O fluxo de caixa é um termo que refere-se ao montante recolhido e gasto por uma empresa durante um determinado período de tempo. Esse tipo de ferramenta pode ser muito útil para o balanço do seu empreendimento.
Quando uma análise financeira do seu negócio é feita, pode ser um erro verificar apenas o dinheiro que entra através de vendas ou de contratos. Um pico durante o mês pode deixar essa análise rasa ou até mesmo incorreta, rendendo diversos problemas no futuro.
Pensando nisso, o ideal é organizar todo o movimento da empresa, tanto de lucros quanto de dividendos, para que, desta forma, você consiga compreender o balanço financeiro de forma clara.
O primeiro estudo sobre análise de balanços surgiu em 1934 pela AICPA (American Institute of Certified Public Accountants), nos Estados Unidos.
Alguns anos depois, começou um interesse no estudo direcionado à ideia de fluxo de caixa, que acabou por surgir efetivamente apenas em 1986, como uma alternativa ao método contábil da época.
Desde então, a análise de fluxo de caixa tem sido muito bem avaliada por estudiosos de economia e negócios, além de ser empregada por diversas grandes empresas ao redor do mundo.
Apesar de não ser uma análise com obrigatoriedade no Brasil, seu conteúdo continua sendo muito utilizado para compreender o fluxo financeiro de empreendimentos, por conter uma forma dinâmica de entendimento muito mais claro e fácil do que as alternativas de estudo.
No artigo de hoje, saiba mais sobre o que é o fluxo de caixa, sua importância e seus principais tipos, bem como suas vantagens ao ser aplicado na sua empresa. Acompanhe a leitura!
O fluxo de caixa na prática
Quando preparamos o fluxo de caixa, é fundamental que todas as transações durante o período escolhido sejam registradas, das menores às maiores.
Se você tem uma empresa de demolição industrial, por exemplo, é preciso registrar não só o lucro de cada contrato de prestação de serviços, mas também os custos de equipamento, manutenção e pessoal.
Isso pode ser feito tanto de forma imediata - com uma análise diária, e se não houver necessidade de urgência, uma análise semanal já pode ser o suficiente - ou até mesmo mensal, caso você queira uma visão mais ampla da economia do negócio.
Muitas vezes, entender o fluxo de caixa ajuda a escolher as melhores opções para cada tipo de empreendimento.
Talvez os gastos com a empresa estejam ficando altos por falta de automação e seja um bom momento para comprar uma máquina de automação que, a longo prazo, será uma economia constante e eficiente para o empreendimento.
A ideia do fluxo de caixa é que ele seja feito com uma determinada regularidade, pois somente com a análise constante é possível identificar as diferenças entre os períodos e como sua empresa pode estar melhorando ou piorando sua saúde financeira.
É necessário fazer uma extensa análise em cima desses registros para poder avaliar a melhor forma de agir e manter seu empreendimento com um capital positivo.
Quais são os tipos de fluxo de caixa?
Para entender melhor como funciona o fluxo de caixa e como podemos analisá-lo de maneira adequada, é essencial conseguir diferenciar os tipos de fluxo e como utilizar cada um deles, que são:
- Operacional;
- Projetado;
- Direto;
- Indireto;
- Livre;
- Descontado.
Conheça o passo a passo de como funciona cada um deles a seguir.
1. Fluxo de caixa operacional
O fluxo de caixa operacional é a análise que leva em conta apenas as operações financeiras de lucros e dividendos, que são de fato necessárias para a operação acontecer.
É uma das ferramentas mais procuradas por analistas para medir o desempenho de um empreendimento na área financeira. Entretanto, isso não leva em conta a necessidade de investimentos ou o capital de giro da empresa.
Tome como exemplo um chaveiro automotivo 24 horas. Os custos para que a operação seja efetuada levam em conta os gastos com material de reparo, energia elétrica e equipamento de locomoção até o local onde o cliente se encontra.
Na análise operacional, não serão levados em conta os investimentos necessários para que o empreendimento possa ampliar suas atividades ou sua área de atuação, ficando restrito aos dados específicos para manter a atividade em funcionamento.
2. Fluxo de caixa projetado
Neste formato de análise, é realizada uma estimativa de datas e da quantidade de dinheiro esperada pela empresa, incluindo tanto as entradas, quanto as saídas.
Este fluxo funciona como uma régua, mostrando os períodos ideais de compra e venda de mercadorias, reposição de estoque, entre outras atividades empresariais.
Voltando ao nosso exemplo de uma empresa de produtos estéticos, ao utilizar o fluxo de caixa projetado, a empresa tem condições de avaliar se um creme rejuvenescimento do rosto é viável, seus custos para produção e o lucro desejado.
Conseguindo, dessa forma, estipular datas para sua produção e viabilidade de inserir o produto no mercado.
3. Fluxo de caixa direto
Uma das formas mais comuns de análise de fluxo de caixa, neste modo, são levados em conta todos os valores de entrada e saída da empresa, incluindo investimentos.
Apesar de um pouco mais trabalhoso que os outros métodos, este é sem dúvida o que permite uma análise mais completa dos dados apresentados.
Uma empresa que trabalhe com produtos estéticos, como shampoo antiqueda sem sal, deve analisar não só o custo operacional da empresa, mas também o dinheiro que será usado para desenvolver novas tecnologias.
Isso sem contar outros investimentos para melhoria de seus produtos. Desta forma, ao apresentar o fluxo de caixa, será possível identificar minuciosamente quais são os elementos que apresentam necessidades de mudança.
4. Fluxo de caixa indireto
O fluxo de caixa indireto é uma opção que lida com a questão contábil. Ao analisar os dados coletados, ele explora o regime de competência, ou seja, os dados contábeis do período analisado para que possa planejar o futuro financeiro da empresa.
No caso de uma transportadora pequenas cargas, por exemplo, serão avaliados todos os dados necessários para que a operação continue ativa, avaliando o fluxo financeiro para gerar uma ideia de caixa constante que permita a avaliação concreta do empreendimento.
5. Fluxo de caixa livre
Este tipo de fluxo de caixa avalia o saldo disponível no empreendimento, ou seja, o valor que se encontra “livre” depois da realização de todos os pagamentos obrigatórios para o funcionamento da empresa.
De forma geral, esse valor é utilizado para pagamento de acionistas ou para diminuir o endividamento de uma companhia, além de calcular o valor que precisa ser atingido para que a empresa atinja suas metas propostas.
Um berçário de bebê, por exemplo, tem seu fluxo de caixa livre depois de verificar todos os custos de manutenção para seu funcionamento, os dispêndios com pessoal especializado, localização, equipamentos e outros custos mensais.
O valor restante, então, pode servir para pagar os acionistas da empresa ou para gerar capital, a ser acumulado para alcançar a meta estabelecida pelo proprietário.
6. Fluxo de caixa descontado
Um grande aliado nos momentos de tomada de decisão, o fluxo de caixa descontado trabalha com o valor do dinheiro diretamente no tempo.
Ele é utilizado para determinar o exato valor de uma empresa, projeto ou ativo, com base no valor do momento e em sua capacidade de gerar receita no futuro.
É empregado para entender o valor de uma empresa no momento de vender parte dela ou completamente.
Por exemplo, uma joalheria na qual o dono não tem mais interesse em manter não perde sua capacidade de gerar lucro.
Nesse momento, o fluxo de caixa descontado é ideal para calcular o quanto o empreendedor pode pedir a uma parte interessada em dar continuidade ao negócio.
Sabendo dos principais meios de análise de fluxo de caixa, é possível identificar quais mais se adaptam às necessidades de cada empresa para poder concluir as análises de fluxo.
Quais as vantagens de fazer um fluxo de caixa?
Agora você já consegue entender quais são os tipos de fluxos de caixa e sua funcionalidade básica, mas ainda resta a dúvida de quais benefícios de realizar essa análise.
A primeira e principal vantagem dessa prática é garantir que gastos desnecessários sejam evitados.
Quando você tem uma análise completa do seu fluxo de caixa, é possível manter o controle da situação financeira do negócio com o objetivo de impedir que gastos fora do planejado aconteçam, o que garante mais verba de investimento.
Ao ter um fluxo de caixa, um empreendimento que trabalhe com software para portaria virtual poderá se planejar adequadamente para realizar investimentos em novas tecnologias, garantindo que seu cliente tenha sempre o melhor produto em suas mãos.
Outro fator de melhoria importante é a capacidade de cumprir suas obrigações. Ao manter o fluxo de caixa em dia, é possível compreender os gastos que a empresa gera e manter-se sempre em dia com os custos e dividendos que possam aparecer.
Dessa forma, o empreendedor não é pego de surpresa com multas, embargos e outros problemas que o não-cumprimento das obrigações pode gerar.
Através da análise de fluxo de caixa, você é capaz de planejar o futuro a médio e longo prazo de seu empreendimento, garantindo um maior preparo econômico e segurança nas ações que realizar durante um determinado período.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
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