MAM São Paulo: 37ª edição do Panorama da Arte Brasileira apresenta comissão curatorial plural e artistas de diferentes regiões do país

 

"Sob cinzas, brasa" é o título da 37ª edição da tradicional exposição do MAM São Paulo, que busca reforçar os valores da diversidade e aprofundar ideais democráticos

 


Em sentido horário: Claudinei Roberto da Silva, Vanessa Davidson, Cristiana Tejo e Cauê Alves 
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Durante o período emblemático do bicentenário de independência do Brasil, o Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe a partir do dia 23 de julho o 37º Panorama da Arte Brasileira, que propõe desconstruir paradigmas naturalizados em relação ao Brasil colônia. Em contraponto, neste ano, também é celebrado o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, marco para o modernismo brasileiro que trouxe um novo e amplo cenário cultural, com artistas de distintas regiões do país.


 

“O Museu de Arte Moderna de São Paulo destaca a importância do Panorama no circuito artístico contemporâneo e na própria história do museu, sendo parte significativa da fase de reestruturação que o MAM passou no final dos anos de 1960”, comenta Elizabeth Machadopresidente da Diretoria do MAM.


 

Com grupo curatorial diverso, composto por Cauê Alves, Cristiana Tejo, Vanessa Davidson e Claudinei Roberto da Silva, a edição deste ano, o 37º Panorama, enfatiza as problemáticas e barbaridades de um país que ainda não se constituiu como civilização, refletindo este cenário com obras de artistas de diferentes gerações, com diversidade etnico racial e de gênero.


 

Para o curador Claudinei Roberto da Silva"Democraticamente, procurou-se assegurar os valores da diversidade entendendo que eles aprofundam ideais democráticos também sancionados nos projetos que através das suas qualidades confirmam, a resiliência e a primazia da arte e da cultura do país. Nas projeções desses artistas permanece o ancestral e dialético simbolismo da cinza e da brasa, do fogo que é, às vezes, propiciatório. Simbolismo também elaborado na cosmologia dos que vieram antes, dos originais habitantes do país.".


 

A mostra valoriza a dimensão pedagógica da arte e prospecta rupturas estruturais. Ainda em um mundo pandêmico, o Panorama propõe investigar como os artistas enraizados no Brasil têm enfrentado os múltiplos problemas causados pelo modelo de desenvolvimento adotado nos últimos séculos. "A série de mostras Panorama da Arte Brasileira, iniciada em 1969, sem dúvida, está entre as mais importantes da América Latina em relevância cultural e artística. O 37º Panorama conta com a curadoria de uma equipe plural, assim como o time de artistas convidados", comenta Cauê Alvescurador da instituição.

curadoria se baseou em signos que interligam de maneira sutil à brasa, como símbolo de resistência e também de ambiguidade, trazendo uma diversidade de pontos de vista e pesquisas. De acordo com a curadora Cristiana Tejo, "é uma grande responsabilidade fazer parte da equipe curatorial de uma exposição tão importante quanto o Panorama da Arte Brasileira num ano de enorme complexidade como o atual. Por isso me sinto honrada de acompanhar meus brilhantes colegas nessa tarefa de pensar e articular juntes os ciclos, a ambiguidade e a potência que a palavra brasa carrega".

Já Vanessa Davidson sinaliza que imagina “as obras diversificadas neste Panorama como a manifestação da Fênix renascendo das cinzas, nascida mais uma vez, mais potente do que nunca”. Única estrangeira da equipe, ela destaca que, olhando de fora para dentro, a seleção plural de artistas realizada pela curadoria, “reflete a paisagem extraordinariamente dinâmica da arte contemporânea brasileira, tão forte que sua ressonância se estende internacionalmente”.


 

Sobre Cauê Alves
 

Cauê Alves é bacharel, mestre e doutor em Filosofia pela FFLCH-Universidade de São Paulo. Desde 2020 é curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Desde 2010 é professor do Departamento de Artes da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP. Entre 2016 e 2020 foi curador-chefe do MuBE, onde realizou ao lado de outros profissionais as exposições Ambiental: arte e movimentos (2019), Burle Marx: arte, paisagem e botânica (2018-2019), premiada pela ABCA, Amazônia: os novos viajantes (2018) e Pedra no Céu: Arte e a Arquitetura de Paulo Mendes da Rocha (2017). Foi co-curador, com Vanessa K. Davidson, de Past/ Future/ Present: Contemporary Brazilian Art, no Phoenix Art Museum, Arizona, USA e MAM-SP (2017-2019). Foi curador assistente do Pavilhão Brasileiro da 56a Bienal de Veneza (2015). Publicou texto no catálogo da exposição Mira Schendel, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, e Pinacoteca do Estado de São Paulo (2014) e Tate Modern, Londres (2013). Fez a co-curadoria de Más Allá de la Xilografía, no Museo de la Solidaridad Salvador Allende, em Santiago, Chile (2012). Foi curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011) e co-curador, com Cristiana Tejo, do 32º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2011).

 

Sobre Claudinei Roberto da Silva

 

Claudinei Roberto da Silva (professor, curador, artista visual) nasceu em 1963 em São Paulo onde vive e trabalha. Formado pelo Departamento de Arte da Universidade de São Paulo. Como curador realizou entre outras, a exposição Sidney Amaral “O Banzo, o amor e a Cozinha” 1º prêmio Funart para artistas e curadores negros -- Museu Afro Brasil, a “13ª Bienal Naïfs do Brasil” no Sesc Piracicaba e a série “Pretatitude. Insurgências, emergências e afirmações. Arte afro-brasileira contemporânea” para várias unidades do Sesc São Paulo e curador convidado para o projeto de “Pesquisa MAC USP Processos Curatoriais - Curadoria Crítica e Estudos Decoloniais em Artes Visuais: Diásporas Africanas nas Américas”. Coordenou, entre outros, o Núcleo Educativo do Museu Afro Brasil. Coordenador Artístico Pedagógico do projeto multinacional “A Journey trough African diáspora” do American Aliance of Museums em parceria com o Museu Afro Brasil e Prince George African American Museum. Foi Bolsista Programa “International Visitor Leadership Program” do Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos. Faz parte do conselho curatorial do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Tem obras no acervo do Museu Nacional de cultura afro-brasileira MUNCAB em Salvador, Bahia.
 


Sobre Cristiana Tejo

 

Cristiana Tejo (Recife, 1976) é curadora independente e Doutora em Sociologia (UFPE). É co-fundadora do Espaço NowHere (Lisboa) e investigadora do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa, onde foi pesquisadora do projeto Artistas e Educação Radical na América Latina: anos 1960/1970. É cocuradora da Residência Belojardim, no Agreste de Pernambuco. Foi Coordenadora de Programas Públicos da Fundação Joaquim Nabuco (2009 -- 2011), Diretora do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (2007-2009) e curadora de Artes Plásticas da Fundação Joaquim Nabuco (2002-2006). Cocurou o 32º Panorama da Arte Brasileira do MAM -- SP e o Projeto Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural (2005-2006). Curou a Sala Especial de Paulo Bruscky na X Bienal de Havana (2009). Vive e trabalha em Lisboa.

 

Vanessa Davidson
 

Dra. Vanessa K. Davidson recebeu seu B.A. em Literatura Hispano-Americana de Harvard University, e estudou arte latino-americana e poesia argentina na Universidad de Buenos Aires, Argentina, e português na Universidade de São Paulo. Ela recebeu uma bolsa Fulbright-Hays para conduzir pesquisas de tese doutoral na Argentina e no Brasil, e recebeu seu doutorado na História da Arte Latino-Americana do Século 20 e 21 do Instituto de Belas Artes, da New York University. Ela trabalhou no Museum of Fine Arts de Boston, bem como no Metropolitan Museum of Art. No Phoenix Art Museum, trabalhou como a Shawn e Joe Lampe Curadora de Arte Latino-Americana durante oito anos, durante os quais ela organizou doze exposições de grande escala, duas das quais viajaram internacionalmente. Ela assumiu a função de Curadora de Arte Latino-Americana no Blanton Museum of Art na cidade de Austin, Texas, em 2019.

 

 

Sobre o MAM São Paulo

 

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.


 

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.


 

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.


Serviço
37º Panorama da Arte Brasileira - sob as cinzas, brasa
Curadoria: Cauê Alves, Cristiana Tejo, Vanessa Davidson e Claudinei Roberto da Silva

Período expositivo: De 23 de julho 2022 a 15 de janeiro de 2023
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portões 1 e 3)

Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)

Telefone: (11) 5085-1300

Ingresso: R$25,00. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário.
Ingressos serão disponibilizados online no link.
Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de SP, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.

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