Theatro São Pedro apresenta Fidelio, única ópera de Beethoven


 

Com Cláudio Cruz na direção musical e William Pereira na direção cênica, montagens acontecem nos dias 18, 20, 23, 25 e 27 de abril, tendo no elenco cantores como Eiko Senda, Eric Herrero, Gustavo Lassen e Licio Bruno 

 


Tenor Eric Herrero (Florestan) e soprano Eiko Senda (Leonore/Fidelio). Crédito: Íris Zanetti

 

Theatro São Pedro, equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, inaugura a temporada lírica em abril com uma programação de impacto: Fidelio, a única ópera escrita por Ludwig van Beethoven (1770-1827), será encenada nos dias 18, 20, 23, 25 e 27 de abril. 

 

A obra pode ser considerada uma “ópera de resgate”, termo usado para designar um tipo de óperas que, especialmente no final do século XVIII e início do XIX, na esteira da Revolução Francesa, conquistaram enorme sucesso entre a França e a Alemanha. Nessas óperas, um personagem é resgatado de uma situação de perigo por outro, geralmente seu par amoroso. Muitas vezes, como é o caso em Fidelio, não apenas o ser amado é salvo, mas a própria verdade é trazida à tona. Florestan, preso político, cumpre dois anos de encarceramento injusto, enquanto Leonore, sua companheira, assume a identidade masculina para se infiltrar na prisão como guarda, numa arriscada missão para libertá-lo.

 

As montagens terão o maestro Cláudio Cruz à frente da Orquestra do Theatro São Pedro e William Pereira na direção cênica. No elenco, a soprano Eiko Senda viverá Leonore/Fidelio, Eric Herrero (tenor) será Florestan, Gustavo Lassen (baixo) interpreta Rocco e Licio Bruno (baixo-barítono) assume o papel de Don Pizarro.

 

“Em Fidelio, Beethoven nos lembra que a liberdade e a justiça não são meras abstrações; elas são conquistas diárias que exigem coragem, ética e a força do amor como instrumento de redenção”, afirma o encenador William Pereira, destacando que a obra transcende sua época e nos coloca diante de questões urgentes. “O que fazemos quando o poder oprime? Como manter a fé no humano em tempos sombrios?”

 

Segundo ele, a montagem transpõe a ação para um espaço atemporal: uma prisão política que poderia estar em qualquer lugar do planeta. “Ao conectar o século XVIII ao XXI, buscamos ampliar o alcance simbólico desse drama. O sofrimento e a esperança dos personagens ecoam nos conflitos contemporâneos, desde campos de refugiados até celas onde a dissidência ainda é punida”, diz.

 


Theatro São Pedro. Crédito: Heloísa Bortz

 

 

De acordo com Pereira, Fidelio é um exemplo magistral do equilíbrio entre música e teatro, pois a ópera preserva a estrutura do singspiel (forma de drama musical em alemão), unindo passagens faladas a trechos musicais de profundidade comovente. A alternância cria uma dramaturgia única, onde o texto potencializa a música e a música, por sua vez, eleva o texto a um plano quase transcendental.

 

“Montar Fidelio hoje é mais do que revisitar um clássico; é resgatar Beethoven como uma voz que denuncia as tiranias e reivindica o direito à liberdade em um mundo constantemente ameaçado pela opressão. Que esta ópera nos inspire a não apenas imaginar, mas a lutar por um futuro mais humano e justo. Beethoven nos dá as ferramentas, e cabe a nós ouvi-lo e agir”, ressalta.

 



Soprano Eiko Senda (Leonore/Fidelio) e tenor Eric Herrero (Florestan). Crédito: Íris Zanetti

 

TRANSMISSÃO AO VIVO 

 

A récita de 25 de abril, sexta-feira, às 20h, será transmitida ao vivo gratuitamente pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro, em: Link 

 

TEMPORADA LÍRICA | ORQUESTRA DO THEATRO SÃO PEDRO  

  

Fidelio 

Orquestra do Theatro São Pedro

Cláudio Cruz, direção musical

William Pereira, direção cênica

Bruno Costa, regente coral

Fábio Bezuti, preparador vocal

Giorgia Massetani, cenografia

Antônio Rabàdan, figurino

Wagner Pinto, iluminação

Ligiana Costa, dramaturgismo

Eiko Senda, Leonore/Fidelio

Eric Herrero, Florestan

Gustavo Lassen, Rocco

Licio Bruno, D. Pizarro

Lina Mendes, Marzelline

Mar Oliveira, Jaquino

Andrey Mira, D. Fernando

Willian Manoel, Primeiro Prisioneiro

Ádamo, Segundo Prisioneiro

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770 – 1827)

Fidelio, Op. 72b

 

***

 

Fidelio 

Ensaio geral aberto e gratuito: 16 de abril

Récitas: 18, 20, 23, 25 e 27 de abril

Quartas e sextas-feiras às 20h; domingos às 17h

Local: Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171 - São Paulo/SP)

Classificação etária: 14 anos

Ingressos: R$ 41 (meia-entrada) a R$ 124 (inteira), aqui 

 

THEATRO SÃO PEDRO 

Com mais de 100 anos, o Theatro São Pedro, instituição do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, gerido pela Santa Marcelina Cultura, tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século XIX para o XX quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo. Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas. Nesses mais de 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural, e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp. Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de La Cenerentola, de Gioacchino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional, obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país.  

 

SANTA MARCELINA CULTURA 

Eleita a melhor ONG de Cultura de 2019, além de ter entrado na lista das 100 Melhores ONGs em 2019 e 2020, a Santa Marcelina Cultura é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social de Cultura pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas. Criada em 2008, é responsável pela gestão do GURI e da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom Jobim). O objetivo da Santa Marcelina Cultura é desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Desde maio de 2017, a Santa Marcelina Cultura também gere o Theatro São Pedro, desenvolvendo um trabalho voltado a montagens operísticas profissionais de qualidade aliado à formação de jovens cantores, instrumentistas, libretistas e compositores para a prática e o repertório operístico, além de se debruçar sobre a difusão da música sinfônica e de câmara com apresentações regulares no Theatro. Para acompanhar a programação artístico-pedagógica do Guri, da EMESP Tom Jobim e do Theatro São Pedro, baixe o aplicativo da Santa Marcelina Cultura. A plataforma está disponível para download gratuito nos sistemas operacionais Android, na Play Store, e iOS, na Apple Store. Para baixar o app, basta acessar a loja e digitar na busca “Santa Marcelina Cultura”. Para baixar o app, basta acessar a loja e digitar na busca “Santa Marcelina Cultura”.

 

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