Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças registra ampla participação feminina

 

Um ano após o lançamento, em 18 de novembro de 2021, a 7ª edição

do Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças, organizado

pela Embrapa Instrumentação (São Carlos - SP), comprova que a mudança para o formato virtual e gratuito - em função da pandemia da COVID-19 - aumentou consideravelmente o número de participações, especialmente, de mulheres.


O público feminino responde por 54.1% das 5880 inscrições. É o caso

de Mirella Romanelli Vicente Bertolo, doutoranda em Química Analítica e

Inorgânica pelo Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São

Paulo (IQSC-USP), que está nos Estados Unidos realizando parte de seus

estudos no desenvolvimento de revestimentos poliméricos comestíveis para a

extensão da vida de prateleira de morangos - tema abordado no curso.


Dupla participação


“Em relação à minha formação profissional, foi no curso de 2019

(presencial) que tive um primeiro contato com muitas das técnicas que eu

usaria durante meu doutorado, as quais ainda eram desconhecidas por mim.

Foi por meio do curso que vi, pela primeira vez, como os revestimentos

comestíveis atuam na prática. Já na edição de 2021 (virtual), pude me

atualizar em relação ao tema, entrando em contato com mais materiais e

assuntos que surgiram no intervalo de dois anos entre as edições”, conta a

doutoranda.


“Em ambas as edições, o curso abordou de forma completa tudo o que

se propôs a apresentar, e posso dizer que a edição virtual não deixou a

desejar em relação à edição presencial. Portanto, acredito que o

desenvolvimento do meu projeto de doutorado não teria sido o mesmo sem

minhas participações no Curso de Tecnologia Pós-Colheita da Embrapa

Instrumentação”, acrescenta Mirella Bertolo.


Formato extrapola fronteiras


Disponibilizado em módulos sobre Rastreabilidade, Colheita,

Beneficiamento, Nanotecnologia na pós-colheita, Análise não destrutiva da

qualidade e Produtos Minimamente Processados (PMPs), o curso já chegou

a 1254 municípios brasileiros (22,5%) de todos os estados, com destaque

para São Paulo – 13,4% das inscrições, Bahia - 11,7% e Minas Gerais-

10,3%.


O formato virtual também já contemplou 30 participantes de 11 países

(Angola, Equador, Paraguai, Moçambique, Peru, Argentina, Cabo Verde,

Portugal, Honduras, Colômbia e Uruguai), que acessaram o endereço

https://www.embrapa.br/e-campo/tecnologia-pos-colheita-em-frutas-e-

hortaliças.


O curso tem a contribuição de 45 conteudistas e instrutores (oito

Centros de Pesquisa da Embrapa e instituições públicas e privadas), que

ajudaram a produzir seis apostilas, num total de 395 páginas (podem ser

salvas em PDF para leitura posterior ou impressão), dez vídeos de práticas

em laboratório; duas visitas técnicas virtuais; nove podcasts; dez infográficos;

15 animações gráficas (whiteboards), além de 46 videoaulas.


Atualização profissional


Para o engenheiro agrônomo Marcelo José Vieira, supervisor de

controle de qualidade numa empresa de frutas, que encontrou a capacitação

da Embrapa ao buscar informações sobre nanotecnologia, “a organização do

curso em módulos independentes permitiu que eu orientasse os estudos de

acordo com meus interesses prioritários. O formato virtual com aulas

gravadas facilitou a organização do tempo”.


Na visão dele, “além da importância e atualidade dos temas abordados

(nanotecnologia e rastreabilidade, por exemplo), destaca-se no curso o

conhecimento e experiência dos instrutores, a linguagem simples associada a

exemplos práticos, a qualidade audiovisual e o material de apoio (apostila em

formato PDF). Informação gratuita, de alta qualidade e acessível a todos. Eu

recomendo!”


Média superada


A analista da Gerência Geral de Parcerias da Embrapa (Brasília – DF)

Aline Branquinho Silva explica que “o formato com certificação modular

representa um impacto positivo, a ser estendido para outras capacitações, já


que o percentual de conclusão é sempre superior a 50%, relativamente maior

do que a média de 40% dos demais cursos do e-Campo (plataforma na qual

são disponibilizadas as capacitações virtuais)”.


“É natural que nos primeiros meses de lançamento as capacitações

on-line tenham um boom de inscrições e que esse número vá diminuindo ao

longo dos anos. Ainda sim, é notável que o curso de pós-colheita - mesmo

após um ano - tenha uma média de 300 inscritos por mês. Um desafio para

2023 é aumentar a participação de profissionais da assistência técnica e

extensão rural e de produtores”, explica a pedagoga.


Novos módulos


E é em função dos próximos desafios que o pesquisador e

coordenador do curso, Marcos David Ferreira, já articula novidades para o

ano que vem, entre as quais, a criação de novos módulos virtuais sobre o uso

racional e seguro da água e também sobre perdas e desperdícios de

alimentos, bem como ações presenciais em eventos ligados ao tema.

“Tivemos o apoio de emenda parlamentar do deputado federal Vitor

Lippi (PSDB – SP), que nos ajudou a saltar de 100 participantes na edição

presencial em 2019 para quase 6 mil até agora, contribuindo com um setor

carente de informações e tecnologias. Agora, com um novo apoio financeiro,

além de manter a 7ª edição disponível, esperamos levar novos conteúdo na

8ª edição, também de forma gratuita, para que a tecnologia represente uma

mudança de paradigma para as pessoas participantes do curso”, finaliza o

pesquisador.

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