Evento técnico da Expo Rio Preto SICREDI destaca o cacau como nova oportunidade de negócio para produtores da região

Em cinco anos de cultivo da ‘matéria-prima do chocolate’, já são cerca de 30 produtores e 300 hectares de plantação na região noroeste de São Paulo. Inscrições para o Intertech Cacau já estão abertas!

Em uma terra fértil, onde cana-de-açúcar, laranja, borracha, soja e milho são os cultivos que despontam com mais força, o cacau surge como uma nova oportunidade para produtores da região de São José do Rio Preto. Evento técnico da 61ª Expo Rio Preto SICREDI, o InterTech Agro chega à sua segunda edição com uma frente dedicada ao cacau, com palestras, mesas redondas e case de sucesso.

O InterTech Cacau ocorre no dia 3 de outubro, das 9h às 18h, no Recinto de Exposições Alberto Bertelli Lucatto. A atividade é gratuita. Para participar, basta realizar a inscrição pelo site Sympla.

Presente no Brasil desde o século 17, o cacau é associado a climas mais quentes e úmidos, como o Sul da Bahia e o Pará – estado que lidera a cacauicultura no País. Entretanto, o projeto para inserir o cacau no cenário agro de Rio Preto começou em 2019, após visita de pesquisadores da Comissão Executiva do Plano Lavoura Cacaueira (Ceplac), de Ilhéus, que constataram o potencial da região para a produção.

Segundo André Seixas, coordenador institucional da Expo, diretor de agronegócios e vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp), já são cerca de 30 produtores envolvidos no plantio e aproximadamente 300 hectares ocupados pela matéria-prima do chocolate.

“Nossos plantios de cacau são recentes, por isso estamos no início da produção. É importante que o público esteja capacitado para aproveitar ao máximo as oportunidades em suas lavouras”, comenta.

Programação de peso

Um dos destaques do InterTech Cacau é a palestra ministrada por Priscyla França, conhecida pelo trabalho artesanal na criação de chocolates finos e consultora técnica dos livros de confeitaria e chocolate da Le Cordon Bleu. A expectativa é que o evento incentive produtores e chocolateiros da região de Rio Preto a conquistarem espaço na cacauicultura em amplitude nacional.

Outra palestra de peso durante o InterTech Cacau é a do PhD em Genética e Melhoramento Vegetal Dário Ahnert. Expert no fruto e coordenador do Programa de Melhoramento de Cacau, o pesquisador sênior aborda o desenvolvimento de novos clones da espécie para áreas de expansão do cacau no Brasil, que pode aumentar a produtividade e qualidade, adaptando o cultivo a novas regiões.

Para arrematar a programação, será apresentado neste InterTech um case de sucesso de plantação no semi-árido baiano, em condições climáticas mais rigorosas que Rio Preto nos quesitos temperatura e precipitação. Além disso, uma palestra sobre o processo de mecanização no cultivo e na colheita do fruto também será ministrada, levando em conta o investimento crescente em maquinário, especialmente em fazendas da Bahia.

Nova forma de plantar

Uma das inovações na plantação de cacau em Rio Preto é o consórcio. Diferentemente da cabruca – técnica que consiste em cultivar a espécie sob a sombra de árvores nativas da Mata Atlântica –, o consórcio é feito com plantio de outras culturas na mesma área.

“Temos feito um consórcio de cacau com bananeiras e seringueiras e nossa lavoura fica mais ensolarada. O cacau é uma cultura que sempre teve a crença de que precisava de sombra. Na verdade, ele precisa de luz para produzir e hoje já existem plantios a pleno sol”, diz Seixas.

Nos primeiros três anos de consórcio, a bananeira é utilizada para promover a sombra inicial na plantação. Após esse período, o cacau pode ser conduzido sozinho. Já a seringueira é utilizada em meio às lavouras cacaueiras e proporciona conforto térmico, como um pouco de sombra e a quebra de vento, que pode danificar a planta.