Brasileiros marcam presença em Bienais de Arte pelo mundo


 

Além da prestigiada Bienal de Veneza, outras Bienais nacionais e internacionais recebem brasileiros como artistas e curadores neste ano.

 Desenho de personagens

Descrição gerada automaticamente com confiança média

A pintura “Mangue Bangue”, de Fernanda Figueiredo, que faz referência ao filme de mesmo nome e a trabalhos de Hélio Oiticica, está em exposição na Bienal Black.

[imagem: Fernanda Figueiredo]

 

A Bienal de Veneza, maior evento de artes visuais do mundo, inaugurou sua 60ª edição no dia 20 de abril. Com o título “Stranieri Ovunque – Foreigners Everywhere”, a exposição tem curadoria do brasileiro Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP.  Apesar de ser a mais antiga e importante de todas as bienais de arte, não é a única: para além de Veneza, outras bienais acontecem paralelamente em todo o mundo, servindo de vitrine para diferentes visões de mundo e culturas.

 

Servindo como espaços para a livre experimentação, as bienais possibilitam ao grande público ter contato com a produção artística internacional contemporânea. Ao mesmo tempo, esse tipo de evento permite que visitantes de todo o mundo tenham contato com a arte e o contexto político, social e cultural do país sede. Por serem eventos sem fins comerciais, as bienais conferem aos curadores uma maior liberdade para apresentar diferentes pontos de vista e temas.

 

A presença brasileira não se limita à Bienal de Veneza, com artistas marcando presença em eventos de diversos países. Confira a seguir algumas das bienais que acontecem ainda neste ano no Brasil e no mundo:

 

 

Bienal Black

 

Uma das bienais mais jovens do país, a Bienal Black tem como proposta a desinstitucionalização dos espaços culturais tradicionais. A 3ª edição acontece no Rio de Janeiro com o tema “Fluxos (in) Fluxo: Transitoriedade, Migração e Memória”, promovendo um diálogo sobre as histórias, experiências e contribuições de diversos artistas para a cena cultural brasileira, ocupando espaços culturais com cinco eixos expositivos. Fernanda Figueiredo é uma das artistas que participam da exposição que ocupa o Espaço Cultural Correios, com a pintura “A visita de Max Bill – Mangue Bangue”. A obra faz referência ao filme Mangue Bangue, filmado em 1970 no Mangue, bairro da prostituição mais pobre do Rio de Janeiro e ao artista Hélio Oiticica, que colaborou com o cineasta Nevvile D’Almeida no filme, realizando trabalhos visuais sobre o tema.

 

28/04 a 08/06/2024.

 

 

Bienal do Mercosul

 

Homem na frente de uma porta

Descrição gerada automaticamente

Raphael Fonseca é curador-chefe da 14ª Bienal do Mercosul e também atua como curador de arte moderna e contemporânea latino-americana no Denver Art Museum.

[imagem: Bienal do Mercosul]

 

A Bienal que acontece em Porto Alegre desde 1997 chega à sua 14ª edição neste ano, com Raphael Fonseca como curador-chefe e Tiago Sant’Ana e Yina Jiménez Suriel como curadores adjuntos. Com o tema “Estalo”, a edição atual convida artistas que usam a dança, a matéria sonora, o desenho, a pintura, o vídeo e a instalação para agir sobre o observador, criando ruídos e movimentos que transformem os mais diversos elementos de um estado para o outro. A lista de artistas participantes deve ser divulgada nos próximos meses.

 

12/09 a 17/11/2024.

 

 

Bienal de Cerveira

 

 

Grupo de pessoas em pé em frente a mesa

Descrição gerada automaticamente com confiança média

 

Pessoas jogando vídeo game

Descrição gerada automaticamente

Na performance “Empregado de Mesa”, o artista Eduardo Freitas discute os preconceitos sofridos por trabalhadores da indústria de restaurantes.

[imagem: Eduardo Freitas]

 

Realizada na cidade portuguesa de Vila Nova de Cerveira, próxima à fronteira com a Espanha, a Bienal de Cerveira foi inaugurada em 1978. A primeira edição do evento aconteceu no contexto pós-ditadura salazarista, que se encerrou no país em 1974. Consequentemente, até os dias de hoje, a bienal tem o compromisso com a livre expressão artística na região. O brasileiro Eduardo Freitas, residente em Portugal desde 2017, participa da Bienal com a performance intitulada “Empregado de Mesa”, termo usado para designar a profissão de garçom no país. Uma réplica do corpo do artista em cerâmica é colocada sobre uma mesa ao centro do espaço. O artista então retira da cabeça da escultura bilhetes que contém frases racistas e xenofóbicas dirigidas a trabalhadores da indústria de restaurantes, recitando-as durante a performance.

 

20/07 a 30/12/2024.

 

 

Bienal do Whitney Museum

 

Person with arms raised facing a serene lake and mountains.

Clarissa Tossin apresenta o filme “Mojo’q che b’ixan ri ixkanulab’/Antes que os vulcões cantem” na Bienal do Whitney Museum.

[imagem: cortesia da artista]

 

 

Organizada pelo museu nova-iorquino desde 1932, a Bienal do Whitney Museum é a mais antiga dos Estados Unidos. Neste ano, o evento tem o título “Even Better Than the Real Thing (“Ainda melhor que a realidade”), fazendo referência à inteligência artificial e seus efeitos sobre nosso entendimento do que é real e a como retóricas sobre gênero e autenticidade são usadas politicamente e legalmente para perpetuar a transfobia e restringir a autonomia corporal. A porto-alegrense Clarissa Tossin participa da bienal com o filme “Mojo’q che b’ixan ri ixkanulab’/Antes que os vulcões cantem”, de 2022, que pode ser assistido gratuitamente pela plataforma de streaming Mubi.

 

20/03 a 11/08/2024.

 

 

Bienal de Gwangju

 

A bienal de arte contemporânea mais antiga do continente asiático acontece na Coréia do Sul desde 1995. A 15ª edição recebeu o título “Pansori, uma paisagem sonora do século XXI”, e discute as complexidades do mundo contemporâneo, como fronteiras conflituosas, muros anti-migração, confinamento, distanciamento social e políticas de segregação, todos temas ligados ao espaço e sua organização política. Entre os artistas apresentados na bienal, estão os brasileiros Alex Cerveny e Cinthia Marcelle.

 

07/09 a 01/12/2024.

Postar um comentário

0 Comentários