Projeto anual do Museu dedicado ao mundo da fotografia abre ao público no feriado de 1º de maio, com entrada gratuita e programação especial com visitas guiadas, conversa com artistas, oficinas e mais
Casal na Chuva, na Rua Barão de Limeira, 1952 | Crédito: German Lorca
Maio Fotografia no MIS é um projeto anual de exposições fotográficas que ocupa globalmente todas as galerias do Museu da Imagem e do Som, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Ao longo dos anos, diversos fotógrafos e fotógrafas de diferentes origens e gerações ocuparam o espaço do museu, dando protagonismo a um dos suportes mais presentes na coleção do próprio MIS: a fotografia. Em 2025, o público confere as mostras: “A São Paulo de German Lorca”; “Can you feel it?”, de Bruce Talamon; “O Trabalho”, de Jean Manzon; “Seja o que Deus quiser”, de Dani Tranchesi; “Solaris” - Nova Fotografia; e “Suportes da Memória”, do Acervo MIS. Para marcar a abertura da exposição, no dia 1º de maio (feriado de Tiradentes), o público conta com entrada gratuita e uma programação especial durante todo o dia.
PROGRAMAÇÃO | Abertura especial e gratuita | 1º DE MAIO
11h30 - Visita guiada “A São Paulo de German Lorca”, com os curadores Adriana Rêde e José Henrique Lorca - Os curadores apresentam detalhes das obras de German Lorca a partir de sua relação com a cidade, seus personagens e suas perspectivas. O tour inclui o panorama de registros de Lorca feitos de modo mais formal, por encomenda ou não, chamados de “documentais”, suas sequências de maior liberdade criativa, chamadas de “artísticas”. Adriana Rêde é curadora de arte moderna e contemporânea e desenvolveu nos últimos anos pesquisa profunda na obra de Lorca, homenageando-o com uma exposição retrospectiva exclusiva na Chapel School. José Henrique Lorca é filho de German Lorca, pesquisador e professor de fotografia na Faap e responsável pelo legado da coleção Lorca.
Ingresso: Gratuito (30 vagas) | Local: Espaço expositivo 2º andar | Duração: 90min
12h30 - Encontro com a artista Lara Ovídio - O programa Nova Fotografia seleciona, por meio de convocatória aberta, ao menos seis novos fotógrafos que ganham uma exposição exclusiva no MIS e suas obras incorporada em seu acervo. Uma das séries selecionadas é “Solaris”, de Lara Ovídeo. A artista, que desenvolveu um trabalho inusitado e instigante, revendo a relação do homem com a apreciação de imagens e da natureza, faz um bate-papo descontraído com o público, respondendo a perguntas e curiosidades sobre seu trabalho e sua pesquisa.
Ingresso: Gratuito (20 vagas) | Local: Espaço Expositivo Térreo | Duração: 45min
14h - Visita guiada “Seja o que Deus quiser”, com o curador Diógenes Moura - O curador Diógenes Moura conduz um passeio pela seleção de imagens que compõe a exposição da fotógrafa Dani Trnchesi. O projeto expográfico, também assinado por ele, vira personagem na narrativa proposta e integra e expande o espaço. O público terá espaço para fazer perguntas e interagir com o curador na parte final da visita. Ingresso: Gratuito (30 vagas) | Local: Espaço expositivo 1º andar | Duração: 60min
15h - Oficina “Faça sua câmera escura”, com Núcleo Educativo MIS - O Núcleo Educativo MIS convida para desvendar o funcionamento de um instrumento óptico, conhecido desde a Grécia Antiga, bastante popular no Renascimento e fundamental para o desenvolvimento da fotografia: a câmera escura. Ingresso: Gratuito, inscrições 1h antes na bilheteria do museu (10 vagas) | Local: Área externa | Público: a partir de 6 anos, crianças precisam estar acompanhadas de um adulto para auxiliar | Duração: 60min
16h - Talk-visita “O acervo MIS e os processos fotográficos” com Cecília Salamon e Patrícia Lira - O Acervo MIS é composto de mais de 200mil itens, entre eles uma significativa coleção de fotografias e equipamentos fotográficos. Patrícia Lira, coordenadora do acervo do MIS e Cecília Salamon, curadora da exposição “Suportes de memória”, realizam um bate-papo com o público sobre a variedade da coleção do museu e sobre os processos fotográficos escolhidos para explorar na curadoria da exposição que integra o Maio Fotografia no MIS 2025.
Ingresso: Gratuito, ingressos 1h antes na bilheteria do museu (30 vagas) | Local: Espaço Maureen Bisilliat | Duração: 60min
17h - Bate-papo com Bruce Talamon - O fotógrafo americano Bruce Talamon tem sua obra celebrada em destaque no Maio Fotografia no MIS 2025, numa exposição inédita e exclusiva. O artista, famoso por ter conseguido fazer um raio-x completo da produção musical pop afro-americana, realiza uma conversa online com transmissão ao vivo no auditório MIS.
Ingresso: Gratuito, inscrições 1h antes na bilheteria do museu (170 lugares) | Local: Auditório MIS | Duração: 60min
SOBRE AS EXPOSIÇÕES | MAIO FOTOGRAFIA NO MIS 2025
“A São Paulo de German Lorca”, com curadoria de Adriana Rêde e José Henrique Lorca. A exposição busca revelar um olhar singular e contínuo sobre a cidade de São Paulo, registrado ao longo de aproximadamente 70 anos. Dos primeiros cliques amadores feitos por volta de 1947, quando o fotógrafo tinha pouco mais de vinte anos, até os últimos registros marcantes por volta de 2017/2018, o conjunto testemunha as transformações profundas da capital. Das ruas do bairro do Brás, onde nasceu, à imensidão da metrópole que São Paulo se tornou, essas imagens compõem um retrato afetivo e histórico da cidade em constante movimento.
Saguão de embarque do Aeroporto de Congonhas, 1961 | Crédito: German Lorca
Sobre o fotógrafo: German Lorca (São Paulo, 1922-2021) tem uma obra que compõe um grande recorte, de 70 anos da fotografia brasileira, e suas imagens dispensam palavras como registro histórico. Também contam em detalhes, e de forma poética, o desenvolver da Cidade de São Paulo. Lorca fez parte de um novo movimento, uma nova forma de expressão fotográfica, o alvorecer de uma estética moderna na fotografia brasileira. Afilia-se ao Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo, hoje objeto de estudo mundialmente por seu vanguardismo. Possuiu um olhar único para sua época, capaz de conjugar fotografia e arte, diversa da fotografia convencional pictórica. Com as contínuas experiências que desenvolvia com sua câmera, influenciou gerações de artistas. Convidamos a leigos que observam suas imagens, antigos e novos públicos, a interpretar de forma livre seu mundo ilusório, embora originário de um olhar real.
“Can you feel it?”, de Bruce Talamon. A exposição inédita do fotógrafo afro-americano Bruce Talamon leva ao público uma fatia de seu expressivo trabalho de registro fotográfico musical. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, Bruce esteve frente a frente com os maiores artistas da cena pop americana, cobrindo um sem-número de ensaios, shows e turnês de ícones da R&B, Funk e Soul. A mostra inclui ainda registros feitos pelo fotógrafo no final da década de 1980 no Brasil, em sua primeira viagem ao país. A seleção de imagens nunca foi vista em exposição fora dos EUA e chega ao MIS inspirada pelo impacto do livro “Bruce W. Talamon - Soul R&B Funk. Photographs 1972–1982”, lançado pela editora Taschen em 2018.
THE JACKSONS 5, São Francisco, dezembro de 1976 | Crédito: Bruce Talamon
Sobre o fotógrafo: Bruce Talamon (Los Angeles, 1949) é um fotógrafo afro-americano, especializado no registro de figuras da cena artística. Suas lentes ajudaram a moldar o imaginário visual da música negra dos anos 1970 e 80. Desde o início de sua trajetória teve acesso privilegiado a bastidores de shows, ensaios, turnês e estúdios, fotografando de Aretha Franklin a Michael Jackson. Seu trabalho não se limitou aos palcos: Talamon também foi fotógrafo em sets de filmagem, trabalhando com cineastas como Steven Spielberg e estrelas como Denzel Washington, Tom Hanks e Julia Roberts. Um importante marco de sua carreira foi o lançamento do livro "Bruce W. Talamon: Soul, R&B, Funk. Photographs 1972–1982", lançado em 2018. A publicação é uma coletânea inigualável de imagens que celebra a era de ouro da música soul americana — muitas delas inéditas até então.
“O Trabalho”, de Jean Manzon. A exposição apresenta o olhar sensível e épico de Jean Manzon sobre o trabalhador brasileiro. Reconhecido como um dos grandes nomes do fotojornalismo e documentarismo do século XX, Manzon — fotógrafo francês radicado no Brasil desde 1940 — registrou com estética cinematográfica um país em transformação. As imagens reunidas destacam o valor do trabalho humano em meio ao ideal de progresso nacional, exaltando operários, agricultores e personagens anônimos como protagonistas da construção de um futuro promissor. Com beleza, força e idealismo, suas fotografias revelam a dimensão heroica do cotidiano.
Energia I. Construção da adutora de água da Usina Light, Rio de Janeiro, 1948 |Crédito: Jean Manzon
Sobre o fotógrafo: Jean Manzon (Paris, 1915 - São Paulo, 1990) foi um fotógrafo e cineasta francês radicado no Brasil. Após atuar em revistas francesas, em 1940, aos 25 anos, Jean Manzon deixa a França e desembarca no Brasil, onde era impossível prever o impacto de seu trabalho na história brasileira: Manzon mudou o padrão de qualidade de fotojornalismo no país. Em pouco mais de uma década é reconhecido pelo público e pela imprensa brasileira cativados por seu talento fotográfico e por sua brilhante carreira. Ao lado de outros ilustres franceses, como Pierre Verger, Claude-Lévi Strauss e Blaise Cendrars, Jean Manzon figura entre os estrangeiros que muito colaboraram para consolidação do nosso mais caro patrimônio: a cultura brasileira. O corpo de seu trabalho, nas mais variadas vertentes do registro imagético reúnem mais de 750 documentários em curta-metragem e mais de 15.000 fotografias.
“Seja o Que Deus Quiser”, de Dani Tranchesi, com curadoria de Diógenes Moura. Trata-se de uma ideia sobre um país, Brasil, ainda desconhecido entre nós mesmos, que não entra pela porta da frente, mas sim desvia o caminho em busca de um tempo presente que será sempre uma passagem. Nada por dentro de cada uma dessas imagens é definitivo. Nada por dentro de cada uma dessas palavras será eterno, esse verso inventado para que o homem possa suportar a própria existência, o próprio egoísmo. Aqui, por dentro das imagens e das palavras, estaremos sempre à beira do abismo porque é assim que somos de verdade. Por isso a luta incessante para proteger o que nos é mais valioso e não permitir que esse sopro de humanidades – o que se costuma chamar de ‘cultura’ - seja transformado em material de consumo, em um produto descartável.
Imagem da série “Seja O Que Deus Quiser” |Crédito: Dani Tranchesi
Sobre a fotógrafa: Dani Tranchesi (São Paulo, 1968) é fotógrafa de rua, do instante e do inesperado. Seu trabalho percorre o cotidiano e a cultura popular brasileira, sempre entre o que é comum e o inusitado. Realizou exposições marcantes como “Seja o que Deus quiser” e “O que os olhos não veem o coração não sente”, com curadoria de Diógenes Moura. Participou do projeto “Terra em Transe” e teve suas obras presentes no festival de fotografia de Arles, na França. Seus projetos mergulham no Brasil profundo, das feiras paulistanas aos parques de diversão. Formada em Comunicação pela ESPM, atua desde 2016 em projetos autorais com forte apelo poético e documental.
“Solaris” - Nova Fotografia 2025, de Lara Ovídio. A série é uma ficção científica pós-apocalíptica em que só sobreviveram imagens. Fotografias feitas em museus, lugares turísticos e apropriadas da internet se tornam fluorescentes e sedutoras quando expostas à luz UV. Excesso e repetição aceleram a substituição da realidade por imagens.
Imagem da série “Solaris” | Crédito: Lara Ovídio
Sobre a fotógrafa: Lara Ovídio (Natal, 1985) é artista e professora. Em seus trabalhos com vídeo, fotografia e texto, constrói ficções científicas que mesclam imagens de passados remotos e futuros obsoletos. Utiliza procedimentos como montagem, colagem e apropriação. É doutoranda em Artes Visuais na ECA-USP, onde desenvolve a pesquisa Escatologia e integra o grupo de pesquisa Depois do Fim da Arte, coordenado por Dora Longo Bahia. Em 2024, realizou estágio doutoral na University of the Arts London. Vive e trabalha em São Paulo.
“Suportes da Memória”, Acervo MIS - com curadoria de Cecília Salamon. A exposição de fotografias do Acervo MIS retrata os primeiros cem anos do desenvolvimento da história da fotografia. O foco da exposição está na mudança da materialidade dos processos fotográficos, desde a daguerreotipia surgida em 1839 até o uso das emulsões de gelatina e prata na década de 1880, que possibilitaram a invenção do cinema. São apresentados trabalhos de fotógrafos com importantes registros documentais da expansão urbana e das transformações culturais da cidade de São Paulo em fins do século 19 e início do século 20.
Visor estereoscópio Unis France Standard para diapositivo de vidro e fotografia em papel | Crédito: Acervo MIS
A programação é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo, e Museu da Imagem e do Som, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e com o apoio do ProAC.
O MIS tem patrocínio institucional da B3, Vivo, Valid, Kapitalo Investimentos, Goldman Sachs, Sabesp e TozziniFreire Advogados e apoio institucional das empresas Unisys, Unipar, Grupo Comolatti, Colégio Albert Sabin, PWC, TCL SEMP, Telium e Kaspersky.
SERVIÇO
MAIO FOTOGRAFIA NO MIS 2025
Local: Diversos espaços do museu
Abertura: 1º de maio, feriado de Tiradentes*
Data: 1º.05 até 22.06
Ingresso: R$10,00 (inteira) e R$5,00 (meia). Ingressos via Megapss ou na bilheteria do museu. *Abertura com entrada gratuita em todos os horários e atividades.
Classificação: Livre
Museu da Imagem e do Som – MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| (11) 2117 4777
SITE www.mis-sp.org.br
REDES
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