida útil do veículo elétrico é bem maior. Depois, há uma série de custos quando se compara um modal com outro (diesel x elétrico), podendo chegar na redução de 40% a 50%. “O caminho é conseguir trazer um investidor com a expertise e segurança técnica para avaliar a melhor rota, fazer um desenho a várias mãos que envolva órgão gestor e operador, para, então, definir qual a melhor infraestrutura de recarga para determinada garagem”, disse Carlos Eduardo.

 

Um outro viés da Enel X é a sustentabilidade e inovação, com energia renovável e 100% competitiva para o mercado livre. “Quando se traz o conceito de colocar o custo em uma parcela paga ao longo da concessão, a equação começa a fechar”, afirmou Cadu.  

 

Eletrificação Veicular

 

João Irineu, Diretor de Compliance de Produto da Stellantis para a América do Sul, participou do painel sobre como superar as barreiras da infraestrutura e do preço dos carros elétricos no Brasil. João ainda explicou, durante entrevista realizada no Parque da Mobilidade Urbana, sobre as principais dúvidas da eletrificação veicular. “A eletrificação é um salto importante do ponto de vista tecnológico que passa por todas as etapas de construção de um carro. O mercado do elétrico vem crescendo e as pessoas vão aprendendo sobre as novas tecnologias. Quanto às dificuldades, o mito é quebrar a insegurança da recarga da bateria”, disse. 

 

João comentou que o importante é a integração entre setor público, privado e agências reguladoras para ampliar a oferta de rede de carregamento que possa desenvolver a eletrificação veicular no Brasil.  “O incentivo e fomento é fundamental para que essas coisas aconteçam. Para que o carro elétrico tenha essa liberdade de ir e vir, todas as ramificações que estão em torno do grande centro precisam começar o processo de eletrificação com pontos de recarga, oferecendo segurança para quem está adquirindo o veículo”, concluiu.

 

Mobilidade como Serviço

 

“Mobilidade é mais do que pensar um meio de transporte. Mobilidade passa por nos fazer pensar de maneira integrada, de modo a facilitar a vida, a rotina de quem precisa se deslocar”, afirmou Pedro Somma, CSO da MaaS Global. Somma foi secretário adjunto de desenvolvimento econômico, até 2018, na Prefeitura de São Paulo, e, logo após seu desligamento da secretaria, assumiu a Quicko, startup brasileira, recém adquirida pela finlandesa MaaS Global. O CSO apresentou dados de que 72% das pessoas que usam transporte público no Brasil prefeririam usar o carro. “Isso é um número absolutamente chocante que mostra que a situação é grave quando a gente fala do transporte público. Encontramos em Helsinki, na Finlândia, o app de mobilidade Whim (desenvolvido pela MaaS Global), que na prática colocava esse tipo de solução para as pessoas”, disse. 

 

E continuou: “A ideia é a gente conseguir oferecer para nossos usuários tudo o que precisam para a mobilidade deles. A partir da experiência com o Whim, implementamos no Brasil a Quicko, que busca solucionar as dores dos brasileiros, pensando em previsibilidade dos horários de partida e chegada dos ônibus e Metrô em tempo real; facilitando o pagamento com o bilhete único, e desenvolvendo o plano de assinatura da mobilidade”, completou. Por um valor fixo mensal, a Quicko oferece diversas soluções para o dia a dia das pessoas de maneira integrada, por uma única plataforma. 

 

Transição Global

 

Para falar da transição global da eletrificação no Brasil, a Transformative Urban Mobility Initiative (TUMI) participou com alguns paineis e abordou como deve ser a ‘just transition’ (justa transição) no País.  A TUMI é uma iniciativa internacional, financiada pelo governo alemão, para promover que os municípios tenham o suporte para licitar, até 2024, 100 mil ônibus elétricos. “Para que isso aconteça, é preciso pensar não só na eletrificação da frota, na transição energética, mas também no transporte coletivo com qualidade, pensando no desafio da integração com outros modais de transporte urbano”, disse Anna Carolina Marco,  Assessora Técnica da GIZ Brasil (TUMI).

 

Jens Giersdorf, Management Head da TUMI, apresentou a COP26 (declaração da justa transição) que apoia a transição para novos empregos; promove o diálogo social; fornece apoio às estratégias econômicas; o trabalho local e inclusivo; as cadeias de fornecimento; e inclui informações do relatório do Acordo de Paris e Transição Justa. “Esses são elementos do ponto de vista global para a questão da transformação do transporte elétrico com a ‘just transition’”, declarou Giersdorf.

 

Cristina Albuquerque, Gerente de Mobilidade Urbana da WRI, comentou que ‘quando falamos de descarbonização, o foco no coletivo é muito importante para termos uma mobilidade justa e equitativa nas cidades, como ponto de partida da transição’. No Brasil, hoje, segundo dados do Ibas Radar, são 351 ônibus elétricos, mas apenas 49 movidos a bateria, os demais são trólebus - também com zero emissão de C02. 


Save The Date

 

O Parque da Mobilidade Urbana já lançou o Save The Date e tem data marcada para realizar a 2a.edição. O evento acontece, novamente, no Memorial da América Latina, nos dias 22, 23 e 24 de junho de 2023. Todo o conteúdo desta 1a. edição está disponível para acesso no canal do You Tube da Connected Smart Cities

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