Estrelas responsáveis

 



Luiz Henrique Miranda*

Como disse Raul:

"Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês”...

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...”

Complementa 1ª estrofe do soneto de Olavo Bilac, de 1888.

Em 2022, após o drama mundial decorrente das novas cepas virais, vencidas graças ao sucesso científico, acelerado por soluções tecnológicas a serviço da vida, vivenciamos a matança entre seres humanos, praticada em forma de operação militar, especialmente anacrônica. Fatos que contrastam com o potencial desenvolvimento sustentável propiciado pela Internet das Coisas conectadas ao Big Data, por meio da Inteligência Artificial. Mais eficiente e, cada vez mais, eficazes, máquinas que aprendem aprender tornam viável avançarmos rumo à não violência.

Agenda 2030? Sejamos pragmáticos. Não é honesto transferir responsabilidades por gerações. Nem há razão para isso. O conhecimento acumulado com a cultura digital, apoiada ao que tem sido chamado de Era Digital, oferece soluções sustentáveis para todas as dores humanas. Na prática, a espécie, gregária, que vivenciou individualismo, consumismo, ganância e técnicas de neuromarketing, pode sim superar os percalços éticos decorrentes da Revolução Industrial.

Atuar em redes colaborativas é a regra vigente. As técnicas e ferramentas de gestão favorecem empreender com segurança e suporte acessível. O demônio só habita o comportamento e cria rótulos discriminatórios quando a pobre alma é rejeitada. Do contrário, toda criança que nasce merece viver de maneira digna, ser amada e cuidada com carinho e responsabilidade coletiva.

Efeitos pandêmicos

O momento reitera verdades que perpassam a história, são perenes, ainda que adaptadas aos contextos que variam segundo a narrativa vigente em cada uma das múltiplas comunidades que compartilham, ou não, o mesmo calendário.

Amizades. São valiosas e superam diferenças de crença, orientação de gênero, raça, idioma, nacionalidade, idade e sejam quais forem os coeficientes numéricos e a parte literal de cada ser humano. Todos somos únicos. Portanto, socialmente valiosos; como, aliás, são todos seres vivos. Economia Colaborativa, Circular, Verde, Sustentável, em todos os seus pilares, revela-se viável para corporações conscientes de seu papel social, em busca da melhor governança ESG.

Somos seres sociais

Foi resgatada a condição gregária da espécie, a interdependência entre médicos e garis; ricos e pobres. Ambos são indispensáveis à saúde de todos e merecem reconhecimento justo para o bem estar da coletividade planetária.

Investir na qualidade de vida do ser humano eleva a régua de ganhos coletivos que decorrem da efetiva valorização de méritos, ancorada no espírito esportivo, olímpico, como algoritmo global.

Processo civilizatório

Os fatos atestam a necessidade urgente de uma nova ordem mundial. Crescem em progressão geométrica investimentos (recursos financeiros) em soluções inovadoras e escaláveis. Moedas virtuais ganham espaço no mercado financeiro. Potências hegemônicas são ameaçadas com a ruptura de convenções e tratados internacionais vigentes.

A luta, pelo poder ser mais poderoso que o seu semelhante, desconsidera que liderança surge de maneira emergencial, a exemplo do ator eleito para a presidência do território estratégico à pretensão insana de quem invade, mata, estupra e pratica toda sorte de atrocidades – aquelas que todo nós estamos cansados de ver na rotina do dia-a-dia dos povos em desenvolvimento.

Famílias sem teto e oportunidade de trabalho precisam ser urgentemente assistidas, com igual motivação europeia, mas sem discriminações. O multiculturalismo favorece soluções globais. A globalização econômica é irreversível com a expansão da conectividade – esteio da realidade, cada vez mais virtual, globalmente baseada no crédito.

Nova Moeda

Há de surgir nova moeda lastreada no aprendizado civilizatório, ancorada no conhecimento científico. Capaz de alicerçar a superação do “Admirado gado novo”, descrito por Zé Ramalho, sem os limites impostos por ideologias que professam e praticam a luta de classes.

Alinhada ao propósito ESG de corporações produtivas, idôneas; já que transparentes na gestão dos recursos empregados e dos retornos proporcionados aos investidores, o inovador meio de pagamento permitirá que todos os habitantes do planeta tenham efetiva qualidade de vida.

Uma hora de aprendizado de cada colaborador passaria valer uma unidade da nova moeda – a qual corresponderia ao valor de uma unidade de qualquer outro tipo de moeda existente. Uma nova moeda, isenta da variação cambial, valeria um dólar, um euro, um renmimbi, um peso ou um seja lá qual for a criptomoeda. Amparada pela segurança da tecnologia distributed ledger technology (DLT), a nova moeda seria amplamente utilizada para estimular a indústria criativa, voltada ao ESG, inclusiva, de acesso universal, sob inspiração poética do “Descobridor dos sete mares”, saudoso síndico Tim Maia.

"Uma lua me ilumina
Com a clareza e o brilho do cristal
Transando as cores desta vida
Vou colorindo a alegria de chegar”...

Enfim, a nova moeda, validada pela Organização Mundial do Turismo e do Trabalho, motivaria o livre trânsito de pessoas e mercadorias em viagens a lazer, negócios e de intercâmbio. Gerar o emprego de múltiplos talentos coletivos com identidade de origem.

*Luiz Henrique Miranda tem formação em Sociologia (PUC-SP) e graduação em Jornalismo (Anhembi-Morumbi); é fundador e CEO da Agência Amigo – Comunicação Integrada

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