Aquelas mosquinhas


Amigo leitor, confesso que estou à beira de surtar.
E por quê? Porque não aguento mais essas malditas “mosquinhas de banheiro”!
Com efeito, só aqueles que estão ou já tiveram o banheiro infestado desses malfadados Psychodidae têm condições de compreender e de se compadecer da minha agonia.
E não pensem que dou moleza a eles! Combato-os, inclusive, com tecnologia. Não por isso que a raquete elétrica tornou-se a minha mais fiel parceira.
Mas mesmo eletrocutando um aqui, torrando outro ali, e carbonizando mais um acolá, eles sempre voltam… Parece uma luta inglória.
A propósito, nos últimos dias eu os encontrei no quarto, na cozinha e na sala; até na TV eu já os vi!
E com isso não quis dizer que tostei um desavisado que pousara sobre a tela, mas, sim, que meus olhos começaram a me enganar, pois ao assistir a determinados filmes, passei a identificá-los com alguns figurantes. Explico:
Ao procurar velhos seriados por meio do YouTube, reencontrei Ratos do Deserto, que assistia na adolescência, pela Record.
Pois não é que acabei reconhecendo as malditas mosquinhas nos soldados alemães?!
Como? Ora, o comando aliado, formado por quatro heróis e distribuídos em dois Jeeps, saía deserto adentro metralhando, explodindo e dizimando os comboios de Rommel.
Mas no episódio seguinte, lá estavam eles… Tinha sempre mais alemães; eles nunca acabavam!
O problema ficou tão sério que comecei a ter pesadelos com esses voadores inconvenientes.
É verdade! Em uma noite, eu era um gaulês. E assim como faziam os meus compatrícios com os esqueletos dos legionários romanos – amarrando-os em estacas e fincando-as nas estradas, a fim de desestimular novas incursões do inimigo –, assim coloquei algumas vítimas recém-incineradas ao redor do ralo do chuveiro.
Mas as legiões da retaguarda não ficaram intimidadas, e as invasões prosseguiram.
Em outra noite, eu era Dante. E como não aguentasse mais senti-los pousando ora no meu nariz aquilino ora na minha proeminente testa, resolvi aterrorizá-los de uma maneira ainda mais contundente.
Daí, tomei emprestada a emblemática inscrição que jazia no portal do inferno, e a adaptei às circunstâncias. Em seguida, peguei dois palitos de dente, escrevi a nova frase numa pequenina faixa de papel, colei suas extremidades em cada um dos palitos, estiquei-a, cravei os palitos em duas borrachas escolares – meu filho ainda não sabe quem as furou! –, e coloquei a nova advertência próxima ao ralo da pia. – “Ó, vós que daí saís, abandonai toda a esperança…”
Mas como os danados não sabiam ler, o fluxo não chegou a ser interrompido.
Em meio ao meu desespero, lembrei-me de Lara, a nossa gatinha de estimação.
Pois não tive dúvida: A cada vez que descobria um novo peludinho alado, pegava o felino, repetia em seu ouvido “mosquinha, mosquinha…” (visando a que ficasse automatizado), e indicava à caçadora nata o seu próximo petisco.
No começo, ela até que ficou bem excitada.
Mas como a oferta era interminável, o fastio aconteceu, e ela simplesmente passou a ignorá-los. Eta! gata imprestável!
Ora, por todos esses desconfortos que relatei, só me resta pedir um help… Assim, caso você, amigo leitor, conheça uma maneira eficaz de acabar com esses insetozinhos, por caridade! manda para mim (in box) a solução!
Dias Campos
diascampos1@gmail.com

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