Todos nós sabemos que existem preconceitos e estereótipos negativos em relação às pessoas mais velhas na sociedade, o famoso ageismo. É um problema que afeta a vida dos maduros em vários campos:
- Discriminação no mercado de trabalho em função da crença de que são menos produtivas, menos adaptáveis às mudanças tecnológicas ou menos capazes de aprender coisas novas.
- Desvalorização das contribuições e experiências vividas. As opiniões dos maduros são descartadas como obsoletas.
- Estereótipos negativos de saúde, como a ideia de que são frágeis, doentes ou dependentes.
- Exclusão social, que pode resultar em isolamento, solidão e falta de engajamento nas atividades da comunidade.
- Representação nos meios de comunicação: a mídia frequentemente retrata os maduros de forma frágil, cômica ou incapaz, reforçando os estereótipos negativos.
Tudo isso prejudica seriamente dois componentes essenciais
do nosso bem-estar emocional: a autoestima e o autovalor.
A autoestima se refere à percepção subjetiva de valor
próprio e confiança nas próprias habilidades e qualidades. É o quanto uma
pessoa se valoriza, se respeita e se sente bem consigo mesma. É a avaliação
emocional e cognitiva que alguém faz de si mesmo, influenciada por fatores como
experiências de vida, relacionamentos, conquistas pessoais, aparência física,
entre outros. Ter uma autoestima saudável envolve ter uma visão positiva de si
mesmo e acreditar em suas próprias capacidades.
Já o autovalor se refere à percepção de valor intrínseco e
importância pessoal que uma pessoa atribui a si mesma, independentemente de
suas realizações, habilidades ou características externas. Envolve reconhecer a
própria dignidade, importância e direito de ser tratado com respeito e
consideração.
Se uma pessoa se vê retratada de forma estereotipada, é
rejeitada no mercado profissional, vista como pouco interessante social e sua
contribuição de vida à sociedade é desprezada, é fácil concluir que tanto sua
autoestima quanto seu autovalor estarão lá embaixo, comprometendo seriamente
sua qualidade de vida.
A incidência de depressão entre idosos pode variar, mas
estima-se que seja relativamente alta. Uma estimativa conservadora sugere que
cerca de 15% dos maduros sofre de algum tipo de depressão, contra 5,8% da média
da sociedade brasileira. E é bem possivel que essa taxa de 15% esteja subestimada,
pois muitas vezes os sintomas são confundidos com outras condições médicas ou
atribuídos ao processo normal de envelhecimento.
Como se poderia reverter isso? Aqui estão algumas
alternativas:
- Valorizar a experiência de vida pode fortalecer a autoestima das pessoas mais velhas, judando-as a se sentirem confiantes e respeitadas. As pessoas mais velhas têm uma vida repleta de experiências, conhecimentos e habilidades adquiridas ao longo dos anos. É importante reconhecer e valorizar as contribuições que elas fizeram e continuam fazendo para a família, a comunidade e a sociedade em geral
- O envelhecimento traz mudanças físicas, como rugas, cabelos grisalhos, diminuição da mobilidade e outras transformações corporais. É importante encorajar a aceitação do processo de envelhecimento e valorizar a beleza e a sabedoria que vêm com a idade.
- Manter uma vida social ativa e engajada, através do envolvimento em atividades comunitárias, grupos de interesse, trabalho voluntário ou eventos sociais pode proporcionar um senso de pertencimento, conexão com os outros e valorização pessoal.
- Autonomia e independência: sentir-se capaz de cuidar de si mesmo, tomar decisões e realizar tarefas cotidianas contribui para a autoestima positiva. É importante apoiar e incentivar a autonomia das pessoas mais velhas
- O envelhecimento traz consigo uma sabedoria única e uma riqueza de conhecimento acumulado ao longo da vida que pode ser usado no aconselhamento e orientação das pessoas mais novas.
- Cada pessoa é única, independentemente da idade. É importante reconhecer e respeitar a individualidade das pessoas mais velhas, suas preferências, desejos e capacidades.
É importante destacar que a promoção do autovalor nas
pessoas maduras requer uma abordagem holística, que envolve o apoio emocional,
social e físico. É fundamental também promover uma cultura inclusiva e
respeitosa em relação às pessoas mais velhas, reconhecendo sua dignidade,
conhecimento e experiência.
Observação final: os maduros são frequentemente apontados
como pessoas com dificuldades em acompanhar o progresso tecnológico, que seria
a razão principal para serem preteridos na contratação profissional, no
convívio social e em outras atividades. Eu sou um cidadão de 64 anos. Se
estivesse enquadrado nos estereótipos que se associam à minha idade, eu estaria
escrevendo este texto em uma máquina elétrica IBM. No entanto, o texto que você
acabou de ler, até o parágrafo acima, foi escrito pelo Chatgpt, após eu colocar
algumas perguntas-chave.
Pessoas maduras não tem medo de tecnologia. Inteligência
artificial é parte das nossas vidas desde que Asimov nos apresentou suas três
leis da robótica, em meados do século passado.
AI só é problema para a geração mais jovem. Os maduros confiam
em Susan Calvin
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