Modelo híbrido de trabalho desafia equipes de RH a definir e gerir benefícios que realmente proporcionem vantagens aos colaboradores

 


 

*José Carlos Figueira 

 

Satisfazer, engajar e reter talentos são alguns dos principais desafios das equipes de RH e dos líderes das empresas para elevar a experiência dos colaboradores e auxiliar que eles trabalhem, desempenhem suas tarefas e vivam seus momentos de lazer de forma cada vez melhor. A preocupação tem motivo! Segundo o Employee Benefits Study, feito pela seguradora MetLife, em 2019, 55% dos profissionais são atraídos por benefícios na hora de escolher uma empresa para trabalhar e 53% afirmam que um bom pacote de benefícios aumenta a lealdade à empresa. Ou seja, há uma relação direta entre benefícios e retenção de talentos. 

 

Com a adoção do esquema de trabalho remoto e, mais recentemente, do modelo híbrido, com o colaborador trabalhando em alguns dias da semana na empresa e em outros no home office, o RH ganhou outros desafios importantes: definir novos tipos de benefícios, que sejam realmente úteis especialmente aos colaboradores no novo modelo de trabalho, e fazer o gerenciamento de contratos, fornecedores, etc. 

 

Vamos falar, primeiramente, a respeito da definição dos benefícios? Para isso, gostaria de partir da premissa de que quando uma empresa e seus líderes decidem oferecer um pacote de benefícios aos colaboradores, o objetivo central é proporcionar a esses profissionais uma melhor experiência relacionada à companhia. Normalmente, existe, por parte as corporações – e isso tem crescido especialmente nos últimos anos – uma preocupação especial com o bem-estar físico e mental dos funcionários. 

 

O objetivo neste novo cenário é fazer com que o trabalho deixe de ser visto como uma rotina mecânica e passe a ser encarado como um propósito, um fator relevante para a felicidade do colaborador. Assim, as empresas têm trabalhado mais para que o clima organizacional se torne mais agradável para todos – independente do modelo de trabalho adotado pelas equipes ou profissionais - e os benefícios são selecionados justamente com o objetivo de atender essas diferentes situações de trabalho e para criar uma experiência que agrade a todos em seu maior potencial. 

 

Desta maneira, entendo que podemos definir quatro grandes áreas e, a partir delas, analisar quais benefícios são os mais interessantes para cada equipe, tomando por base suas atividades e o modelo de trabalho adotado – presencial, home based ou híbrido. 

 

A primeira delas seria a de ‘benefícios de bem-estar’, focada na atenção à saúde física e psicológica dos profissionais. Nessa categoria é possível incluir todos os tipos de planos de saúde, planos de academia, assistência psicológica, vale-refeição e vale-alimentação, cestas básicas, cartão farmácia e qualquer iniciativa que contribua com a qualidade de vida dos colaboradores. Na sequência, podemos pensar em ‘benefícios de flexibilidade’, que são aqueles que ajudam o colaborador a conciliar a vida pessoal e profissional, como os horários flexíveis, day-off, dress code flexível e licenças especiais (maternidade, paternidade, luto, etc.). Uma terceira opção é a de ‘benefícios de crescimento profissional’. Neste caso, estão contemplados auxílio-educação para cursos e pós-graduação, bolsas de estudo, vale-cultura e programas de treinamento e desenvolvimento na empresa. Por fim, temos os ‘benefícios financeiros’, cujo objetivo é ajudar o colaborador a organizar as finanças e planejar o futuro, como bônus por desempenho, participação nos lucros, compra de ações e salário sob demanda (adiantamento). 

 

Oferecer essas opções aos colaboradores certamente trará um impacto positivo para cada um deles e será, consequentemente, assertivo para a empresa. Gerenciar toda essa gama de benefícios, no entanto, pode ser uma missão complicada, dependendo do porte da empresa, quantidade de profissionais contratados e, principalmente, nível de digitalização da companhia. Uma tendência é flexibilizar o pacote de benefícios para atender uma maior diversidade de demandas. Dessa forma, o funcionário pode escolher como quer “gastar” o benefício, direcionando-o, por exemplo, para um ‘vale farmácia’ ou ‘auxílio home office’. Ao notar que não representa apenas um número na empresa, a relação entre colaborador e empregador muda para melhor e os benefícios flexíveis são uma forma de demonstrar a valorização e importância de cada pessoa para o time. Adicionalmente, as empresas deixam de gastar montantes significativos com benefícios que não são valorizados pelos colaboradores. A opção de Benefícios Flexíveis tem se tornado um dos maiores fatores de retenção de profissionais, além de agregar valor às empresas na hora de atrair novos talentos. 

 

Você já parou para pensar como está a política de benefícios e a gestão deles na sua empresa? 

 

*José Carlos Figueira é diretor da Energy People, empresa do Energy Group que oferece consultoria completa e serviços que abrangem todas as funções estratégicas e operacionais de RH – www.energygroup.com.br  

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