CNC: confiança do comerciante cai pela segunda vez após período de altas
Apesar da queda, indicador permanece na zona de satisfação pela quarta vez seguida
As vendas do Dia das Crianças não foram suficientes para retomar a confiança do empresário. Após um período de fortes altas, entre junho e agosto, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou a segunda queda seguida. Ainda assim, a retração de 3,1% fez com que o indicador batesse 119,3 pontos, permanecendo na zona de satisfação (acima dos 100 pontos).
Na comparação com outubro de 2020, o índice registrou aumento de 15,6% o que, para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, no geral, mostra que os resultados negativos recentes não anularam o otimismo gerado este ano. No entanto, Tadros observa que, depois de resultados positivos, a tendência de baixa iniciada em setembro ressalta a menor confiança em relação à conjuntura no País.
"Entre os fatores que provavelmente constituíram a taxa do Icec em outubro, é possível considerar a inflação gerada no processo de recuperação das economias desde o ano passado; o destravamento das medidas contra a covid-19; os efeitos do câmbio, das commodities e da escassez de chuvas", avalia o presidente da CNC.
Componentes também retraem, apontando enfraquecimento do índice
Todos os componentes do Icec apresentaram retração - Condições Atuais (-4,5%), Expectativas (-3,1%) e Intenção de Investimentos (-2,0%) -, fenômeno que aconteceu pela última vez em abril deste ano, quando o índice despencou 6,4%.
Com a maior variação entre os componentes, Condições Atuais da Economia apresentou queda de 9,0%, o que na percepção do economista da CNC, Antonio Everton, é reflexo das principais queixas e evidência das condições macroeconômicas desfavoráveis para os empresários.
"A possibilidade do encerramento da transferência do auxílio emergencial, o aumento do endividamento das famílias e a alta dos custos são apenas alguns dos fatores que podemos listar. O cenário atual é de aumento de preços, ocasionando desequilíbrios entre oferta e demanda e pressões para formação de preços maiores, complicando a decisão dos preços finais ", observa o economista da CNC.
Com a retração de 3,1%, o subíndice Condições Atuais acabou situando-se na zona neutra, exatamente com 100 pontos, apontando relativa indiferença. Já o subíndice Intenções de Investimento mostrou cenário semelhante, registrando 105,3 pontos, enquanto o de Expectativas do Empresário do Comércio se destacou com 152,4 pontos, sugerindo otimismo no fim do ano.
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