O “Arranque!” acontece de 17 a 19 de julho no CCBB Rio, com destaque para a música periférica e dos interiores do Brasil

Foto: Andrea Nestrea
O som potente que ecoa das ruas, vielas e estradas do Brasil vai ocupar um dos espaços culturais mais emblemáticos do país: o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ). Nos dias 17, 18 e 19 de julho de 2025, o Arranque!, edição mais enxuta do Festival Paredão Ocupa o Museu chega com uma programação gratuita que ocupa espaços internos e externos do CCBB com shows, mostra de filmes e ciclos de debates.
Ao longo de três dias, o evento apresenta 16 atrações musicais de diferentes regiões brasileiras em Paredões de Som Automotivo, que ocuparão o CCBB com formatos inusitados de caixas acústicas. A abertura, no dia 17, destaca Valesca Popozuda (RJ), ícone do funk, e RDD (BA), fundador do ÀTTØØXXÁ, ao lado de DJ Bieta Original (RJ) e Baile da DZ7 (SP). Pela primeira vez no Rio de Janeiro, artistas como Paulilo Paredão (BA), DJ Boneka (PE), DJ Jeffdepl (PI) e DJ Brunoso (MA) sobem ao palco ao lado de destaques como a artista queer maranhense Emme Paixão (MA), Carlos do Complexo (RJ), Jéssica Salty (RJ), Cabra Guaraná (DF) e a headliner DJ Méury (PA), uma das maiores representantes femininas do tecnomelody. A programação marca um encontro histórico entre linguagens sonoras periféricas e promove um intercâmbio inédito entre territórios. Os shows acontecem quinta-feira (17), sexta (18) e sábado (19) a partir das 21h.
A programação inclui ainda exibição de filmes - nove curtas e um longa-metragem - e mesas de debate . Entre os temas estão o direito à cidade, os sons como identidade e o mapeamento cultural através da música que evidenciam o papel dos paredões automotivos como expressão cultural de periferias e interiores do país.
Edição anterior
A primeira edição do Festival Paredão Ocupa o Museu, realizada em 2024 no CCBB Rio, atraiu cerca de 9 mil visitantes e se firmou como uma potente plataforma de intercâmbio entre expressões culturais periféricas e do interior do Brasil. A programação reuniu grandes estruturas sonoras e diferentes musicalidades — do tecnobrega paraense ao funk carioca — em uma experiência imersiva que combinou música, dança, projeções audiovisuais e comidas típicas. A edição atual é uma edição especial, com recorte reduzido e foco no som automotivo, não está sendo considerada uma nova edição do festival, mas sim uma ação pontual. A expectativa é de que uma nova edição completa aconteça em 2026.
Debates
A edição Arranque! abre a programação no dia 17 de julho com uma série de debates que abordam o som nas ruas como expressão cultural e política. Entre os temas, estão: “Do baile à praça: quem decide o que pode tocar na rua?” (17/07), “Decibéis de resistência: sons como expressão” (18/07) e “Territórios sonoros: o som que sai das quebradas do Norte e Nordeste” (19/07). Os encontros acontecem sempre das 16h30 às 18h30 e reúnem artistas, pesquisadores e ativistas em conversas que ampliam a escuta sobre o som como forma de ocupação, identidade e resistência. A relação completa dos participantes será divulgada em breve.
Programação Musical
A programação musical do festival reúne representantes de diferentes territórios e estilos ligados à cultura dos paredões, criando um verdadeiro panorama sonoro das periferias e interiores do Brasil. A abertura, no dia 17 de julho, terá Valesca Popozuda (RJ), ícone do funk e voz de hits como “Beijinho no Ombro”, e RDD (BA), referência na fusão de ritmos afro-brasileiros com pop e eletrônico. Completando a noite, DJ Bieta Original (RJ) e autenticidade e o Baile da DZ7 (SP) nascido em Paraisópolis.
Na sexta, 18 de julho, a pista esquenta com o som potente de DJ Jeffdepl (PI) e a força de Paulilo Paredão (BA), que leva o ritmo do pagodão baiano para o paredão, em diálogo com Carlos do Complexo (RJ),Cabra Guaraná (DF), o clássico Bonde das Maravilhas (RJ) e o envolvente Pocket Resenha Black Bom (RJ).
No sábado, 19 de julho, traz uma forte presença do Norte e Nordeste com DJ Méury (PA), DJ Boneka (PE), Brunoso (MA), DJ Dan Absoluto (PA), além da carioca DJ Jessica Salty. O destaque da noite é o pocket show de Emme Paixão (MA), uma artista queer maranhense que mistura batidas eletrônicas e poesia falada em uma performance potente e sensível. Juntas, as atrações constroem um mosaico rítmico e territorial da música periférica brasileira.
Mostra de Cinema
O festival também exibe curtas e um longa-metragem que exploram o som automotivo como manifestação cultural e política em diferentes regiões do Brasil. A mostra de cinema será aberta com o documentário Terror Mandelão, de Felipe Larozza e GG Albuquerque, que revela os bastidores da cena automotiva e a ascensão de nomes como DJ K, o Bruxo, em São Paulo. O curta Fluxo também se passa na capital paulista e retrata o baile funk como espaço de identidade e resistência para a juventude periférica, além do filme Beat é Protesto, que traz o funk através da ótica feminina.
Do Norte do país, o destaque é Raízes amplificadas: Technobrega em Belém, produção que traça uma breve história das tradicionais aparelhagens sonoras do Pará e sua importância na cultura tecnobrega. Já no Nordeste, o som dos paredões aparece sob múltiplos olhares: Maremoto, curta ficcional do Rio Grande do Norte, insere os paredões no contexto de uma trama de juventude; Eleição é Festa, de Aracaju, mostra o uso dos carros de som em campanhas políticas inusitadas protagonizadas por personagens como Batman e Robin; e O Homem que Era Luz, da Bahia, narra a história emocionante de um inventor de trio elétrico, revelando a potência sonora como forma de celebração e identidade regional.
O Sul também marca presença com Auto Som Pia, curta que apresenta um panorama do som automotivo no Paraná, abordando a cena local com olhar documental e sensível. Em conjunto, os filmes da mostra evidenciam como os sistemas sonoros — de paredões a trios — são ferramentas de expressão, resistência e pertencimento em diversos territórios brasileiros.
O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Mais sobre os artistas
Valesca Popozuda (@valescapopozuda)
Valesca Popozuda é um ícone do funk e uma das precursoras do gênero nos anos 2000, à frente da Gaiola das Popozudas. Em carreira solo, emplacou sucessos como “Beijinho no Ombro” e “Sou a diva que você quer copiar”. Atualmente, segue em ativa com lançamentos e parcerias com nomes como Anitta, Dennis e Gloria Groove.
RDD (@rafadiasdays)
Rafael Dias, fundador do grupo ÀTTØØXXÁ, é um dos produtores mais inovadores da música pop brasileira. Natural da Bahia, destaca-se por mesclar eletrônica, trap e ritmos afro-brasileiros como o pagodão. Produziu nomes como Psirico e Larissa Luz, e emplacou o hit “Elas Gostam (Polpa da Bunda)” no Carnaval de 2018. Agora, como RDD, aposta em uma carreira solo voltada ao mercado pop e afrobeats internacional.
Dj Jeffdepl (@djjeffdepl)
DJ Jeff de PL, de Paulistana, Piauí, criador do movimento Forrózinho, conquistou mais de 2 bilhões de acessos! Com seu talento em misturar ritmos, ele se tornou um ícone da música brasileira, levando a cultura nordestina ao mundo.
Paulilo Paredão (@pauliloparedao)
Desde 2015 na cena de Salvador, Paulilo criou em 2019 o primeiro paredão LGBTQIA+ do Nordeste. Com repertório diverso, é reconhecida pelo CD Apertada&Kent (2023) e por sets que misturam pagodão, axé e arrocha. Sua atuação une identidade, pesquisa musical e celebração da cultura popular.
Carlos do Complexo (@carlosdocomplexo)
Carlos do Complexo (CDC) mistura música eletrônica, R&B, funk carioca (baile funk) e música africana. Conhecido por moldar o trap/funk brasileiro desde 2015, seus trabalhos de destaque incluem Shani, Torus e NTGMX de 2024, que apresentam sons inovadores e prontos para as pistas.
Dj Meury (@djmeuryoficial)
DJ Meury, nascida em Cametá–PA, é pioneira do tecnomelody no estado e referência feminina na cena eletrônica. Produtora musical, já colaborou com nomes como MC Dourado, Pedro Sampaio e Anitta, somando milhões de streams nas plataformas. A artista também participou de eventos como Rock in Rio, Virada Cultural e o projeto Pororoca, em Nova York.
DJ Enme (@enmepaixao)
Enme é uma artista queer maranhense, uma artista influenciada pela efervescência cultural afro-indígena da região amazônica e trabalha na junção da cultura popular com a música urbana. Com referências que pautam a territorialidade em suas letras, vem desenvolvendo em suas obras a construção de uma musicalidade percussiva e digital, que une os tambores e atabaques aos beats e samples do Hip Hop. https://enme.portfoliobox.net/sobre
Brunoso (@brunosomusic)
Brunoso", um produtor musical e DJ maranhense que explora as interações entre ritmos da diáspora negra e tecnologias de música eletrônica, com foco nas periferias do Brasil. Ele não é apenas um DJ, mas também um pesquisador desses ritmos e seus cruzamentos com a música eletrônica. Já tendo colaborado com artistas como Enme Paixão, Irmãs de Pau, Pablo Vittar, Getúlio Abelha e MATEUSFAZENOROCK.
DJ Boneka (@b0neka)
Pesquisadora de música preta, DJ, produtora, assistente de figurino e direção de arte, Boneka é criadora e realizadora do selo “Baile da Boneka”, que cria uma atmosfera cultural a partir da imersão nas vertentes da música negra, além de garantir a expressão livre de corpos da juventude negra e LGBTQIAPN+ da Região Metropolitana do Recife. Com um set protagonizado majoritariamente por produções femininas, Boneka conquistou espaços fundamentais para expandir o alcance do seu trabalho de pesquisa da música afro diaspórica tendo dividido palco com grandes nomes como MC Carol de Niterói, Karol Conká, Tasha e Tracie, Nina do Porte, MC Luanna, BK e outros. Também já ocupou a grade de festivais como Coquetel Molotov, RecBeat e Rec'n Play.
DJ Bieta Original (@bieta.original)
Bieta.Original é DJ multimídia, produtora, estilista e pesquisadora das culturas afro-brasileiras e africanas. Começou sua carreira em Ibiza e, no Brasil, acumulou parcerias com artistas como Ludmilla, Luisa Sonza e Kae Guajajara. Já abriu shows de Luedji Luna, Liniker e Diogo Nogueira. Gaúcha radicada no Rio, é DJ oficial das Filhas de Gandhy desde 2017. Bieta em suas apresentações, traz para os palcos e projetos uma visão afro-contemporânea que reflete diretamente no seu figurino, sempre antenada nas tendências, a artista procura dentro da proposta artística refletir nas suas roupas o diálogo entre música e ambiente fechando um ciclo conceitual.
Cabra Guarana (@cabraguarana)
Cabra Guaraná, também conhecido como Tynkato, é DJ, produtor e criador do Baile da Cabra, onde mistura brega, funk e música brasileira com uma estética ousada e futurista. Já passou por eventos como SIM São Paulo, Casa Chandon, En Orbita (Chile) e Carnaval de Brasília. Com o lema “Sem Medo e 100 Vergonha”, entrega sets irreverentes e explosivos — sempre imprevisíveis.
Pocket Resenha Black Bom (@baileblackbom)
A Resenha Black Bom chega no Festival Paredão pra colocar todo mundo pra dançar com aulão de charme e os maiores sucessos da Black Music, comandados pelo coletivo do Baile Black Bom - projeto nascido em 2013 na Pedra do Sal, região da Pequena Africa do RJ, reconhecido como patrimônio imaterial carioca.
Bonde das Maravilhas (@bondedasmaravilhas)
O Bonde das Maravilhas é um grupo de funk formado por jovens mulheres de Niterói (RJ) que ganhou destaque nacional em 2013 com o sucesso “Aquecimento das Maravilhas”. Conhecido pelas coreografias ousadas e batidas marcantes, o grupo ficou famoso por popularizar o “passinho das maravilhas”. Representando a força feminina no funk, influenciou uma nova geração de artistas e abriu espaço para mulheres nas batalhas e bailes do gênero.
DJ Jessica Salty (@jessicasalty)
Carioca e jornalista, Jessica Salty iniciou sua trajetória artística como bailarina e atriz antes de se tornar DJ. É a primeira mulher residente do famoso Baile da Disney, onde ganhou o apelido de Princesinha do Funk. Performática e comunicativa, se destacou em rádios cariocas e hoje também canta, com vários lançamentos em andamento. Com agenda cheia e presença marcante, promete dominar o funk com seus shows e novos hits.
Baile da DZ7
Baile da DZ7 Nascido no coração de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, o Baile DZ7 é mais do que um evento cultural musical, é um patrimônio da juventude periférica, um movimento de transformação e empoderamento, que busca descriminalizar o funk e levar a cultura local para todo país e mundo.
SOBRE O CCBB RJ
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão, ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar.
Programação detalhada
Programação Musical
Entrada do público a partir das 20h.
17 de julho | quinta-feira | 21h às 02h
21h00 - 22h30: DJ Bieta Original (RJ)
22h30 - 23h30: RDD (BA)
23h30 - 00h30: Valesca Popozuda (RJ)
00h30 - 02h00: Baile da DZ7 (SP)
18 de julho | sexta-feira | 21h às 04h
21h00 - 22h30: Pocket Resenha Black Bom (RJ)
22h30 - 23h30: Bonde das Maravilhas (RJ)
23h30 - 01h00: Cabra Guaraná (DF)
01h00 - 02h00: Paulilo Paredão (BA)
02h00 - 03h00: DJ Jeffdepl (PI)
03h00 - 04h00: Carlos do Complexo (RJ)
19 de julho | sábado | 21h às 04h
21h00 - 22h30: Dj Dan Absoluto (PA)
22h30 - 23h30: DJ Boneka (PE)
23h30 - 00h00: Pocket Show Emme Paixão (MA)
00h00 - 01h00: Jessica Salty (RJ)
01h00 - 02h30: DJ Brunoso (MA)
02h30 - 04h00: DJ Méury (PA)
Mesas de debate:
Auditório – 3º andar
QUINTA-FEIRA - 17 DE JULHO - MESA DE ABERTURA
"Do Baile à Praça: Quem decide o que pode tocar na rua?"
Sinopse: Um debate sobre os critérios sociais e institucionais que definem o que é considerado ruído ou expressão cultural nas periferias. Esta mesa questiona as estruturas de poder que determinam quais sons são legitimados no espaço público e quais são silenciados, explorando como os bailes, fervos, paredões e sons automotivos se relacionam com disputas de espaço público e direito à cidade.
Participantes:
Mediador: Marcelo Rocha - Jornalista e empreendedor social, ativista climático, fundador da plataforma Ayika, conselheiro diretor do Greenpeace Brasil, conselheiro da Conservação Internacional.
Convidados:
Taisa Machado - Atriz, pesquisadora de dança e sexualidade, criadora do AfroFunk Rio. Suas oficinas debatem o lugar da mulher na sociedade através da dança e da "ciência do rebolado", explorando ritmos brasileiros, afrolatinos e diaspóricos.
Ademar Lucas - Skatista, ativista social e empreendedor conhecido como "Luquinhas da XV". Cria do Morro Santo Amaro (Rio de Janeiro), fundador do Instituto Ademafia - primeira iniciativa social de skate do Rio.
Raul da DZ7 - Raul Nunes é empreendedor social, líder comunitário e fundador do ecossistema DZ7, que inclui o Instituto DZ7, a Escola de Música e Funk de Paraisópolis, o Baile da DZ7, a Helipa Produtora, o Club da DZ7 e o DZ7 Outlet.
Barbara Vida - É e produtora cultural com atuação no setor audiovisual desde 2008. É uma das idealizadoras do Festival Paredão Ocupa o Museu, além de curadora da mostra de filmes do evento.
SEXTA-FEIRA - 18 DE JULHO
"Decibéis de Resistência: sons como expressão"
Sinopse: Discussão sobre como o funk, o piseiro, pagodão, forrozinho, e outros ritmos nos paredões são mais do que entretenimento — são formas de afirmação de identidade. A mesa explora como esses sons periféricos funcionam como linguagem política e ferramenta de resistência, questionando por que certos gêneros e instrumentos sonoros são mais reprimidos que outros por seu contexto social.
Participantes:
Mediador: Tom Grito - Poeta, produtor cultural e ativista. Integrante do Slam das Minas RJ e do TransPoetas, coletivo nacional de pessoas trans. Desenvolve residência artística no MAM Rio e atua na promoção da diversidade através da palavra e da arte como ferramentas de resistência.
Convidados:
Paulilo Paredão - Criador do primeiro paredão 120% LGBTQIA+ do Brasil, nascido em Pernambués, Salvador. DJ e produtor cultural que desenvolve festas itinerantes no formato "pague quanto puder", promovendo inclusão e visibilidade para a comunidade LGBTQIA+ periférica através do funk, pagodão e arrocha.
NA Favela - NA Favela é uma produtora audiovisual independente com atuação no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Seu trabalho é voltado para o registro, acompanhamento e valorização das festas populares e manifestações culturais que acontecem no território da favela, fortalecendo as memórias, narrativas e expressões da vida periférica.
Bruna Arcangelo - é diretora de cena e de fotografia. Encontra no cinema uma das formas mais impactantes de moldar e recriar o futuro de amanhã. A curiosidade pelas culturas do mundo levou-a a 35 países, o que contribuiu para desenvolver um olhar crítico que se traduz em uma forma potente e sensível de contar histórias através da linguagem documental.
Daya Gomes - Produtora do Baile do Santo Amaro, principal baile da Zona Sul do Rio de Janeiro, é assessora da Trilogia do Santo Amaro formada pelos DJs Fernandinho B20, Leo BigMix e EVA. Assessora Mc Breno
SÁBADO - 19 DE JULHO
"Territórios Sonoros: o Som que Sai das Quebradas do Norte e Nordeste"
Subtítulo: Brega, Reggae, Funk e Piseiro como Mapas Culturais de Resistência
Sinopse: Esta mesa debate como os sons periféricos mapeiam afetos, pertencimentos e trajetórias culturais nas cidades e interiores do Norte e Nordeste. Como os paredões e sons automotivos funcionam como instrumentos de visibilidade para juventudes negras, indígenas e populares? A discussão aborda como ritmos como o brega, o piseiro, o tecnomelody, o reggae de caixa, o arrocha e o funk regional ocupam espaços públicos, enfrentam silenciamentos e constroem redes de pertencimento e trabalho. Quais disputas simbólicas envolvem a presença desses ritmos nas ruas?
Participantes:
Mediador: Fatinha de Lima - Fatinha Lima nasceu em Ipueiras, no Ceará, chegou ao Rio de Janeiro aos dois anos e cresceu na Baixada Fluminense. A paixão pela fotografia veio do pai, que sempre dava um jeito de registrar os momentos da família. Em 2016, ajudou a criar o Favela Cineclube, unindo também o amor pelo cinema. Em 2024, decidiu se dedicar de vez à fotografia e se formou na Turma Valda Nogueira, da Escola de Fotografia Popular – Imagens do Povo. Desde então, usa a imagem para contar as histórias do território onde vive.
Convidados:
Jeffdepl - DJ especializado em piseiro e funk, reconhecido pela produção de sets "remasterizados pra paredão". Tem atuação consolidada no cenário nordestino, com repertórios que misturam piseiro, funk e brega funk, distribuído por plataformas como SuaMusica e Spotify.
DJ Brunoso - Produtor musical e DJ maranhense, seu som é o resultado das pesquisas em que ele mistura os ritmos da diáspora negra com o grave da música eletrônica feita nas periferias brasileiras.
Meury - DJ e produtora paraense nascida Maria em Cametá. Pioneira na produção de hits do tecnomelody, foi a primeira mulher DJ a produzir sucessos no gênero. Criou hits como "Boquinha do animal" (com Mr. Catra), "Eta menina danada" e "O águia chegou". Participou do Boiler Room System Belém e teve seu remix de "No Chão Novinha" oficializado por Pedro Sampaio.
DJ Boneka - DJ residente em Recife, atua nas noites da capital pernambucana. Autodescreve-se como habitando "dentro de um corpo negro, estranho e favelado", desenvolvendo curadorias sonoras que misturam diversos ritmos periféricos.
Mostra de Cinema:
Cinema II
Longa-metragem:
17 de julho | quinta-feira |19h
Terror Mandelão, de Felipe Larozza e GG Albuquerque
O documentário acompanha a cena do funk paulista a partir da trajetória de DJ K, o Bruxo, explorando os bastidores da produção musical e a potência cultural dos bailes periféricos. Com estética vibrante e narrativa imersiva, o filme retrata o funk como linguagem de resistência e afirmação.
Classificação indicativa: 16 anos | Ano: 2024
Curtas-metragens:
18 de julho | sexta-feira | 19h
Auto Som Pia
A sociedade sempre se organizou em diferentes estruturas: clãs, feudos, tribos, crenças religiosas entre tantas outras. E por que não se organizar ao redor de caixas de som? O documentário Auto Som Piá pretende mostrar um pouco do universo das “equipes” que existem no Paraná e organizam as festas de Som Automotivo, além de se tornarem algo muito parecido a “clãs” pela forma como unem e mantêm relações entre seus membros.
Classificação indicativa: livre | Ano: 2015
Fluxo
Acompanha Fábio, jovem negro da Cidade Tiradentes–SP, que enfrenta conflitos internos enquanto caminha para um baile funk com amigos. O curta investiga afetos, identidade e juventude no extremo leste da cidade, território central da cultura funk.
Classificação indicativa: 12 anos | Ano: 2023.
Baile da Princesinha Jéssica Salty
No “Baile da Disney”, realidade e fantasia se entrelaçam ao som do batidão, com vestidos de princesa, fogos de artifício e a presença vibrante do povo.
Classificação indicativa 14 anos l Ano: 2022
Eleição é Festa
Eleições municipais de 2012. Batman e Robin tentam uma vaga na Câmara Municipal de Aracaju.
Classificação indicativa: livre | Ano: 2013.
O Homem Que Era Luz
O documentário resgata a trajetória de Alfredo da Luz, inventor do primeiro trio elétrico de Irará (BA), e sua relevância para o carnaval e a cultura musical do interior baiano.
Classificação indicativa: livre | Ano: 2025
19 de julho | sábado | 19h
Maremoto
Após frustrar-se com a paixão pelo mergulho em alto-mar, Léo a filha mais nova de um pescador, decide mudar o curso da sua vida e abre uma oficina de motos. Porém, a volta do seu irmão Maço com o GPS do pai que se encontra doente, faz Léo considerar fazer um último mergulho para resgatar um tesouro esquecido.
Classificação indicativa: livre | Ano: 2023
Raízes amplificadas: Technobrega em Belém
Como parte da série SYSTEM do Boiler Room, fomos a Belém – a porta de entrada do Brasil para o Rio Amazonas – para apresentar uma expressão única da cultura sound system no coração da cidade, hospedada em enormes estruturas conhecidas como "aparelhagem". Na série "Amplified Roots: Belém", conversamos com os membros da comunidade que dão vida à sua cultura – dos DJs aos carpinteiros – que dedicam suas vidas a essa expressão cultural tipicamente nordestina.
Classificação indicativa: livre | Ano: 2024
24H COM O ARTISTA: ENME
Em 1 dia, acompanhamos a rotina e o trabalho de uma Drag Queen, entre shows e preparativos.
Desmistificando rótulos, apresentamos a realidade de uma ARTISTA.
Classificação indicativa: livre | Ano: 2019
Beat é Protesto
Onde estão e quem são as minas que compõem o movimento do funk? O funk sempre foi uma forma de protesto e ser mulher também é! O documentário retrata a cena do funk de protesto em São Paulo pela ótica feminina. Com depoimentos de artistas trans, cis e drags — MCs, DJs, produtoras e dançarinas — o filme investiga o papel da mulher no funk underground da última década.
Classificação indicativa: 16| Ano: 2019
Serviço
“Arranque!, edição especial do Festival Paredão Ocupa o Museu
Entrada gratuita
Data: 17, 18 e 19 de julho de 2025 | quinta, sexta e sábado.
Horários:
Ciclo de debate - 16h30
Mostra de filmes - 19h
Apresentações musicais quinta-feira - 21h às 02h
Apresentações musicais sexta e sábado - 21h às 04h
https://www.instagram.com/festivalparedao
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