Os segredos de Buenos Aires agora estão acessíveis


Túneis antigos, bastidores de ópera e bares escondidos no subterrâneo, os mistérios de Buenos Aires também estão reabrindo para os visitantes




Fabrica Colón / Divulgação Colón


Victoria Brown Bar / Divulgação Turismo Buenos Aires





Com a reabertura ao turismo, Buenos Aires atrai muita gente que busca visitar a Casa Rosada, provar as parrillas de Puerto Madero e apreciar a dança nas famosas casas de tango. Mas também há os viajantes que procuram o lado oculto da cidade. Para estes, também há boas notícias: depois da quarentena, tudo está reabrindo, de túneis subterrâneos seculares a bares secretos que só aceitam poucos visitantes.

Um dos segredos mais procurados em Buenos Aires são os disputados bares ao estilo speakeasy. Para quem não sabe do que se trata, são bares que funcionam como os estabelecimentos clandestinos dos Estados Unidos na época da Lei Seca: ficam escondidos, não possuem placa, não fazem publicidade e para entrar é preciso dar uma senha. São lugares exclusivos, com drinques de primeira linha e público idem. Como aqui não há proibição, a dificuldade de entrar fica por conta de ter a senha, tornar-se sócio ou fazer uma refeição em um outro lugar, onde lhe fornecem a palavra-chave. No Nicky Harrison Speakeasy, por exemplo, só entra quem janta no Nicky NY Sushi -- que exige reserva -- e depois pede discretamente para “visitar a adega”. A Floreria Atlântico, que teve seu bartender eleito como o melhor do mundo, fica escondida atrás de uma loja que vende livros, vinis e arranjos de flores. O Victoria Brown, na rua Costa Rica, é uma cafetaria durante o dia, mas à noite, atrás de uma porta de tijolos, dá passagem para um elegantíssimo bar de estilo neo-vitoriano. Outro dos mais bem cotados é o Frank, em Palermo Viejo. Para entrar, você precisa da senha da semana, publicada nas redes sociais do bar.


Para quem se interessa mais pela história e os mistérios do que pela balada e os drinques, também há novidades. Na Manzana de Las Luces, uma das regiões históricas mais importantes da capital argentina, pode-se iniciar uma viagem no tempo. Ali, na Igreja de San Ignacio de Loyola, acaba de ser liberada uma visita guiada por túneis seculares que passam por baixo das principais construções jesuíticas da cidade. Ao longo da história, eles foram usados não somente para defesa e esconderijo, mas também para reuniões secretas e mesmo para contrabando. Os túneis, que ficam a profundidades entre três e seis metros, resistiram de maneira impressionante à passagem do tempo. A maioria das pessoas até recentemente julgava que se tratavam de lenda urbana. Até que, durante a realização de obras urbanas, eles foram sendo descobertos. O projeto de restauração dos túneis foi iniciado há quinze anos, a pedido do Papa Francisco, quando ele ainda era Arcebispo na cidade de Buenos Aires, e finalmente foi aberto ao público no final de novembro.


Ainda no mundo da cultura, outra visita imperdível é para conhecer os bastidores das produções do Teatro Colón, um dos cinco principais teatros de ópera do mundo. Agora é possível visitar, no bairro de La Boca, o Colón Fabrica, uma ambiente onde são exibidos cenários, mecanismos e mais de uma centena de figurinos de produções como La Bohéme, Rigoletto, Turandot e Um Bonde Chamado Desejo, entre outros. Por fim, Outro segredo bem guardado da cidade é Campanopolis, um conjunto arquitetônico construído nos anos 80 pelo milionário Antonio Campana. A meia hora de carro de Buenos Aires, é uma recriação em estilo cinematográfico de uma aldeia medieval, feita quase totalmente de materiais reciclados. Além de ser utilizada para eventos e para passeios de um dia, piqueniques e muitas selfies, Campanopolis também foi usada como cenário para gravações de videoclipes, programas do History Channel e Oh My Disney, e mesmo da série Chiquititas.

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