Mindset Ventures ultrapassa a marca de R$ 25 milhões investidos em fintechs


Primeiro unicórnio da gestora é uma startup financeira americana fundada
por brasileiros; ​Brex atualmente está avaliada em mais de US$ 7 bilhões


São Paulo, dezembro de 2021 - O mercado de fintechs vive um momento de grande expansão e nem mesmo a pandemia foi capaz de impactá-lo de forma significativa. De acordo com informações do Pulse of Fintech, relatório semestral da KPMG sobre tendências de investimento, as alocações de capital de fundos de venture capital em empresas desse segmento registraram US$ 52,3 bilhões no primeiro semestre deste ano, mais que dobrando os US$ 22,5 bilhões alcançados nos últimos seis meses de 2020.

Neste contexto de crescimento, a Mindset Ventures, gestora de venture capital que conecta investidores a empresas de tecnologia em estágio inicial localizadas nos Estados Unidos e em Israel, bateu a marca de R$ 25 milhões investidos em startups financeiras. Desta forma, os fundos da Mindset têm exposição média de 15% ao setor. Além das características em comum, que a gestora analisa antes de efetuar o investimento em empresas de qualquer segmento, quando se trata do mercado financeiro, há particularidades que podem definir a decisão de investimento.

"Tratando-se do setor financeiro, especificamente de crédito, o tamanho do mercado é ainda mais relevante que em outros setores, pois as fintechs em geral trabalham com margens relativamente reduzidas dentro das transações executadas. Ou seja, o mercado precisa ser muito substancial para que a receita originada seja interessante", explica Daniel Ibri, sócio executivo da Mindset Ventures.

Além do tamanho do mercado e do volume total transacionado dentro da plataforma, o executivo ressalta, ainda, a importância da taxa de inadimplência na análise de parte das startups do ramo financeiro, bem como os mecanismos utilizados para contê-la. Por outro lado, muitas das fintechs analisadas pela gestora oferecem a seus clientes serviços de grande valor sem necessariamente terem sua receita totalmente atrelada a rebates. Neste sentido, as métricas utilizadas durante a diligência, por vezes, se aproximam das utilizadas para se avaliar um escopo mais amplo de startups de outros setores.

O modelo de negócio é outra questão crucial. As startups financeiras em geral precisam apresentar boa escalabilidade para que possam crescer significativamente em curto espaço de tempo. Nesses casos, a estratégia de marketing da atuação da empresa é, por vezes, tão importante quanto a solução empregada. "​Escalabilidade é o maior desafio para as fintechs, dado que é um mercado que exige que a empresa cresça muito em pouco tempo, sob o risco de perder espaço para seus concorrentes", explica. Segundo o executivo, esse desafio pode ser superado com estratégia de vendas sólida e bem executada, o que envolve a criação de campanha de comunicação que consiga dialogar diretamente com o público-alvo da empresa, ao invés de abordar um público maior sem direcionamento incisivo.

O impacto da crise global instaurada pela pandemia no setor de fintechs foi diferente do que muitos inicialmente imaginavam. O mercado de venture capital, por exemplo, foi beneficiado em muitos aspectos por este contexto, dado o impulsionamento na utilização de tecnologia durante este período. É neste momento de maior adesão a soluções tecnológicas que as startups financeiras se destacam e se multiplicam.

No primeiro momento, muitas startups dos mais variados segmentos naturalmente sofreram com os desafios impostos pela pandemia. Entretanto, Ibri destaca que crises, no geral, são seguidas de momentos de grande euforia, principalmente no mercado de venture capital, quando diversas empresas surgem a fim de solucionar os problemas salientados durante o período de instabilidade, momento este em que milhares de fintechs ganharam destaque em todo o mundo.


Setor de fintechs no Brasil

A Mindset Ventures ​percebe aumento no número de empresas estrangeiras deste segmento com intenção de expandir seus negócios para o Brasil. Como mostra o estudo "2021 Global Fintech Rankings", da Findexable em parceria com a Mambu, o País é um dos grandes ecossistemas de fintechs do mundo e, atualmente, ocupa a primeira posição da América Latina.

Ibri ressalta a alta adesão do brasileiro à tecnologia. Hoje, o Brasil já conta com 2,1 dispositivos digitais por habitante, segundo a FGV, o que viabiliza enormemente o teste de diversos tipos de tecnologias no país, uma vez que a adoção em larga escala pode ocorrer de forma rápida, diferentemente de outros países. "O Brasil é um ótimo campo de provas, muitas empresas vêm testar seus produtos aqui antes de expandirem para outros locais, como foi o caso do Waze, que otimizou seu produto no Brasil antes de começar a atuar nos Estados Unidos", exemplifica.

Segundo o executivo, o mercado financeiro brasileiro é um dos mais sofisticados e sólidos do mundo, muito em função das diversas adaptações empregadas nos momentos de descontrole inflacionário, décadas atrás. Aliado a isso, o país também conta com um ambiente financeiro tecnológico e regulatório bem desenvolvido e consolidado para novas empresas no setor, além de uma concorrência relativamente baixa e extremamente concentrada, com apenas cinco bancos dividindo a maior parcela do mercado e 21% de toda a população ainda praticamente desbancarizada. Essa realidade possibilita às fintechs testarem seu produto em larga escala com certa tranquilidade e, uma vez que sua solução já esteja consolidada, expandirem para outras regiões mais disputadas por concorrentes, como a América do Norte e alguns países europeus.


Principais fintechs do portfólio

Entre as principais fintechs do portfólio da Mindset Ventures, figura a ​Brex, empresa americana fundada por brasileiros que fornece ​cartões de crédito e contas bancárias corporativas para startups. É o primeiro unicórnio da gestora, atualmente avaliada em mais de US$ 7 bilhões.

Com operação já presente no Brasil, a israelense PayKey desenvolveu um teclado virtual que possibilita aos usuários fazerem transações financeiras de forma simples por meio do teclado do celular, aberto a partir de qualquer aplicativo. A empresa já se encontra em processo de expansão local com o suporte da Mindset, pioneira em auxiliar as startups investidas na expansão de seus negócios no País.

Já a americana PayJoy desenvolveu um software que bloqueia smartphones caso o comprador se torne inadimplente, voltando a desbloqueá-lo após regularização do pagamento em atraso. A empresa já possui um executivo no Brasil e está prestes a lançar sua solução no mercado nacional, em versão otimizada.

A Future Family, outra fintech americana, também merece destaque. A empresa foi criada para financiar tratamentos de fertilização in vitro e congelamento de óvulos, tradicionalmente pagos à vista e cujos valores são proibitivos para grande parte da sociedade. Com a população tendendo a ter filhos em idade cada vez mais avançada, a Future Family surgiu para ajudar a solucionar um problema que atinge não apenas os EUA, mas o mundo como um todo, inclusive o Brasil.


Sobre a Mindset Ventures
Fundada em 2016, a Mindset Ventures é uma gestora de venture capital que conecta investidores renomados a empresas de tecnologia em estágio inicial localizadas nos Estados Unidos e em Israel, principalmente aquelas com potencial de expansão para o Brasil. Em cinco anos, o Fundo já investiu em mais de 50 startups, principalmente dos segmentos de saúde, softwares corporativos, fintech, agronegócios e segurança cibernética, das quais ao menos dez já atuam no país. A Mindset Ventures também recebeu prêmios em Israel nos anos de 2017 e 2018, na categoria de Fundos de Venture Capital mais ativos e reconhecimento pela Chambers como um dos melhores fundos de Fintech de Israel.





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