Brasil tem potencial para ampliar negócios com países árabes na Gulfood 2022


Em 2021, Cdial Halal contabilizou 80% de crescimento nas empresas certificadas no setor de alimentos industrializados


Da esquerda para direita Khalaf Khalaf, Osmar Chahine, Nabil Molla e H.E. Saud Al- Askar na Gulfood 2020

São Paulo, fevereiro de 2022 - O mercado árabe tem se mostrando cada vez mais atrativo aos produtos brasileiros. Apesar de ser o maior exportador de comida halal do mundo, ainda há muito potencial para que o país possa expandir os negócios com os países do eixo árabe-muçulmano, e as empresas brasileiras tem acreditado neste potencial em diversos setores, como os produtos de maior valor agregado. Esse cenário é comprovado pelos números: em 2021, na Cdial Halal houve um aumento de 53% entre as empresas brasileiras certificadas, sendo que as certificações das empresas alimentos industrializados foi uma dos estiveram em destaque, com 80% de crescimento em 2021.

As expectativas são promissoras para o mercado halal: representa quase 1/3 da população mundial e deve movimentar em torno de US$ 5,74 trilhões até 2024, de acordo com dados do State of the Global Islamic Economy.

Dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira apontam que em 2021as exportações brasileiras para os 22 países da Liga Árabe somaram mais de US$ 14 bilhões, um aumento de 26% em relação a 2020. Só no setor de alimentos as exportações brasileiras somaram US$ 8,92 bilhões em 2021, uma alta de 9,52% sobre 2020.

E a participação na Gulfood é uma forma de buscar novas oportunidades e ampliar venda de produtos de valor agregado. “Temos destaque na exportação de proteína animal. Somos líderes na exportação de carne de frango halal. Porém, as indústrias brasileiras de diversos setores têm enorme potencial para explorar esse mercado em ascensão, como fármacos, cosméticos, dentre outras. As portas desse mercado estão abertas, porque o Brasil conquistou a confiança dos consumidores de produtos halal”, explica o CEO da Cdial Halal, Ali Saifi.

O gerente de Relações Internacionais da Cdial Halal, Omar Chahine, explica que o Brasil conquistou a confiança desse mercado devido à qualidade e o rigor na legislação e produção brasileiras, o que se torna um requisito que contribui para que as empresas brasileiras conquistem a certificação halal. “O processo de certificação analisa toda a cadeia, como a matéria-prima, insumos, transporte e armazenamento, para garantir, dentre outras coisas, que não haja contaminação cruzada com produtos ilícitos, como a carne suína”.

O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Osmar Chohfi, ressalta que este ano a Câmara terá um stand na Gulfood com ainda mais variedade de produtos de alto valor agregado. “Alguns desses produtos são o açaí processado e os molhos saborizados, segundo as preferências do consumidor árabe. Antes vendidos à granel, agora como resultado do esforço para estimular as empresas a ofertar cada vez mais produtos processados aos mercados islâmicos e árabes, com a certificação halal”.

Importante ressaltar ainda a diversificação do mercado halal e abertura para outros produtos brasileiros. O Brasil certificava somente proteínas, mas hoje há oportunidade para commodities, produtos lácteos, aditivos alimentares, cosméticos, fármacos, dentre outros.

“O selo halal não é destinado somente à comunidade muçulmana, mas a toda população que busca por alimentos seguros e com rastreabilidade”, comenta Chanine.

Gulfood – A 27ª edição do maior evento anual de fornecimento de alimentos e bebidas do mundo, que abrangerá 21 salas do Dubai World Trade Center (DWTC), destacará o status dos Emirados Árabes Unidos na vanguarda da mudança do setor e papel de liderança no enfrentamento de questões globais com o lançamento da Gulfood Zero Waste, uma campanha global em parceria com restaurantes e hotéis impulsionando a iniciativa de desperdício zero globalmente. O evento será realizado de 13 a 17 de fevereiro, no Dubai World Trade Center.

Os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (UN-FAO) indicam que um terço dos alimentos do mundo é desperdiçado, o que equivale a 1,3 bilhão de toneladas anuais a um custo de US$ 1 trilhão. Além do impacto ambiental prejudicial, o desperdício também se traduz na perda de nutrientes e recursos (água, terra, mão de obra, energia e custo) investidos na produção de alimentos.



A Gulfood Zero Waste irá iluminar o caminho para abordar esta grande questão global, com chefs de 30 restaurantes, cafés e cozinhas escuras dos Emirados Árabes Unidos focando em práticas sustentáveis ​​usando produtos locais por meio de workshops e masterclasses externos.



A iniciativa também fornece uma plataforma para empresas locais e orientadas para o impacto, incluindo uma parceria com o The Waste Lab, que está implementando soluções para reaproveitar alimentos, como compostagem, com benefícios sociais e econômicos. O Mega Impacto Zero Waste da Gulfood 2022 no local terá como objetivo coletar 1.000 kg



de desperdício de alimentos para produzir 400 kg de composto, o que equivale a uma economia de emissões de CO2e de 1.000 kg.



A campanha inovadora culminará em uma cerimônia de premiação reconhecendo os restaurantes líderes em desperdício zero. A Gulfood 2022 destacará o papel fundamental dos Emirados Árabes Unidos em impulsionar a mudança global do setor de F&B para melhor com um mergulho profundo nas tendências e técnicas definidas para transformar o setor para sempre. O Gulfood Zero Waste é uma iniciativa global com o objetivo de estimular o diálogo e o movimento entre os formuladores de políticas, líderes do setor e comunidades para adotar uma abordagem pró-ativa na adoção de iniciativas de desperdício zero, que podem ajudar a acabar com as discrepâncias entre o desperdício de alimentos e a fome ao mesmo tempo em que desempenha um papel na abordagem das mudanças climáticas.



Cdial Halal - É a certificadora da América Latina acreditada pelos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes (EIAC) e do Golfo (GAC), o que confere seriedade e competência nos segmentos que atua. Também é a primeira da América Latina a conquistar a categoria “N” para cosméticos e fármacos. Esta certificação é aceita em todo o mundo, inclusive nos países de maior população muçulmana como Malásia, Indonésia, Singapura e Golfo Pérsico (ou Golfo Árabe).


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