Certamente um bom gestor ou líder tem muito com o que se preocupar em sua rotina de trabalho. Porém, é pouco provável que haja algo tão importante e capaz de influenciar nos resultados do que manter os funcionários motivados.
Foi-se o tempo em que os superiores podiam tratar seus subordinados na “rédea curta”, como se dizia. Essa imagem de um “patrão” que fica em cima das pessoas para garantir que elas produzam é algo totalmente antiprodutivo.
Um debate muito pertinente que vem sendo feito no Brasil e no mundo é este: afinal, pelo que uma empresa paga em relação aos seus colaboradores, pela produção ou pelo horário de disponibilidade deles?
Se a empresa entende que paga pelo horário, e fica contando cada minuto do dia como quem confere um troco de moedas, ela cria um cenário. Se, pelo contrário, ela paga pela produtividade, dando espaço para cada um, então há outro cenário.
No fundo, o que está em jogo é a motivação dos funcionários, a razão pela qual eles decidem acordar todo dia e ir até a empresa. Ou, no caso do home office, iniciar o trabalho desde casa; modalidade que, aliás, reflete muito bem o que estamos dizendo aqui.
Existe prova melhor do que seja a motivação do que considerarmos o cenário de alguém que trabalha em casa, precisando fazer sua própria gestão de horários, atividades e metas?
Como seria possível obter bons resultados nessa modalidade, só que com uma cultura ultrapassada?
Por isso é que hoje as culturas organizacionais apontam para um formato muito mais consciente, que extrai do colaborador não o sentido de submissão passiva, mas um senso de obrigação que o faz pensar como se fosse o dono do negócio.
Sem isso, dificilmente uma marca vai conseguir se manter num mercado em constante mudança como é o atual. É bem provável que ela acabe perdendo espaço para a concorrência, e que os melhores talentos também prefiram trabalhar lá.
Portanto, os impactos que a cultura organizacional baseada em funcionários motivados pode trazer para um negócio é algo imensurável. Aliás, hoje existe mesmo o conceito de “ativo intangível”, ou “capital intelectual”.
O que norteia essas ideias é, justamente, a noção de que nem sempre o tesouro de uma empresa está nos cofres, ou no estoque, ou mesmo no maquinário. Ele está nos talentos que ela é capaz de motivar e colocar em função da Missão, da Visão e dos Valores.
Tanto é assim que, segundo pesquisa da Right Management, conhecida empresa de recrutamento de talentos, os funcionários motivados e satisfeitos são 50% mais produtivos.
Se você quer compreender a fundo como manter seus funcionários assim, e alinhados com esse tipo de desafio, basta seguir adiante para as melhores dicas da área.
1. Missão, Visão e Valores?
Já citamos a cultura corporativa ou organizacional, mas é preciso deixar claro que ela vai além da famosa divisão de tipo “Missão, Visão e Valores”. Infelizmente, a verdade é que tem muita empresa que simplesmente copia e cola essas informações de outro site.
Agora, imagine se você trabalha com vinho seco tinto, qual não é a importância da sua história, não é mesmo? E da tradição envolvida na produção dos vinhos, ou da fazenda que cultiva as uvas, bem como do processo e tudo o mais.
Mas não é só o setor de vinhos e bebidas tradicionais que precisa disso, toda marca precisa. Então, uma dica para dar o passo além é falar em “princípios”, e não apenas valores, atrelando eles à história da empresa ou dos sócios.
Alguns pontos que podem fazer parte desses princípios são:
- Ser guiado por um sonho grande;
- Liderança baseada no exemplo;
- Sempre dar valor à meritocracia;
- Priorizar e reconhecer os resultados;
- Buscar a formação de líderes;
- Simplicidade e humildade na postura;
- Enxugar o exagerado e otimizar.
Se a empresa lida com soluções como bolo de aniversário feminino, ela precisa ser capaz de traduzir sua missão em cada novo cliente, pois está lidando com o sonho das pessoas, e não apenas um produto como outro qualquer.
O mesmo reforço vale para segmentos que lidam com soluções mais graves, como é o caso do nicho médico, hospitalar, químico, etc. Mas também para todas as marcas.
2. Infraestrutura e equipamentos
Não é possível falar sobre valores abstratos e até sublimes sem falar na infraestrutura básica. Pode parecer que não, mas os funcionários reparam e até comentam sobre as ferramentas de trabalho.
Todo mundo sabe que uma empresa de pinturas precisa fornecer os devidos EPIs, que são os Equipamentos de Proteção Individual. Mas isso não quer dizer que o assunto só mereça atenção quando o funcionário está em risco de vida, concorda?
Às vezes um mouse que funciona bem (ou não funciona) pode fazer toda diferença, ou mesmo uma atualização/upgrade no maquinário.
Além disso, pense fora da caixa: não são apenas as ferramentas de trabalho. Lembre-se das instalações de água ou do ar condicionado do prédio, por exemplo.
3. Como vai o clima do local?
Acima das instalações físicas o que toda empresa tem é um clima profissional. Pergunte-se, sempre, que tipo de clima você está gerando; ou ainda, o que seus funcionários dizem entre si quando você não está presente.
Essa pergunta pode assustar um gestor, não é mesmo? Pode ter certeza de que poucos a fazem, e de que ela realmente pode doer, mas é extremamente necessária.
Quando você sai da mesa para reunião escritório, o que sua equipe fala sobre as metas que você colocou, ou sobre o tratamento que você deu para fulano em relação a beltrano?
Hoje existem várias atividades em grupo, dinâmicas e até pesquisas (algumas delas podem ser respondidas de modo anônimo), que ajudam nesse quesito.
4. Uma cultura de metas
Um erro muito comum é achar que motivação é “coisa do comercial”. Ou seja, que ela só é importante para quem trabalha com vendas, como se os demais colaboradores não precisassem trabalhar satisfeitos e com metas muito claras.
Afinal, se um funcionário lida com conserto de notebook para escritório, quantos equipamentos ele é capaz de consertar ou revisar diariamente?
Será que se você deixar a meta em aberto ela vai ser positiva no fim do mês? Uma dica de ouro é estabelecer metas para todos os setores, não apenas o comercial. Antes dele, vem o marketing, então estabeleça um piso de leads que precisam ser gerados.
Também entenda que meta pode ser um serviço bem-feito em menor tempo. Assim, a otimização do processo de instalação e manutenção também pode melhorar constantemente, gastando-se menos tempo e menos recursos.
5. Benefícios e planos de carreira
Se hoje as empresas esperam resultados incríveis, precisam garantir retornos incríveis. De fato, foi-se o tempo em que bastava falar sobre salário, Vale Transporte e Vale Alimentação.
Se você quiser envolvimento real e colaboradores realmente engajados, vai precisar ir além desse clichê. A dica está nos pacotes de benefícios diferenciados, para qualquer setor que seja.
Quem faz o conserto persiana e quem traz os clientes para a loja tem o mesmo valor. Aí você pode se perguntar: “Então eu vou pagar comissão pra todo mundo, mesmo para quem não vendeu nada?”.
Certamente os vendedores vão precisar de benefícios e pacotes de premiação, proporcionais às metas batidas ou superadas. Contudo, nos demais casos não se trata disso necessariamente.
A saída está no plano de carreira, o que pode ser algo simples, como um funcionário saber que ele pode subir de auxiliar de produção para técnico em sua área, eventualmente para líder e formador de outros talentos.
6. Treinamentos e capacitação
Pode haver um líder que pare de estudar? Com certeza não. Só que a mesma situação vale para todos os demais funcionários.
Se a marcenaria vai expandir os negócios e, além de atender fabricação de gaveteiro para arquivo e todo um portfólio para empresas, decide começar a atender pessoa física, os funcionários vão precisar de um curso sobre esse novo nicho de mercado.
Uma dica de ouro é não achar que tudo se resume à formação técnica. Invista também em workshops, participação em eventos e feiras, palestras motivacionais, etc. A verdade é que capacitar é diferente de treinar, você já pensou nisso?
7. Sobre atividades externas
Não existe maneira melhor de conhecer uma pessoa do que conviver com ela, não é mesmo? No mundo corporativo é possível estreitar os laços fazendo atividades externas, que vão para além das paredes da empresa.
O segredo é trazer a família e vida pessoal do colaborador para sua vida profissional, o que faz ele se sentir integrado de maneira muito mais comprometida.
Isso vai desde aquela festa de fim de ano que inclui os parentes, passando por presentinhos como uma lembrancinha com chocolate para ele levar para o cônjuge ou para as crianças (dependendo do caso), até atividades de descanso.
Hoje existem empresas que fecham pacote de retiro de fim de semana com trilha, arvorismo, tirolesa e demais atividades. Além de confraternizar a equipe, isso destaca talentos de comunicação, liderança e trabalho em equipe.
Com isso vemos como manter os funcionários motivados tem se tornado uma verdadeira ciência de gestão de pessoas, e como seguir as dicas acima podem mudar sua empresa/equipe de patamar.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
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