Criptomoedas em queda: cenário de tensão entre Rússia e Ucrânia aumenta



 

 

Nos últimos dias, o mercado de criptomoedas tem sofrido quedas e pouco volume nos negócios. Na terça-feira, o bitcoin chegou a ser negociado a US$ 36.484. No mesmo dia, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um pacote de sanções contra a Rússia e informou que as sanções inicialmente afetam o banco VEB e o banco militar russo, cortando seu acesso a financiamento ocidental. A partir desta quarta, haverá também sanções financeiras contra a elite russa e seus familiares.

 

De acordo com Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, o aumentod e tensão e a possibilidade de uma guerra entre Ucrânia e Rússia tem deixado o volume de negócios pequeno: "Há poucas pessoas transacionando porque está todo mundo esperando as próximas movimentações". E, no caso de o conflito armado se concretizar, todos os mercados deverão sofrer um forte impacto negativo, inclusive o de criptoativos. Por outro lado, se as tensões forem diminuindo, segundo ele, o movimento de recuperação deve ser rápido.

 

Como o preço de cripto é elástico, tende a se recuperar de forma mais rápida que outros mercados. A principal zona de desafio está em US$ 50 mil. Agora, nos US$ 37 mil, é momento de fazer aportes parciais. A zona de apoio mais importante é em torno de US$ 30 mil, excelente região de compra”, afirma.

 

De acordo com Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, o reconhecimento do presidente russo, Vladimir Putin, em relação à independência de duas regiões separatistas na Ucrânia e a fala em relação ao envio de tropas para manutenção de paz nas regiões aumentou ainda mais as tensões. "Obviamente temos uma escala de tensão forte porque abre porta para uma invasão russa e a discussão é se acontecerá no país inteiro ou não. Os separatistas, muito embora estejam em uma região pequena no leste da Ucrânia, dizem que têm direitos a uma região muito mais ampla que eles não têm posse nesse momento. Se a Rússia comprar esse discurso, teoricamente eles teriam que invadir o resto desse país e isso coloca em risco, por exemplo, a distribuição de gás", diz.

 

Outro fator que impacta na queda das criptos, segundo Andrey, é a inflação nos EUA, que bateu 7,5% na máxima histórica colocando pressão para que o Banco Central suba juros de forma mais acelerada. Inclusive, o banco JP Morgan anunciou em nota publicada que seus economistas preveem que o FED aumentará taxas em 0,25% em cada reunião do FOMC até março de 2023.

 

Segundo Felipe Veloso, economista e fundador da Cripto Mestre, no curto prazo a possibilidade de um conflito poderia causar ansiedade nos investidores, favorecendo investimentos mais líquidos.

 

"Para criptomoedas, um conflito na Ucrânia seria a mais provável forma de mudar a tendência de queda desse ano e fazer as criptos explodirem no curto prazo. Por exemplo, quando o governo americano anunciou oficialmente a pandemia e os lockdowns, o bitcoin caiu bastante e chegou perto dos US$ 3 mil dólares, porém, essa mesma pandemia fez com o governo injetasse muito dinheiro na economia e diminuísse a taxa de juros, causando a explosão das criptos. Ou seja, no curto prazo essa guerra faria os preços desabarem, mas no médio prazo explodirem", diz.

 

Nesse momento de volatilidade, Andrey recomenda cuidados, principalmente, com as altcoins. "Em cenários de tensão, as pessoas tiram do risco e buscam ativos mais seguros. Nesse momento, altcoins vão continuar caindo cada vez mais. Por isso, é preciso muita cautela".

 


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