UM SINAL DE ALERTA A CONSIDERAR




Os dados da Pnad Continua do IBGE mais recente confirma um dado que já é visível no dia a dia do brasileiro: o aumento da população idosa no país. Embora o Censo 2022 só deve ficar pronto quase no final do ano, a população de 65 anos ou mais cresceu de 7,7%, em 2012, para 10,5% em 2022. Ou seja, cada vez mais o número de aposentados e pensionistas aumenta no INSS, algo que pode deixar a previdência em maus lençóis futuramente. Do outro lado da moeda, o número de jovens cada vez diminui mais, com a população ativa ficando em um patamar consideravelmente estável. A população adulta entre 30 e 64 anos passou de 42,4% em 2012 para 46,1%. Já o grupo de 18 a 29 anos recuou de 20,9% para 18,7% dos brasileiros, e aqueles com menos de 18 anos caíram de 29% do contingente populacional, em 2012, para 24,6%, em 2022.

Outro dado que chama bastante atenção na pesquisa é em relação a declaração de cor ou raça. O percentual de pessoas que se consideram pretas subiu de 7,4% em 2012 para 10,6% em 2022, enquanto as que declararam brancos, registraram uma queda de 46,3% para 42,8%. Os pardos ficaram praticamente estáveis de 45,6% em 2012 para 45,3% em 2022. 

O que os números mostram é aquilo que alguns já estavam prevendo que iria acontecer no país, a chamada "europeização" da pirâmide etária, onde a base fica cada vez menor e o cume, maior. Atualmente, alguns falam que estamos na transição, no desenho de um barril, onde a base e o topo tem quase a mesma dimensão, e o meio mais pomposo, por assim dizer. O grande problema dessa inversão da população, em que cada vez mais, os jovens tem menos filhos e as pessoas acabam vivendo mais _ não custa lembrar que a média de vida do brasileiro está beirando os 80 anos _ é que o país não possui um colchão financeiro suficientemente bom para suprir as necessidades da terceira idade, ou melhor idade, como preferem alguns. Talvez, por isso, as medidas para aumentar o tempo da aposentadoria tanto no setor público quanto no privado. De qualquer forma, deve-se investir mais em meios para fazer com que todos tenham o cuidado necessário para viver bem, com saúde e o conforto devido pelos anos que contribuiu para a sua aposentadoria.

Foi divulgada mais uma pesquisa, revelando algumas tendencias com significativos impactos sobre como estão vivendo e vão viver as pessoas nas cidades brasileiras no próximos anos, apresentando inclusive, algumas mudanças comportamentais aparentemente irreversíveis, indicando transformações importantes no modo como produziremos e reproduziremos a vida urbana por aqui. Um sinal de alerta a considerar.

Um dos itens que chama a atenção é o aumento das pessoas vivendo só, sobretudo idosos. Em quase 12 milhões da 74,1 milhões de residências existentes, segundo a pesquisa, isso já acontece. Esse percentual passou de 12,5% para 15,9% no últimos 10 anos, em visível viés de alta. Isso significa que a pressão por apartamentos menores e adaptados para idosos deve seguir crescendo, impulsionado também por famílias de tamanho menor. Talvez por isto, chama a atenção o aumento verificado no percentual de imóveis alugados. Já passam de 21% e esta tendência pode contribuir, associada ao comportamento da economia, a volta da velha prática de construir para alugar, acompanhando o que se faz em boa parte das cidades do mundo desenvolvido, indicando a possibilidade da poupança privada ajudar no enfrentamento do déficit habitacional inabalável. A conferir!  

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