EM JANEIRO, O SESCTV APRESENTA EPISÓDIOS INÉDITOS SOBRE O TRABALHO DE ARTISTAS VISUAIS BRASILEIROS

 

 

Produção dirigida por Helena Bagnoli e Henk Nieman faz um mapeamento dos artistas contemporâneos, entre negros, indígenas e trans como protagonistas

 

Desde o mês de agosto deste ano, o SescTV exibe o Artérias, uma programação especial dedicada às artes visuais brasileira, com uma série inédita de 26 episódios com artistas de várias gerações e regiões do país apresentando suas inquietações e obras. A produção revela os rumos da arte contemporânea e a força dessas manifestações de origem nas raízes mais profundas do Brasil.

Em janeiro, sempre às sextas-feiras, às 20h30, o SescTV exibe na TV um episódio novo da série Artérias, que fica no ar até fevereiro de 2022. No site, em sesctv.org.br, é possível encarar a maratona da série com todos os episódios de uma só vez.

Sonia GomesNei XakriabáArissana Pataxó Maxwell Alexandre são os artistas que se destacam em janeiro de 2022:

Sonia Gomes 7/1 - Os bordados que aparecem em seu trabalho são apropriações como forma de resgatar esse imaginário. Segundo a artista, ela se apropria de bordados, botões, tecidos e retalhos que as pessoas não têm coragem de se desfazer.  As partir de  objetos que ela ganha surgem obras de arte. Sonia recebeu um vestido de noiva de seda e dele surgiu a escultura Maria dos Anjos. A artista ressalta que as histórias das pessoas estão vivas nos seus trabalhos.  No episódio a artista fala sobre seus trabalhos em série, a respeito do crescimento da demanda em galerias do exterior.

Nei Xakriabá 14/1  - O artista ceramista e professor indígena compartilha o processo de criação das peças lembrando que este conhecimento pertence a seu povo em uma série cujo protagonismo é de afro-brasileiros, indígenas e LGBTQI+. Através de  cursos Nei foi pesquisando, aprendendo e passando aos alunos os fazeres que envolvem a cerâmica xacriabá. Ele resgatou o processo tradicional da queima da cerâmica aprendido por seus ancestrais. Nas tampas dos potes, por exemplo, o artista faz figuras de animais locais, que aprendeu com a mãe, dando mais valor às peças. O ceramista também fala de técnicas que usam cacos e emendas, formando uma peça quase finalizada.

Arissana Pataxó 21/1. A artista visual se autodefine também como professora, mãe, esposa e filha. Ela dá aula na Terra Indígena Coroa Vermelha, na Bahia, e trabalha com variadas técnicas, entre elas, a pintura, gravura, fotografia, desenho com carvão, aquarela e lápis. Arissana começou a pintar em tela em uma feira de artesanato aos 18 anos. Cursou graduação em Artes na UFBA e sua primeira exposição foi em 2017 no Museu de Arqueologia e Etnologia da universidade. A pesquisa de Mestrado de Arissana foi sobre os adereços e adornos usados pelo povo Pataxó. Foi a maneira que ela encontrou para contribuir com seu povo.

Maxwell Alexandre 28/1 – O programa traz a trajetória do artista visual negro, que vive e trabalha na favela da Rocinha (RJ) e tem exposições consagradas pelo mundo. Maxwell foi criado em berço evangélico e serviu o exército brasileiro. Foi patinador profissional de street dance durante 18 anos. Ao chegar à universidade percebeu que sua formação e discurso evangélico não eram bem aceitos e, ao contrário, suas criações artísticas o colocavam num patamar diferenciado. A fé e a reverencia a figura dos artistas são códigos manipulados por Maxwell em sua arte, adaptando-a ao ambiente onde se encontra. Ele criou a ideia da igreja da arte e sua obra.

Artérias reúne 26 minidocumentários sobre artistas visuais de várias gerações e regiões do Brasil que trabalham com suportes e motivações igualmente diversas. Em cada episódio, de cerca de 13 minutos de duração, um artista é retratado, entre afro-brasileiros, indígenas e LGBTQI+ como protagonistas.

Sob direção de Helena Bagnoli e Henk Nieman, Artérias faz um mapeamento inicial destas produções. “Esse recorte é importante para começarmos a desconstruir as dinâmicas nascidas com as hierarquias coloniais e seguidas por séculos por museus, galerias e instituições de arte onde prevaleceu um racismo declarado e uma visão modernista eurocêntrica. Trabalhar com um  grupo de artistas, que estiveram à margem do sistema oficial de artes por muitos anos, é criar um espaço para que eles possam manifestar sua própria voz”, afirma Helena Bagnoli.

A escolha dos artistas leva em consideração os nomes que propõem uma renovação da linguagem. “É um mapeamento inicial de artistas negros, indígenas e trans, resultado das reflexões que se impõem no campo da cultura, com o objetivo de contribuir para neutralizar abordagens etnocêntricas e estereotipadas”, destaca a diretora.

Os episódios intercalam depoimentos com imagens das obras, suas interações com as cidades e o seu entorno. Um diálogo com as tradições e a modernidade. Bagnoli revela que as narrativas dos programas foram pensadas a partir do artista na sua intimidade. “A arte contemporânea só pode ser, de fato, apreciada se você conseguir entender qual a motivação de quem está criando. Então, nosso propósito foi decifrar o trabalho desses criadores, mostrar suas inquietações, o contexto em que atuam. Para isso, partimos dos locais de trabalho dessas pessoas - que nem sempre eram ateliês, pois muitos deles trabalham em suas próprias casas, na aldeia, na rua. E ali, nos seus espaços, além de ouvi-los, a ideia era sentir e perceber o que não é dito, para poder apresentar um documento real, que de fato desvende o universo do artista sem artifícios”, completa.

Artistas da série: Agrippina; Aline Motta; Arissana Pataxó; Ciber_Org; Criola; Daiara Tukano; Dalton Paula; Denílson Baniwa; Edgar Kanaikõ; Emanoel Araújo; Eneida Sanches; Eusáquio Neves; Flávio Cerqueira; Irmãs Brasil; Isael e Sueli; Jaider Esbell; Lyz Parayzo; Maxwell Alexandre; NeiXa kriabá; Paulo Nazareth; Raylander; Renata Felinto; Rosana Paulino; Sonia Gomes; Tiago Gualberto; Yacunã Tuxá.

 

Sobre o SescTV

O SescTV é um canal de difusão cultural do Sesc em São Paulo, distribuído gratuitamente, que tem como missão ampliar a ação do Sesc para todo o Brasil. Sua programação é constituída por espetáculos, documentários, filmes e entrevistas. As atrações apresentam shows gravados ao vivo com variadas expressões da música e da dança contemporânea. Documentários sobre artes visuais, teatro e sociedade abordam nomes, fatos e ideias da cultura brasileira em conexão com temas universais. Ciclos temáticos de filmes e programas de entrevistas sobre literatura, cinema e outras linguagens artísticas também estão presentes na programação.

 

Serviço:

Artérias - Toda sexta-feira, em janeiro, às 20h30.

Sonia Gomes. 7/1.

Nei Xakriabá. 14/1.

Arissana Pataxó.  21/1.

Maxwell Alexandre. 28/1.

Direção: Helena Bagnoli .

Direção de arte: Henk Nieman.

Classificação Indicativa: Livre

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