‘’Covid drunk’’: dependência alcoólica provocada pela pandemia da COVID-19

 Especialista Alexander Bez, alerta sobre nova condição psíquica e quais os impactos do álcool quando consumido em excesso

 

Uma das coisas que a grande maioria da população global não esperava era uma pandemia de origem animal, com a taxa de mortalidade altíssima.

 



O psicólogo Alexander Bez, comentou que tem se impressionado com o aumento de novas terminologias psiquiátricas e psicológicas nesse período pandêmico.

 

O vírus alterou significativamente à constituição do ser-humano, modificando condutas seculares, prejudicando a economia, destituindo os tratos sociais, e sobretudo fazendo inúmeras vítimas dessa doença cruel, direta e indiretamente.

 

“Um café na esquina com pão na chapa, se tornou uma roleta russa letal”, declara o especialista em comportamento.

 

A mais nova terminologia dessas alterações comportamentais chama-se: Covid drunk!

 

Consequência do estresse e ansiedade especificamente pandêmicos, devido o distanciamento social, que provocou solidão na vida de muitos indivíduos. De qualquer forma a Covid-19 tem atingido as pessoas de várias formas, principalmente pelo grau de letalidade da doença, que causa uma grande preocupação.

 

O álcool que era consumido por muitos em festas e celebrações sociais, ganhou espaço como uma “ação compensatória”, para suprir a solidão e a frustação da carência social.

“A compensação é um dos mecanismos de defesas do ego, terminologicamente criado por Freud”, esclarece Alexander Bez.

 

“Síndrome da Cabana é outra condição psíquica ressuscitada após 100 anos exclusivamente por conta da pandemia, nesses quadros o individuo se coloca em extrema ‘restrição social’, conhecida como ‘isolamento social’, no entanto esse deveria ser praticado apenas nos estágios de contaminação viral, e nunca por livre arbítrio”, completou o especialista.

 

Os sentidos e sentimentos de inadequação psicológica, são compensados pela ação da Covid drunk, onde continuamente se espera uma diminuição da sensação provocada pela pandemia, de insatisfação e incompetência pelas inúmeras vidas perdidas.

 

Essa condição de recorrer ao álcool como fiel escudeiro, pode ser algo grave para pessoas que já possuem uma dependência alcoólica ou até mesmo para quem já tinha propensão, porém faltava um gatilho psicológico, que se dá justamente pelas incertezas e inconstâncias da pandemia.

 

Essa nova conduta de compensação dada pelas adversidades, faz uma manifestação sobre outro comportamento indo além do estado emocional, que é a efetivação de uma dependência no álcool, gerada de maneira “psicológica compensatória pandêmica”.

 

A condição psíquica provoca dificuldades em um tratamento que já é delicado, e agora terá que enfrentar outra barreira, o vírus que motivou essa dependência, principalmente para aqueles que perderam amigos, familiares e até mesmo negócios, além das questões gerais como a segurança na pandemia por meio da não aglomeração, uso de mascarás e vacinação.

 

“Essas ações moldadas por uma certa incoerência, pioram de forma significativa o ‘Covid drunk’, potencializando o consumo irrestrito de álcool, gerando mais dificuldades a essa condição e simultaneamente aumentando a sua compensação. Devido à covid o indivíduo não terá apenas a manifestação sintomatológica da bebedeira intensa, mas também os efeitos colaterais”, alerta Alexander Bez:

 

– Aumento de peso;

– Elevação das taxas de Colesterol, Triglicerídeos e Glicemia;

– Amplificação da pressão alta;

– Agravamento da função hepática;

– Problemas no pâncreas;

– Comportamento agressivo;

– Frequência do isolamento social.

 

“Além de todo o impacto negativo que o álcool em excesso contínuo trará, como por exemplo: a destruição conjugal, a perda de uma ótima colocação profissional, como também as dificuldades financeiras (obtida por todos e quaisquer vícios)”, complementou.

 

Alexander Bez (Psicólogo) - Especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM); Especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA). Atua na profissão há mais de 20 anos.

Instagram: https://www.instagram.com/alexanderbezoficial/

 

 

 

 

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