A programação musical segue com o afrofuturismo de Edgar e seu show REWIND, que conecta periferia e ancestralidade; a força da Música Popular Originária de Kaê Guajajara, voz que nasce da floresta e da favela; e a apresentação do coletivo indígena Kanewi, da etnia Kariri Xocó, trazendo os cantos e danças tradicionais dos Torés Fulkaxós. "Existe um grande poder em celebrações que unem narrativas por um mundo mais plural, vivo e pulsante. Esse baile é um convite para uma dança cósmica, um movimento de transformação e aprendizado.", diz Kaê Guajajara.
O festival também é um espaço de mobilização ambiental e social, com parcerias para venda de produtos indígenas em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e gastronomia da Cozinha da Ocupação 9 de Julho, com menu orgânico, agroecológico e ancestral.
“O Baile na Terra é mais que um festival: é um chamado coletivo para debater o clima a partir da cultura. Ao unir cultura, música e arte, queremos inspirar a ação climática e fortalecer a mobilização coletiva, especialmente neste ano em que a COP30 volta os olhos do mundo para a Amazônia, para o Brasil e para a América Latina. É um momento para celebrar e reafirmar que a preservação do planeta depende do engajamento de todas as pessoas”, afirma Jonaya de Castro, diretora do Festival Baile na Terra.
O evento reforça ainda esse compromisso ambiental com a oferta de água gratuita em bebedouros, uso de copos reutilizáveis e gestão de resíduos.
A identidade visual da edição 2025 é novamente assinada pelo artista indígena Denilson Baniwa, que traz a onça como elemento central, simbolizando a força e a resistência dos biomas brasileiros.
As ações deste ano pelo Dia da Amazônia realizadas durante o mês de setembro por diversas organizações, movimentos e coletivos têm como mote “Celebrar a Amazônia e os biomas é soberania”. As atividades, de maneiras diversas, abordarão as ameaças e a emergência climática como fatores de relevância para a soberania nacional e para o dia a dia das pessoas e do planeta. Ao mesmo tempo, os organizadores de cada atividade pretendem comemorar a abundância da Amazônia e dos demais biomas brasileiros, em uma mensagem de otimismo.
O Festival Baile na Terra 2025 é uma realização do labExperimental e do Condô Cultural, com fomento do edital de Festivais de Música da Secretaria Municipal de Cultura. Tem apoio do Instituto Lamparina, Instituto Goethe, Instituto Clima e Sociedade (ICS), Instituto Socioambiental (ISA), do Megafone Ativismo e, além da parceria com o Tendal da Lapa e movimentos e coletivos culturais e ambientais.
Além das atividades do sábado, a programação conta ainda com o lançamento da revista Febre 02 na sexta-feira (19) e o bloco Unidos pelo Clima, no domingo (21), na Av. Paulista.
Edições anteriores
Desde 2022, o Baile na Terra se consolidou como um dos festivais mais originais ao unir música, cultura e ativismo climático. Cada edição trouxe um tema central conectado aos biomas e às lutas socioambientais: Amazônia (2022), Rios Voadores (2023) e a itinerante Planeta em Febre (2024). Sempre às vésperas do Dia da Amazônia, o festival ocupou ruas e espaços culturais de São Paulo, mobilizando milhares de pessoas com cortejos, oficinas, filmes, gastronomia e shows gratuitos.
Nomes de peso já subiram aos palcos do Baile na Terra, como Gaby Amarantos, que trouxe a força da música amazônica, e Russo Passapusso, do BaianaSystem, referência da cena contemporânea brasileira. Ao lado de artistas da floresta, de coletivos indígenas e de representantes de diferentes territórios, o festival cresceu como um movimento que conecta arte, diversidade cultural e ação climática, inspirando novas formas de celebrar e proteger a Terra.
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