MAM São Paulo anuncia Cauê Alves como novo curador

Proposta de Alves lança luz no acervo e no educativo do museu. Transição curatorial acontece por meio de processo inovador e inédito na história do MAM.

Cauê Alves - novo curados do
Museu de Arte Moderna de São Paulo | imagem: divulgação

O Museu de Arte Moderna de São Paulo anuncia Cauê Alves como novo curador. Mestre e doutor em Filosofia pela FFLCH-USP, ele é professor do departamento de Arte da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP, atuou como curador-chefe do MuBE entre 2016 e 2020 e foi curador assistente do Pavilhão Brasileiro da 56ª Bienal de Veneza. Alves já colaborou em diversas ações curatoriais no MAM São Paulo, foi co-curador do 32º Panorama da Arte Brasileira, membro do Conselho Consultivo de Artes entre 2005 e 2007 e curador do Clube de Gravura, de 2006 a 2016.

Em sua proposta curatorial, o acervo e o educativo são as áreas que devem fazer o MAM pulsar. Sob sua curadoria, o Museu deve priorizar ações e programas que fortaleçam o trabalho técnico de documentação, conservação e restauro de suas diversas coleções. "O acervo do MAM, como se sabe, é mais significativo atualmente em arte contemporânea do que em arte moderna. Nesse sentido, é importante buscar novas formas de exibição do acervo considerando o delicado equilíbrio entre o moderno e o contemporâneo, de modo a valorizar a multiplicidade de manifestações artísticas desenvolvidas desde o século XX. Olhar para a arte moderna a partir do presente", explica Cauê Alves.

Para o educativo do MAM, área fundamental nos 72 anos de história da instituição, a proposta é estabelecer uma relação mais horizontal e integrada com a curadoria. "Compreendo as ações dos educadores como centrais no alcance da missão do MAM de tornar a arte acessível ao maior número de pessoas possível", pontua o novo curador.

Uma das ações do novo planejamento curatorial é convidar artistas que tenham a prática pedagógica entre suas habilidades para desenvolver projetos em conjunto com o setor educativo do Museu. Em momentos específicos, os artistas terão contato direto com o público, a fim de aproximar os visitantes aos processos artísticos e deixar os limites entre as propostas pedagógicas e artísticas mais fluídos.

O projeto de Cauê Alves ainda contempla a ativação do Museu no Parque Ibirapuera - eleito entre os oito melhores do mundo, com visitação, antes da atual pandemia, de cerca de 150 mil pessoas em um único final de semana -, com intervenções e mostras ao ar livre para além do Jardim de Esculturas. Suas ações devem caminhar integradas ao planejamento digital do MAM, um processo em desenvolvimento desde 2019 e que foi acelerado no período de isolamento social por meio de mostras e cursos online, e outras atividades.

A transição curatorial, que acontece após um período de mais de dez anos sob a liderança de Felipe Chaimovich, cuja contribuição foi importante para consolidar e expandir o papel do Museu no meio artístico e cultural, é fruto de um novo ciclo de gestão do MAM.

Desde 2019, com a chegada de Mariana Guarini Berenguer à presidência da instituição, foram definidas novas medidas em prol da democratização e sustentabilidade do Museu. Foi deste cenário que nasceu o processo singular e inédito na história do MAM para mirar os caminhos artísticos do Museu e eleger a nova curadoria.

"Um dos objetivos da minha gestão, que completou um ano em maio de 2020, é envolver o máximo possível os membros do Conselho e da Diretoria do MAM para tomada das grandes decisões. Organizamos em conjunto um processo pioneiro para definir os caminhos artísticos do Museu", afirma Berenguer.

Um grupo colegiado formado pela presidente, conselheiros e diretores do MAM elaborou um documento substancial, com o histórico da instituição, o perfil necessário para o cargo de curadoria e convidou profissionais para participar do processo e enviarem um projeto curatorial com base na missão e valores do Museu. Foram meses de avaliação, com diversas entrevistas e propostas significativas até a escolha por Cauê Alves. O novo curador deve ocupar o cargo por um ciclo de até cinco anos que pode ser renovado.

Sobre o MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições abrem-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.






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