EVENTOS: INDUTORES DA ECONOMIA OU DE AGLOMERAÇÕES?






EVENTOS: INDUTORES DA ECONOMIA OU DE AGLOMERAÇÕES?

Setor enfrenta visões distorcidas sobre o seu funcionamento e potencial



Atividades artísticas, criativas e de espetáculos ao vivo lideram o ranking dos setores econômicos mais afetados pela pandemia. A lista foi elaborada pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME) com base na variação do faturamento do setor, segundo dados da Receita Federal.



E, quase quinze meses depois do cancelamento e remanejamento de festas, eventos, congressos, seminários e principalmente feiras de negócios o Governo lançou a PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), enquanto o SEBRAE e as Associações, as empresas organizadoras de feiras e eventos e os consultores do setor vem discutindo e criando alternativas para amenizar o impacto de tantos meses.



Entre as alternativas estão: isenção tributária, parcelamento de dívidas, facilidade para obtenção de crédito, entre outros. Segundo o Managing Director da Live Marketing Consultoria, Paulo Octávio Pereira de Almeida, o Governo precisa enxergar o mercado de eventos como um alavancador de negócios. “Os eventos B2B são indutores da economia e não indutores de aglomerações e essa visão fará com que haja uma expansão do setor e não uma retração, como está acontecendo. Quando os três níveis governamentais enxergarem isso, a mudança se refletirá não só o setor de eventos, mas como também os restaurantes, hotéis, companhias aéreas e muito mais. Eventos B2B não geram aglomerações”.



Ainda de acordo com o consultor que também foi o idealizador da Expo Retomada, os organizadores dos eventos B2C, como os grandes shows ao vivo por exemplo, que dependem das aglomerações, souberam readequar os seus calendários a partir das expectativas dos participantes e por isso, P.O, como é conhecido revela o seu otimismo com relação ao futuro “se olharmos para fora, alguns países já possuem data definida para começar a retomada dos eventos, é o caso dos EUA que em agosto irá receber o Lollapalooza (B2C) em Chicago e as feiras de negócios (B2B) retornam em julho para Las Vegas. As pessoas terão que mostrar o documento de vacinação ou o teste para poder participar, mas os eventos irão ocorrer com força total. Podemos observar e aprender muito com o setor de eventos internacionais e fazer a nossa retomada da melhor forma possível, e esperamos que isso ocorra no 2º semestre”.



Além disso, P.O. que conta com mais de 30 anos de atuação no entretenimento ao vivo (B2C) e eventos corporativos com foco em negócios (B2B), acredita que o futuro para esse mercado está nos eventos híbridos (uma parcela dos participantes estará presencialmente no local e outra parcela acessará o evento virtualmente). O setor teve um grande aprendizado com a tecnologia que acelerou processos e fez com que organizadores e visitantes passassem a rever os seus projetos. “Um dos problemas do setor de feiras é a queda de relevância de alguns eventos específicos, uma questão qualitativa mesmo que já vinha ocorrendo antes da pandemia. Agora na retomada tudo vai depender da postura do organizador do evento e do nível de inovação que existe naquele setor específico. Se for um tema relevante o evento será um sucesso” – pontua.



Daqui em diante, os eventos híbridos se tornarão mandatórios e as pessoas vão poder escolher em qual formato querem acompanhar o evento, físico ou virtual, e os organizadores precisam aproveitar para observar que está acontecendo uma grande mudança de hábitos dos participantes de eventos e não ficar parados esperando organizar eventos exatamente iguais a antes do início da pandemia. “Um ponto importante que não podemos deixar de avaliar é que várias empresas experimentaram eventos totalmente virtuais e outros formatos online durante a pandemia e nestes casos o cálculo do ROI é mais visível. Os organizadores de feiras de negócio precisam esquecer a quantidade de visitantes como a principal argumentação de vendas. Agora o foco tem que ser na qualidade dos visitantes e na comprovação do ROI. Aqueles que não entenderem esta dinâmica vão fechar as portas” - finaliza.



P.O. Almeida, também conhecido como Paulo Octavio Pereira de Almeida é Managing Director da Live Marketing Consultoria, criador do podcast B.O do Marketing e durante sua trajetória, esteve à frente da primeira transmissão multicanal de um show, do lançamento de uma operadora de televisão paga via satélite, foi responsável pela realização de shows e espetáculos de grande magnitude, encabeçou o projeto de um escritório de entretenimento ao vivo e de eventos corporativos até chegar à vice-presidência da Reed Exhibitions Alcantara Machado, empresa na qual gerenciou mais de 200 feiras de negócios, e onde esteve até o ano passado. Em 2020 idealizou e realizou a Expo-Retomada, evento que reuniu os principais players da indústria de eventos para disseminar conteúdo e demonstrar os protocolos de segurança e inovações para o novo normal do setor. Atualmente cursa um mestrado na Fundação Dom Cabral com foco em eventos híbridos. Saiba mais em: www.livemarketingconsultoria.com.br

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