Alguns anos passados, fui convidado a participar de um projeto que me envolveu desde o primeiro momento, tendo a frente uma OSCIP de nome Instituto Sustentar de Responsabilidade Sócioambiental, uma entidade sem fins lucrativos, com o objetivo de criação, planejamento e execução de projetos e programas de desenvolvimento sustentável e desenvolvimento de comunidades, com foco na preservação ambiental e promoção da inclusão social , apresentando soluções de dificuldades, alcançando os resultados visados pelas organizações e pelas comunidades envolvidas. A premissa básica do IS é a busca contínua de um padrão dinâmico de qualidade, calcado na ética, na técnica e na criatividade, pautado no atendimento exemplar à instituição e comunidade, cliente ou parceiro, na análise criteriosa de riscos, antevisão, soluções de longo prazo e qualidade no relacionamento com todas as partes envolvidas.
Baseados neste principios, em 2007 resolvemos realizar um evento pioneiro batizado de SUSTENTAR - 1º Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável. com parceiros importantes como a Fundação Dom Cabral, SEBRAE, FIAT, ACMinas, Arcelor Mittal, Acesita e tantas outras, durante anos ocupamos um espaço que nos levou a classificação de o maior e melhor evento de Sustentabilidade na América Latina. Foram cerca de 300 mil participantes ao todo, somando todas as edições em Minas e São Paulo, 100 soluções sustentáveis, 3 mil palestrantes nacionais e internacionais e 600 patrocinadores e expositores das Feiras ao longo dos anos. Com a pandemia nos vimos sem condições de continuar com o projeto, embora estejamos estudando voltar no 2º semestre de 2023. Neste tempo envolvidos com o tema do evento, sentimos de perto a evolução do comportamento da sociedade empresarial com relação ao assunto. Algumas empresas, principalmente as multinacionais já a ele se dedicavam de uma forma embrionária; os consumidores não tinham ainda noção do que se propunha e muito menos os colaboradores das mais variadas empresas. Alguns CEOs, muitos inclusive, participaram intensamente das discussões e apresentações, demonstrando compromisso com o mercado e visão do futuro.
Até que chegamos aos dias atuais e vemos o aparecimento do novo modelo de compromisso , que passa por segurança no trabalho, sustentabilidade e estreitamento das relações com a comunidade. A vida não está nada fácil e a crise que o mundo vive, até agora, é essencialmente negativa. A causa do fenômeno parece ser a dificuldade que os países enfrentam de diversificar a sua produção nacional, melhorar a produtividade e criar melhores condições de trabalho. Estamos todos muito ansiosos, sob bombardeio contínuo de más notícias a respeito do futuro da humanidade como crise climática, desmatamento, poluição dos oceanos, desigualdade crescente e ainda o COVID e suas variantes, além da guerra na Europa, com a perspectiva de duração por 30 dias e já vai para quase um ano. A paz que tanto almejamos para os litigantes e para nós habitantes deste vasto mundo, parece estar cada vez mais distante. Tempos atrás, o processo de gestão de uma empresa tinha apenas um objetivo: gerar lucro para os seus acionistas a partir de uma cadeia produtiva. Pouco importava os impactos gerados ao ambiente e à sociedade em que estavam inseridos, e como consequência, existiam uma série de problemas trabalhistas, com os impactos no ecossistema do planeta sendo colhidos até os dias de hoje. Devido à grande quantidade de problemas gerados, muitos estudos foram desenvolvidos para entender como as empresas em seus processos de atuação podem contribuir para manutenção da sustentabilidade e para a formação de uma sociedade mais justa para todos.
Assim surgiu o ESG (em inglês: Environment, Social and Governance), com uma tradução livre podemos dizer "Ambiente, Sustentabilidade e Governança". Vem de encontro as novas necessidades do setor privado e do mercado que cada vez mais incorporam critérios demandados com urgência pelas cidades e seus habitantes, onde aos danos à infraestrutura e as mortes são tragédias anunciadas que se repetem e se intensificam a cada ano. Para termos uma ideia, a responsabilidade ambiental está hoje no centro das preocupações dos consumidores brasileiros. De acordo com levantamento feito pela CNI, 74% deles se consideram "ambientalmente conscientes", com destaque para a nova geração, o que significa que dão prioridade para a compra de produtos que possuem compromissos sustentáveis.
De maneira geral, podemos dizer que ESG é um conjunto de boas práticas voltadas à construção de soluções voltadas à governança do meio ambiente e da sociedade, sendo também capaz de avaliar os impactos que uma organização impõe sobre estes fatores através de sua atuação de mercado. Nas últimas duas décadas, e principalmente nos últimos dois anos com a pandemia no mundo, uma das maiores preocupações da sociedade estava inserido no contexto do ESG, ao que se refere na construção de soluções inovadoras para o tratamento de doenças considerando os impactos ambientais e sociais desses produtos e serviços. Quando pensamos em ESG, podemos associá-lo com a métrica de uma empresa, como também como parâmetro para o desenvolvimento de produtos e soluções inovadoras, contribuindo de forma eficaz, para a nossa saúde física e mental.
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