"Sem calcário não existiria produção agrícola em Mato Grosso. A tecnologia trouxe novas variedades, mais produtivas, mais resistentes, mas de nada adianta se não tiver a terra bem preparada. O agricultor tem que fazer a sua parte. E quando a gente consegue um frete de retorno, a conta fica mais leve. É tudo muito corrido na agricultura, mas com organização, a atividade é mais compensadora", recomenda Orcival, há 45 anos radicado no Estado. Kassiano Riedi, vice-presidente do Sinecal-MT (Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário do Estado de Mato Grosso), destaca o balanço positivo na relação entre clientes e fornecedores, fomentando a cadeia produtiva. A tonelada do insumo está sendo comercializada, em média, a R$ 120,00 no Estado. O frete por tonelada, em média, chega a passar o valor da tonelada de calcário. | | “Aproveitar o frete de retorno é extremamente interessante para reduzir o custo de calagem. É uma relação ganha-ganha, que vai girando a economia nesse período de menor movimentação nas estradas. Quem puxa o calcário mais cedo ganha muito no frete, até 50% de desconto. As transportadoras ganham com essa demanda no período de entressafra. As indústrias de calcário ganham com o carregamento mais cedo, desafogando um pouco a concentração em determinados períodos. E o agricultor ganha mais ainda. É um círculo virtuoso", ressalta o líder setorial. O Estado conta com mais de 40 plantas industriais de extração de calcário agrícola para atender à alta demanda agropecuária: cerca de 20% de todo o calcário produzido no Brasil vem de Mato Grosso. Os meses de maior movimentação no segmento são os de julho, agosto e setembro, quando facilmente se veem filas de carretas. Nesse período, algumas unidades chegam a carregar 200 caminhões por dia. É o que se observa, a exemplo, em Nobres (123 km de Cuiabá), maior polo produtor de calcário em Mato Grosso. Panorama – Em Mato Grosso, a safra 2022/2023 prenuncia novo recorde de produção. Mais de 60% da área de soja já foi colhida. Conforme mais recente boletim divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, o Imea, são 11,8 milhões de hectares plantados, com uma estimativa de produtividade média de 59 sacas por hectare. O instituto observa que o perfil do produtor vem mudando no quesito comercializações, caracterizado pela espera por preços melhores. Até o momento, 45,15% da produção foi vendida. No mercado futuro da soja, 2,84% da oleaginosa que ainda será produzida na safra 2023/2024 está comercializada. |
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