Quem idolatra Bolsonaro ou Lula acusa o outro de ser defensor da ditadura. De direita ou de esquerda, bancada por forças armadas ou pacifistas, ativistas de ambos os lados se acusam mutuamente. Sem conseguir ouvir as dores alheias, além de interesses pelo poder absoluto, empobrecem o debate.
As cores das bandeiras diferem. Quando estão próximas, se
odeiam e se agridem. O contrário ocorre no relacionamento solidário, cooperativo e autêntico entre sambistas de raiz.
A jovem democracia brasileira resiste, graças aos avanços
obtidos pela sociedade civil na capacidade de organização, articulação e
mobilização, ainda que com a voz abafada pela polarização de narrativas rasas.
Chega de patrulhamento ideológico.
O passo dado pra trás no mundo, embebecido pelo monopólio e acúmulo
do poder, econômico, há de ser recompensado por dois passos a serem dados pra
frente. Ou seja: vamos clamar pelo pleno resgate da autoridade da ONU e por
mais investimentos públicos e privados realizados no diapasão do ESG, com foco
na consecução dos 17 ODSs.
O saber sambar
A maior festa popular profana do Planeta acaba de consagrar o
valor da “Brasiléia Desvairada: A Busca de Mário de Andrade Por um País”.
Samba-Enredo vencedor, entoado pela Mocidade Alegre, em São Paulo, capital,
convida a viajar e conhecer a riqueza cultural brasileira.
Parabéns à campeã paulistana!
Somos feitos da diversidade dos povos originários indígenas e
africanos, ainda que submetidos ao regime de exploração colonial que, até
então, nos impinge o complexo de cachorro vira-lata.
Bordar um pais de felicidade, com sentimento verdadeiro, é o
que nos qualifica para vencer as paixões tristes e abraçar as paixões alegres.
Sambar é exercer a liberdade humana – a qual se refere “à potência
do corpo e da mente de realizar sua essência de perseverar-se na existência”,
tal qual a define Espinosa, filósofo holandês (1632 a 1877).
Clique: Letra do Samba em vídeo de 45 segundos
*Luiz Henrique Miranda é jornalista e CEO da Agência Amigo – Comunicação Integrada
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