Poupança: entenda seus benefícios e malefícios



Tem sido cada vez mais comum ouvir falar de educação financeira no Brasil, graças à disseminação da internet e também a fatores culturais e políticos. Nesse contexto, falar de poupança é algo importante e até mesmo urgente.

Primeiro porque há muitos textos, opinadores e até especialistas que vivem aconselhando as pessoas a deixarem de utilizar esse recurso, colocando ele em detrimento de investimentos de vários tipos, inclusive na Bolsa de Valores.

Sem denegrir tais alternativas, o fato é que, para isso, primeiro é preciso entender bem o papel e funcionamento da própria poupança. Assim como para comprar uma bateria 60 amperes ou de 120 amperes, é necessário entender o papel de cada uma.

Ou seja, é vital compreender as vantagens e desvantagens de qualquer recurso ou mecanismo antes de decidir-se a respeito dele. Além disso, também é preciso falar da poupança como um recurso que traz maior segurança financeira.

Esse assunto é tão importante, que hoje algumas grandes empresas fazem acompanhamento financeiro pessoal com cada um dos seus funcionários, como modo de garantir que suas finanças sigam em ordem e que isso não gere estresse.

De fato, esse fator se tornou tão dramático no nosso estilo de vida atual que já existe até um quadro clínico nesta área, chamado de estresse financeiro, ou dinheirofobia. No caso, o medo é da falta de dinheiro e não da presença dele.

Em alguns casos, a pessoa deixa de fazer algo prazeroso ou mesmo importante, como comprar uma lona para piscina redonda, que pode preservar a segurança de crianças e animais, por medo de gastar o dinheiro e depois precisar dele.

Lembrando que o que define o quadro como um problema psicológico é quando isso ocorre de modo incontrolável, como quem deixa de gastar com algo essencial, ou mesmo quando há dinheiro disponível, mas por medo de um futuro incerto.

Já a poupança no sentido em que vamos falar aqui é algo importante. Inclusive, ela vai na contramão desse problema clínico, já que traz justamente a segurança que pode mitigar problemas como a ansiedade e a angústia pela falta de recursos.

Além do mais, a poupança também tem um percentual de rendimento, indo muito além de simplesmente guardar dinheiro e deixá-lo parado na conta. O que também já abre a frente de alguns aspectos que para algumas pessoas soa como malefício.

Por isso decidimos tratar do assunto, abordando tanto os benefícios quanto os malefícios, assim cada um pode decidir por si mesmo até onde é vantajoso e quando se torna desvantajoso se esforçar para manter uma poupança no banco.

Um ponto interessante é que isso também pode ser feito por tempo pré-determinado, e não necessariamente de modo contínuo ou perpétuo. Por exemplo, para comprar os móveis planejados quarto solteiro pequeno, depois a pessoa parar de usar.

Diante de tudo isto, se o seu interesse como leitor é compreender de uma vez por todas o que é a poupança, qual sua modalidade de economia e até onde ela pode se encaixar como uma luva para os seus propósitos, então basta seguir a leitura.

Poupança: do que se trata?

Antigamente conhecida como caderneta de poupança, esse recurso nada mais é do que uma modalidade de conta bancária voltada para pessoas que desejam guardar certas quantias de dinheiro.

Um traço típico da conta poupança é que ela não costuma ter muitas movimentações. Daí que seu oposto seja a conta corrente, que é muito mais movimentada.

Inclusive, o termo “caderneta de poupança” tem um sentido baseado em algo que antigamente era literal, que é o fato de que as pessoas ganhavam uma caderneta ou caderno para tomar nota do depósito mensal que faziam.

A partir disso, também conseguiam calcular a incidência percentual de quanto ia ser rendido em cima do saldo que ia crescendo gradativamente.

Historicamente, a conta poupança existe desde o surgimento da própria Caixa Econômica Federal, fundada ainda em 1862, por Dom Pedro II, antes da República.

A proposta central sempre foi fazer o dinheiro parado render, além de ser acessível a qualquer momento. Então, se a pessoa que sacar total ou parcialmente, para pagar a limpeza de couro sintético do sofá da sala ou por qualquer outro motivo, sem problemas.

Depois do ano de 1915 essa legislação mudou em alguns pontos, alterando o rendimento que era de 6% fixos para um valor variável.

Após isso, vários decretos passaram a ter a função de regular o valor do rendimento. Além disso, outros bancos também começaram a oferecer a opção de abrir uma conta poupança, não só a Caixa Econômica Federal.

Geralmente, essa conta é atrelada a uma conta corrente, o que não raro obriga a pessoa a ter as duas opções, mesmo que não vá usar a corrente.

A relação com os impostos

Um aspecto realmente positivo e que chama atenção na hora de falar da poupança é sua relação com os impostos mais comuns dos bancos brasileiros, sejam os públicos ou privados.

Na verdade, trata-se de um dos poucos investimentos existentes em nosso sistema financeiro que não deve satisfação nenhuma ao Imposto de Renda.

Por exemplo, a compra de qualquer bem de valor agregado mais alto, bem como aluguéis e até reformas feitas em casa precisam ser mencionadas.

Claro que a troca de um simples transformador de corrente bipartido não precisa ser detalhada, mas reformar mais estruturais, como a construção de um novo cômodo, precisam.

Já no caso da conta poupança você não precisa fazer nada disso, de modo que o Imposto de Renda não incide sobre o rendimento obtido por meio dela e nela depositado.

Inclusive, há outra incidência muito comum, que é a do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que também não ocorre no caso da poupança. O que ocorre quando se trata de aplicações como fundos, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e afins.

A proporção do investimento

Em contrapartida, se é possível falar das vantagens de isenção de impostos, também é preciso considerar que, enquanto investimento ela pode até ajudar uma pessoa a economizar dinheiro, mas muitas modalidades que surgiram depois a superam.

A tal ponto que é comum dizer que aplicar dinheiro na poupança é o mesmo que emprestar dinheiro ao Governo Federal. 

Comparativamente, aplicações em empresas públicas têm um retorno mais agressivo, porque a administração é outra, tais como:

  • CDB: Certificado de Depósito Bancário;

  • CDI: Certificado de Depósito Interbancário;

  • LCA: Letra de Crédito do Agronegócio;

  • LCI: Letra de Crédito Imobiliário.

Para entender melhor, é só pensar no caso de uma fábrica de bateria estacionária 70a, que simplesmente produz um bem de consumo e, com isso, gera riqueza. Sua administração seria perfeita para um investimento, caso ela tivesse capital aberto.

Já o Governo tem uma administração meramente burocrática, ou seja, o Estado não gera riqueza, apenas administra, o que muda tudo no impacto da poupança.

Esse é o exemplo em relação a investimentos seguros, como no Tesouro Direto. Se partimos para investimento de risco, como na Bolsa de Valores, então o percentual é ainda maior.

Além disso, não é tão simples compreender os indicadores de investimento na poupança, porque o Governo pode mudar sua remuneração a qualquer momento. Às vezes, ela incide sobre a inflação, ou sobre a taxa Selic, e daí em diante.

Também tem a questão de que, mesmo tendo liberdade sobre o valor, podendo sacar a qualquer momento, isso não quer dizer que não há implicações negativas para isso.

Na verdade, o rendimento é computado a cada período mensal. Por exemplo, se você deixa o valor parado de 1 de janeiro a 1 de fevereiro, terá o rendimento do mês.

Contudo, se você sacar um valor para instalar um kit gnv 6 geração no seu carro, por mais que isso não represente nem 5% do valor da poupança, você deixará de receber a totalidade do rendimento daquele mês.

Curiosidades históricas

Por fim, há questões históricas a favor e contra a poupança, as quais também podem ajudar na hora de definir se esse tipo de investimento atende seu perfil.

A favor está o fato de que, como já referido, ela existe desde 1861, portanto já provou sua necessidade e sua capacidade de prestar um serviço público, para dezenas de gerações de brasileiros.

Contra é o famoso Confisco da Poupança, de 1990, quando o Pacote Collor simplesmente confiscou todas as poupanças do país, sem aviso prévio.

Os valores de pessoa jurídica, como uma empresa que lida com lixo infectante e tem uma conta corrente de tipo CNPJ, não foram alterados em nada.

Mas todas as contas poupança de pessoas físicas passaram pelo processo de retenção do valor, o que obviamente gerou traumas enormes quanto à segurança da poupança como um todo, algo de que hoje ainda se fala.

Conclusão

Falar sobre a poupança é algo que passa pela história do próprio país, além de incluir os benefícios e desvantagens que ela pode trazer para alguém.

Com todo o contexto que aprofundamos acima, trazendo informações e até dicas práticas, fica bem mais fácil entender esses elementos e tomar decisões mais embasadas, de acordo com seus objetivos.


Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.


Postar um comentário

0 Comentários