Tocha surdolímpica percorrerá as ruas de Farroupilha e Caxias do Sul

 


O revezamento terá a participação de 28 atletas, ex-atletas e organizadores surdos e brasileiros

 

Na sábado, dia 30 de abril, véspera da abertura oficial da 24ª edição da Summer Deaflympics (Surdolimpíada de Verão, em livre tradução), acontece o percurso da tocha surdolímpica pelas ruas das cidades de Farroupilha (subsede) e Caxias do Sul (sede oficial do evento).

 

A tocha sairá, às 10h00 (horário de Brasília), do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio e percorrerá seu trajeto, por ruas e estradas, até chegar à Catedral Diocesana, em frente à Praça Dante Alighieri, na cidade de Caxias do Sul.

 

Durante o percurso, haverá um revezamento com 28 atletas, ex-atletas e organizadores surdos e brasileiros. “Será um momento incrível, tive a oportunidade de iniciar o percurso da tocha, em Paris, acompanhar sua chegada, com tantas pessoas importantes na história da CBDS, para a abertura do evento, será histórico”, explica Diana Kyosen, presidente da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos.

 

O percurso da tocha surdolímpica foi iniciada no início do mês de abril, pelo ex-surdoatleta brasileiro, Dauber Roque, que encontrou a comitiva brasileira e os organizadores do evento, em Paris (sede da primeira edição dos Jogos, em 1924).

 

Cada participante do revezamento percorrerá aproximadamente um quilômetro com a tocha. O percurso será finalizado por Gustavo Perazzolo, presidente do Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD). Ele receberá a tocha em frente à Igreja de São Pelegrino e a conduzirá pela Rua Sinimbu até a Catedral Diocesana de Caxias do Sul.

 

A tocha será acesa simbolicamente, no domingo, durante a cerimônia de abertura da Summer Deaflympics, que será realizada a partir das 18h00 (horário de Brasília), no ginásio do Sesi. A partir daí ela ficará exposta na Praça Surdolímpica, montada no Centro de Eventos da Festa da Uva.

 

CBDS na 24ª edição da Summer Deaflympics

Em sua 7ª participação no torneio, o Brasil terá sua maior delegação. Serão 237 integrantes, sendo 199 atletas (110 homens e 89 mulheres) e 38 membros da comissão técnica.

 

Os atletas brasileiros disputarão 17 modalidades no masculino e 14 modalidades no feminino. No masculino e feminino: Futebol, Vôlei, Handebol, Basquete, Atletismo, Badminton, Natação, Ciclismo, Mountain Bike, Tiro Esportivo, Orientação, Tênis de Mesa, Judô e Karatê. Só no masculino: Tênis, Vôlei de Praia e Taekwondo.

 

Histórico do Brasil na Summer Deaflympics:

O Brasil é o 56° colocado na história da Summer Deaflympics, com 10 medalhas, sendo 1 de ouro, 1 de prata e 8 de bronze. Na edição de Taiwan, em 2009, o Brasil ficou em 47º, tendo conquistado sua 1ª medalha, 1 bronze, com o atleta Alexandre Fernandes, do Judô. Em 2013, na Bulgária, o Brasil ficou em 36°, com 4 medalhas, sendo 1 prata e 3 bronzes. Já em 2017, na Turquia, o Brasil ficou em 28°, com 5 medalhas, sendo 1 ouro e 4 bronzes.

 

Conheça os atletas medalhistas:

. 2009 em Taipei (Taiwan)

1 bronze com Alexandre Fernandes - Judô 81kg

 

. 2013 em Sofia (Bulgária)

1 prata com Guilherme Maia Kabbach - Natação 100m livre

3 bronzes com Heron Rodrigues da Silva - Karatê 84kg | Guilherme Maia - Natação 200m livre | Guilherme Maia - Natação 200m borboleta

 

. 2017 em Samsun (Turquia)

1 ouro com Guilherme Maia - Natação 200m livre (recorde olímpico da prova: 1:52.55)

4 bronzes com Futebol Feminino | Alexandre Fernandes - Judô 90kg | Heron Rodrigues da Silva - Karatê 84kg | Guilherme Maia - Natação 100m livre

 

É a primeira vez que o evento é realizado na América Latina e esse é o maior evento multidesportivo internacional para atletas surdos do mundo.

 

Outras informações relevantes:

O evento, que será realizado entre os dias 1º e 15 de maio de 2022, em Caxias do Sul (RS), contará com a participação de mais de 5 mil atletas vindos de 77 países.

 

A estreia do Brasil acontece no sábado, dia 30 de abril, às 10h00 (horário de Brasília), com a seleção masculina de Futebol em disputa contra a seleção de Camarões, na Fundação Marcopolo.

 

Todos os jogos serão transmitidos pelo canal do YouTube da XPlay TV, no app Deaflympics da XPLAY TV e no Markket TV (canal 692 da CLARO). Os resultados do Brasil serão divulgados nas redes sociais e no site da CBDS.

 

Apesar de ser o país com mais atletas inscritos, o Brasil tem a segunda maior delegação. A maior delegação é da Ucrânia, com 259 inscritos, sendo 187 atletas (119 homens e 68 mulheres) e 72 pessoas da comissão técnica. Na sequência estão Estados Unidos e Turquia, com 216 e 212 pessoas em suas delegações, respectivamente.

 

História da Summer Deaflympics

A primeira edição aconteceu em 1924 (França -- Paris), quando o evento era chamado de ‘Jogos Internacionais Silenciosos’. Já no período entre 1966 e 1999, a nomenclatura mudou para ‘Jogos Mundiais Silenciosos’. Desde o ano 2000, o evento passou a ser chamado de 'Deaflympics', Surdolimpíadas, em livre tradução.

 

A primeira edição teve a participação de 145 atletas de 9 países europeus, que disputaram em sete modalidades. Desde 1955, o Comitê Olímpico Internacional (IOC) reconhece o ICSD como entidade máxima desportiva internacional para surdos.

 

A primeira participação do Brasil no evento aconteceu em 1993 (Sofia -- Bulgária). Já a primeira medalha brasileira veio com o bronze do judoca Alexandre Fernandes, em 2009 (Taipei -- Taiwan).

 

Sei os benefícios que tive através do esporte e como presidente da CBDS quero garantir isso a todas as gerações de surdos. Eu sou ex-atleta de Futsal da seleção brasileira de surdos e conquistei, em 2015, o vice-campeonato mundial (Bangkok -- Tailândia).

 

A CBDS

Entidade máxima do desporto surdo no Brasil, a Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS) conta com mais de 5 mil atletas filiados, além dos profissionais que compõem suas comissões técnicas.

 

Com 37 anos de existência, a CBDS é uma instituição sem fins lucrativos, reconhecida por promover a inclusão social das pessoas surdas por meio do esporte.

 

Atualmente, a CBDS conta com 138 entidades filiadas, além de ser filiada ao Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD), à Organização Esportiva Pan-Americana para Surdos (PANAMDES) e à Confederação Sul-Americana de Esportes de Surdos (CONSUDES).

 

A CBDS tem como presidente a ex-atleta de futsal da Seleção Brasileira, Diana Kyosen, que conquistou, em 2015, o vice-campeonato mundial, em Bangkok (Tailândia).

 

A missão da CBDS

Segundo dados do IBGE (2019), no Brasil existem quase 11 milhões de pessoas com deficiência auditiva, e a CBDS acredita que o esporte é um importante meio para as pessoas surdas demonstrarem sua capacidade e fortalecerem sua autoestima.

 

Além de realizar e participar de competições nacionais e internacionais, a CBDS participa, apoia e promove atividades socioeducativas com o objetivo de orientar surdoatletas, seus familiares e profissionais. Também existe um trabalho para descobrir talentos do esporte, fortalecendo entidades e ampliando a prática regular e saudável de atividades físicas, para pessoas surdas.

 

Patrocínio Loterias CAIXA

Em setembro, a CBDS assinou um contrato de patrocínio com as Loterias CAIXA, momento considerado histórico para a instituição, por ser o primeiro contrato formal da CBDS, em toda sua existência.

 

O patrocínio vem permitindo que a CBDS tenha mais estrutura e recursos para disputar os campeonatos brasileiros em diversas modalidades, além de permitir ao Brasil sediar os Jogos Pan-Americanos de Futsal e de Badminton de Surdos, em 2022, além da Surdolimpíada Nacional, realizada em dezembro de 2021, na cidade de São José dos Campos (SP).

 

A CBDS tem patrocínio das Loterias Caixa e do Governo Federal. Para o evento, a entidade conta com o apoio da Azul Linhas Aéreas, que está transportando toda a delegação técnica e voluntários, além do ICOM-Libras, que disponibilizou a equipe de intérpretes de Libras para a delegação brasileira.

 

Para saber mais sobre os preparativos acompanhe o site da CBDS.

 


 

 


O surdoatleta Dauber Roque recebeu a tocha das mãos da presidente da CBDS, Diana Kyosen e do presidente do Comitê Internacional, Gustavo Perazzolo (Foto: Cleberson Portella)

 


 


A presidente da CBDS, Diana Kyosen e o presidente do Comitê Internacional, Gustavo Perazzolo (Foto: Cleberson Portella)

 

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