Dia da Latinidade é marcado pela mudança no perfil do imigrante brasileiro no exterior



 

Foto: Freepik


De operário a profissional altamente qualificado: muda o perfil do brasileiro que imigra para os EUA. Dados do Bureau of Labor Statistics, nos EUA, mostram que dos 27,2 milhões de trabalhadores estrangeiros empregados com 16 anos ou mais, a maior parte, mais de 33%, trabalha em administração, negócios, ciências e artes. O percentual é muito maior que os 13% que atuam em Construção e Manutenção (serviços que há pouco mais de 10 anos eram os mais atraentes a imigrantes que iam aos EUA).
 

O Dia da Latinidade é comemorado anualmente em 21 de abril. Esta data visa homenagear a cultura, história e tradição do povo latino, que está principalmente representado pela América Latina, formada por grande parte das Américas do Sul e Central. Nos EUA, muito embora tenha aumentado o número de prisões de imigrantes na fronteira com o México - quase 210 mil apreensões - o maior número em 22 anos. E um aumento de 24% se comparado com o mesmo mês em 2021. Outro fenômeno marca a data na comunidade latina, principalmente a brasileira.
 

Jornalista, escritor e pesquisador da imigração americana, Rodrigo LIns (divulgação: onevox)

“Passamos a um novo perfil de imigrantes que chegam aqui nos EUA nos últimos 5 anos. Eles estudam mais e estão buscando vir legalmente. Isso facilita suas vidas aqui na terra do tio Sam. De acordo com as últimas informações do Bureau of Labor Statics dos EUA, os imigrantes agora estão trabalhando mais em serviços educacionais, gestão, artes e ciências”, afirma Rodrigo Lins, jornalista, escritor e pesquisador da imigração americana.
 

Common Application, uma plataforma online para centenas de escolas nos EUA, confirma o cenário apresentado pelo pesquisador. A plataforma revelou que‎ o número de candidatos internacionais a procura de vagas para estudo nos EUA cresceu 34% desde 2020.

 

Um novo perfil
 

Dado oficial nos EUA mais recente mostra que 44,7 milhões de imigrantes residiam nos Estados Unidos. Em 2018, a parcela de imigrantes que trabalhavam nos EUA já era três vezes maior que o número registrado em 1970, quando somente 5% da força de trabalho era imigrante. Uma outra pesquisa do Instituto Pew Research Center, baseada em dados do governo americano, comprova que entre 2007 e 2016 a população imigrante não autorizada nos EUA encolheu 13%. Em contrapartida, a mesma pesquisa mostra que a população de imigrantes legalizados cresceu 22% no mesmo período. Um aumento de mais de 6 milhões de pessoas.
 

“Mais da metade dos trabalhadores imigrantes nos EUA (56 por cento) trabalham em áreas ligadas à indústria. Mais de 20 por cento dos proprietários de novos negócios estabelecidos nos EUA eram imigrantes em 2014, o número mais que dobrou em 2019. Os imigrantes fundaram 51 por cento das empresas iniciantes do país, agregando um valor de mais de US$ 1 bi à economia americana”, afirma Rodrigo Lins, que lançou em 2019 o livro internacionalize-se com parâmetros para trabalhar e viver legalmente nos EUA.
 

Lins explica que sobre o perfil dessa onda imigrante, uma pesquisa do Bureau of Labor Statistics (Departamento de trabalho) nos EUA, o percentual de estrangeiros que integram o mercado de trabalho americano e que possuem um diploma de bacharel ou formação superior é, atualmente, de 36,9%. Os que detêm diploma de ensino médio são 25,1%, percentual muito próximo ao de americanos nativos com diploma de ensino médio.
 

Um estudo de pesquisadores brasileiros divulgado em 2017 mostrou que os domicílios chefiados por imigrantes brasileiros nos Estados Unidos tiveram uma renda domiciliar média de US$ 55.463 de dólares. Este rendimento anual foi superior ao dos domicílios chefiados pelos outros imigrantes (US$ 49.484) e superior ainda ao dos chefiados por americanos nativos (US$ 54.455).

 

*Rodrigo Lins é Mestre em Comunicação, Pesquisador da Imigração americana, Professor universitário, jornalista e escritor. Teve a carreira reconhecida como extraordinária pelo Governo Americano em 2016 e reside legalmente nos EUA. É autor do livro “Internacionalize-se: Parâmetros para levar a carreira profissional aos EUA legalmente”, lançado em 2019. Dirige a agência de Comunicação, Marketing e Imprensa multinacional Onevox Global com sede nos EUA.

Postar um comentário

0 Comentários