O curador Marcello Dantas chama a atenção para a complementaridade das obras de Siri e Deborah nesta primeira exposição em conjunto. Para ele, que há 5 anos começou a observar o diálogo entre as duas práticas artísticas, Deborah traz obras sobre o olhar e suas transformações, enquanto a obra de Siri propõe um desconectar e um engajamento entre as pessoas e as espécies - referindo-se aos trabalhos do artista com abelhas.
“Essa é a primeira colaboração entre práticas distintas que se influenciaram durante muito tempo e agora se transformam numa obra para fisgar o público literalmente. O trabalho do SIRI é a arapuca e o da Deborah é a isca. A Deborah te distrai enquanto siri te coloca dentro de uma situação”, destaca Marcello Dantas.
O curador ainda chama a atenção para o aspecto metafórico das obras que utilizam a potência da arte para falar sobre os relacionamentos humanos e sobre a necessidade de encontrar um ninho, tema frequente nas obras de SIRI. “De certa forma nós queremos nos aprisionar, há um desejo latente nas pessoas de se aprisionar em alguma coisa. Há um desejo de encontrar esse ninho”, acrescenta.
Além de uma celebração do amor e da parceria, Arapuca é uma homenagem à resiliência e à capacidade de transformar os desafios em arte e beleza. A ideia é convidar o público para participar do diálogo visual sobre a vida compartilhada e as tramas da vida moderna.
SERVIÇO ARAPUCA:
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (Rua Luís de Camões, Prç. Tiradentes, 68)
De 8 de junho a 9 de julho
12h às 20h - 2ª, 4ª e 6ª
10h às 18h - 3ª, 5ª, sábado e feriados
Gratuito
Classificação Livre
Sobre Ricardo Siri:
Artista multidisciplinar, Siri nasceu no Rio de Janeiro e começou sua carreira como músico. Lançou cinco álbuns autorais vencendo o Prêmio da Música Brasileira no ano de 2010. Sua carreira expande para as artes plásticas realizando exposições no Brasil e exterior como em Victoria and Albert Museum (Londres), NBK Gallery (Berlim), Portikus (Frankfurt) e Cité des Arts (Paris), além de participar da XX Bienal de Cerveira (Portugal) e Bienal Sur 2024 (Argentina).
Sobre Deborah Engel:
Nascida em Palo Alto, nos Estados Unidos, Deborah Engel vive e trabalha no Rio de Janeiro. Propõe em sua pesquisa uma reinvenção da contemplação, explorando a fotografia expandida, a experimentação da perspectiva e do enquadramento e o cinetismo. Em 2011, recebeu os Prêmios Artista Revelação e Aquisição pela XVI Bienal de Cerveira, Portugal. Já realizou exposições no ABC no Rio (NY), Centre D’ Art Santa Monica (Barcelona, Espanha), Instituto Camões (Vigo, Galícia) e MAM Rio.
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