Exposição é uma homenagem ao pássaro originário das Ilhas Maurício que desapareceu poucos anos após a chegada do homem à região
Florianópolis (SC) - A Capital catarinense recebe até o dia 11 de outubro a primeira mostra coletiva do mundo dedicada ao dodô, ave extinta no século XVI e considerada símbolo global das questões ambientais. A exposição “Um Bando de Dodôs”, em cartaz na Galeria Berlim, reúne 45 obras de 29 artistas brasileiros, em formatos que vão de desenhos, pinturas e grafites a esculturas, instalações e obras têxteis. A visitação é gratuita.
O dodô, originário das Ilhas Maurício, no Oceano Índico, desapareceu poucos anos após a chegada do homem à região. Incapaz de voar e sem predadores naturais, não desenvolveu mecanismos de defesa e foi declarado extinto ainda no século XVI. Por isso, é considerado a primeira espécie da era moderna a desaparecer por ação humana.
“Essa é a primeira exposição coletiva da história dedicada ao dodô. Séculos depois da extinção, com quadros e esculturas, estamos fazendo o dodô renascer através da arte”, destaca o curador e marchand Renato Andreuchetti, idealizador da iniciativa.
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A inspiração para o projeto veio em 2006, quando Andreuchetti leu o livro Breve história de quase tudo, de Bill Bryson. Desde então, ele se dedica ao estudo da ave e à sua representação artística. O Projeto Dodô, criado por ele, utiliza a arte como ferramenta de conscientização ambiental. “O projeto nasceu como um desafio a artistas de diferentes linguagens para criarem suas versões contemporâneas do dodô. O resultado é uma coletânea que une natureza, cultura e crítica social, chamando atenção para a urgência da preservação ambiental”, explica.
A exposição conta com obras dos artistas Alejandro Saavedra, Alemão Art, Bruno Felipe, Cinthia Rissatto, Dodô Vieira, Eduardo Melo, Fabio Pantoni, Igor Villa, Jorge Tabajara, Juliana Hames, Kuêio, Kelly Kreis, Letícia Chamone, Liliana Sitarz, Lucas Farias, Luiz de Souza, Luiz Mondego, Marcela Schmidt, Meio Killo, Michel Torres Costa, Milenna Saraiva, Pedro Bottene, Reco Marder, Rhuan Santo, Rodrigo Ramon, Rui de Paula, Rodrigo Rizo, Tiago Dequete e Vitor Matricardi.
Arte e ciência se encontram
Enquanto no Brasil o dodô renasce por meio da arte, nos Estados Unidos um grupo de cientistas desenvolve um ambicioso projeto de “desextinção” da espécie. Com investimentos que já somam US$555 milhões, a pesquisa alcançou um marco inédito: o cultivo em laboratório de células precursoras reprodutivas de pombos (PGCs), um passo fundamental para trazer de volta o dodô em até sete anos.
Além da tentativa de recriar a ave, a iniciativa pretende aplicar a tecnologia em ações de restauração de ecossistemas e proteção de espécies ameaçadas.
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