Ciclo de palestras, debates e cursos com olhares para práticas para um turismo decolonial
As atividades acontecem entre os dias 23 e 30 de abril, com inscrições abertas a partir de 28 de março
Ilustração: Elisa Carareto
O turismo é uma atividade que se realiza a partir da relação com o outro, sejam visitantes, trabalhadores diretos e indiretos, seja pela população local que constitui e é constituída por aquele território. Neste sentido, é fundamental refletir, sobre as responsabilidades e implicações de cada envolvido nesta atividade.
Este compromisso ético na operacionalização da atividade turística é um dos princípios orientadores do Programa de Turismo Social realizado no Sesc e, na perspectiva de ampliar um compromisso responsável nessa área, no ano de 2015, o Sesc São Paulo foi a primeira instituição brasileira a assinar o Código Mundial de Ética do Turismo da Organização Mundial do Turismo da ONU [UNWTO – United Nation World Travel Organization]. No ano seguinte, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc iniciou o ciclo anual com objetivo de refletir sobre questões presentes nas viagens e no turismo, do ponto de vista de turistas, de profissionais, de acadêmicos e de comunidades anfitriãs, em uma ação que visa o fomento de cadeias produtivas responsáveis no setor.
Na quinta edição, o ciclo de debates torna o olhar para os movimentos e proposições que questionam a colonialidade presente na base dos trânsitos turísticos, e promove encontros para amplificar práticas, pesquisas e modelos de organizações locais, com o tema “Reorientar a bússola, descolonizar a viagem”. Durante os dias 23 a 30 de abril, acontecerão uma série de debates e formações com intelectuais e representantes de comunidades tradicionais abordando temas como o direito e privilégio do “ser turista”; a viagem na filosofia de povos originários; a resistência, os desafios e proposições no turismo de base comunitária; além de perspectivas afrodescendentes sobre o turismo; entre outros.
curso on-line
“Descolonizar a cultura de viagens” - Com Bani Amor (ECU/EUA)
Dias 23 e 30 de abril. Terças, das 16h às 18h. Plataforma Zoom
R$50 / R$25 / R$15
A partir de 16 anos
A partir de uma perspectiva Queer e do questionamento “O que significa descolonizar a cultura de viagens?”, Bani Amor apresenta uma cartografia que leva em conta as relações do público viajante com aspectos históricos do lugar. Tradução simultânea (via plataforma zoom).
Bani Amor escreve sobre viagens Queer e de gênero que explora as relações entre raça, lugar e poder. Seu trabalho apareceu na CNN Travel, Fodor's, Condé Nast Traveller e Teen Vogue, entre outros veículos.
palestras e debates
“Ciclo Ética no Turismo: Reorientar a bússola, descolonizar a viagem”
Dias 24 e 25 de abril. Quarta e quinta-feira. Presencial.
R$50 / R$25 / R$15
A partir de 18 anos
Dia 24/4 (Quarta)
18h Conferência de Abertura - Reorientar a bússola, descolonizar a viagem: olhares do sul global
Com Luiz Antônio Simas, professor, compositor e escritor com dois prêmios Jabuti. Fala e pesquisa sobre brasilidades: festas, carnavais, religiosidades e culturas das ruas.
19h Mesa 1 - Quem é viajante? Entre direito e privilégio do “ser turista”
Com Flavio Daiji Kishigami, mestre e doutor em Turismo (EACH-USP), bacharel em Geografia (FFLCH-USP e FE-USP), professor do curso superior de Tecnologia em Gestão de Turismo no Instituto Federal de São Paulo, e com Bel Meyer, educadora social, mestra em turismo (PPGTUR/EACH/USP), coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário - IBEAC, co-gestora da Rede LiteraSampa.
Dia 25/4 (Quinta)
15h - A ética e a viagem na filosofia de povos originários e tradicionais
Com Leonardo Wera Tupã, estudante da Licenciatura Intercultural (Unifesp). Nascido na Terra Indígena do Ribeirão Silveiras, entre os municípios de Bertioga e São Sebastião, atuou como professor na Escola Estadual Indígena Txeru Ba'e Kua-i e atualmente como tradutor da língua guarani.
16h - Mesa 2 - Resistências, desafios e proposições no turismo de base comunitária
Com Alex Aguiar, residente do Quilombo Cafundó, em Salto de Pirapora, é agricultor e dedica-se ao desenvolvimento sustentável, Gasodá Paite Surui, indígena do povo Paiter Surui (RO), graduado em Turismo pelo Centro Universitário São Lucas (Porto Velho - RO), mestre e doutorando em Geografia (UNIR), fundador e coordenador do Centro Cultural Indígena Paiter Wagôh Pakob e Aline Bispo, mestra e doutoranda em Estado e Sociedade (UFSB), bacharel em Turismo e Hotelaria pela UNEB, assessora técnica voluntária da Rede BATUC - Turismo Comunitário da Bahia e professora dos cursos técnicos em Guia de Turismo e em Hospedagem no Colégio Central (SEC-BA).
intervalo
18h - Quilombos urbanos e memória viva na voz das ruas
Com Isabella Santos, guia de turismo credenciada, bacharela em Turismo, pós-graduada em Educação, Relações Étnico-Raciais e Sociedade, mestranda em Turismo (EACH-USP), integrante do Grupo de Pesquisa MOBTUR e idealizadora da iniciativa Sampa Negra, e Aloysio Letra, cantor e compositor.
19h - Mesa 3 - Perspectivas afrodescendentes sobre o turismo e o direito à memória
Com Ana Mumbuca, integrante do Quilombo Mumbuca, no Jalapão (TO), graduada em Serviço Social e mestre em Desenvolvimento Sustentável pela UnB. , Solange Barbosa, turismóloga, CEO da Rota da Liberdade - Programa Cultural e Turístico de Mapeamento da Diáspora Africana no Estado de São Paulo e Conselheira Nacional de Turismo pelo Coletivo Muda e Diretora e Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, geógrafo (UFBA), com pós-doutoramento em Cartografia Étnica junto ao Africa Museum, em Tervuren (Bélgica), professor pesquisador sênior do Departamento de Geografia da UnB, colaborador do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA e autor-gestor do Projeto GEOAFRO. Com mediação de Isabella Santos (Sampa Negra)
workshop
"Mulheres Negras em Cena - saberes e legados na construção da cidade"
Com Thais Fernanda A. Avelar e Marcelo Vitale T. da Silva (ANGANA)
Dia 27 de abril. Sábado, das 10h às 17h. Externa
R$50 / R$25 / R$15
A partir de 18 anos
Tomada como pano de fundo, a cidade de São Paulo será apresentada pela história de pessoas negras, evidenciando o potencial educativo de atividades turísticas comprometidas com a descolonização dos sentidos. Haverá um momento teórico e outro prático.
Thais Fernanda A. Avelar é turismóloga, especialista em Cultura, Educação e Relações Étnico-raciais e doutoranda em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades - USP. Integrou o Núcleo de Educação Étnico-Racial da Secretaria de Educação de SP. Coordena o ANGANA - Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros de SP.
Marcelo Vitale T. da Silva é historiador e doutorando em História Social pela USP, pesquisador colaborador no NEAB - Núcleo de Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade Federal do ABC - UFABC e integrante do ANGANA - Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros de São Paulo.
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O Centro de Pesquisa e Formação - CPF é um espaço do Sesc SP que articula produção, formação e difusão de conhecimentos, por meio de cursos, palestras, encontros, estudos, pesquisas e publicações nas áreas de educação, cultura e artes.
Centro de Pesquisa e Formação - CPF Sesc
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar
Horário: De terça a sexta, das 10h às 21h. Sábados, das 10 às 18h30
Tel: 3254-5600
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