Vivemos uma época em que as empresas lidam não apenas com soluções comuns, como produtos e serviços, mas com a filosofia da marca. Nesse cenário, ter uma cultura organizacional é cada vez mais indispensável.
De fato, as antigas noções de Missão, Visão e Valores já não são suficientes para nortear um negócio que queira ter um time realmente engajado e envolvido com o futuro da marca. Daí essa noção de cultura organizacional ou “cultura corporativa”.
Por exemplo, uma empresa de fabricacao de peca agricolas que queira se destacar pode recorrer a esse tipo de medida. Lembrando que hoje a concorrência e a competitividade também são fatores preocupantes para qualquer segmento.
Ou seja, o mercado está de tal modo saturado de empresas velhas e novas, prestando as mesmas soluções de sempre, que cada diferencial que puder ser agregado a uma marca já tende a ser algo para fazê-la se destacar no meio da multidão.
Além disso, a cultura organizacional, quando bem desenvolvida e bem implementada, vai muito além de um simples diferencial que visa a trazer efeitos comerciais de curto prazo, como vencer a concorrência em uma ou outra negociação.
Na verdade, trata-se de algo muito mais abrangente e que é capaz de trazer resultados não só no curto prazo, mas também no médio e longo prazo. Além de que pode impactar os resultados comerciais e mais objetivos, mas também outros.
Imagine um negócio de alimentacao corporativa com marmitex, que ainda por cima lida com um produto delicado que chega a precisar de vigilância para comprovar sua qualidade, bem como a idoneidade e comprometimento da empresa.
Sem dizer que prestar um serviço para cliente corporativo já é em si mesmo mais exigente, pois esse perfil não costuma cair em gatilhos mentais e decidir subjetivamente, mas sempre objetivamente e de modo racionalizado.
Por essas e outras, a cultura organizacional pode ajudar uma empresa que está nesse nível de exigência para com a clientela e o mercado como um todo. Esse é apenas um exemplo de como ela vai se tornar um diferencial e tanto nas mãos de quem souber usá-la.
Por isso decidimos escrever este artigo, trazendo os conceitos fundamentais da área, além de dicas práticas que qualquer um pode adotar hoje mesmo. O mais bacana é que o conceito de cultura corporativa já evoluiu tanto que pode ajudar qualquer negócio.
Isto é, não há distinção entre tamanhos de empresa, ou mesmo entre segmentos e modelos de negócio. Seja para uma indústria multinacional ou uma loja de saco plástico, os conselhos que seguem sempre vão poder ajudar em algo e fazer a diferença.
Então, se você quer mudar sua empresa de patamar frente à concorrência e perante o seu público-alvo, basta seguir adiante na leitura.
O que é a cultura organizacional?
Do que dissemos acima, já ficou claro que a cultura organizacional é algo mais amplo do que as antigas noções de Missão, Visão e Valores, mas vamos aprofundar esse ponto. De fato, esses três pilares acabam até se banalizando em alguns casos.
Hoje, qualquer empresa pode mandar fazer um site e pedir que alguém preencha esses campos ali, sem nem sequer saber o que está sendo informado ou defendido.
Mas a cultura organizacional precisa ir muito além se quiser impactar o dia a dia de maneira otimizada e positiva. É só pensarmos na noção convencional de “cultura”, como algo estudado pela sociologia e pelas demais ciências.
Trata-se dos valores de um povo que vão desde as convicções mais profundas, como as religiosas e artísticas, até as mais práticas, como a culinária e os esportes.
No caso do universo empresarial não é diferente, pois a cultura vai determinar um norte de longo prazo, que é a missão daquela empresa no mercado, assim como vai determinar o uso de certa linguagem e até mesmo de roupas, ações e da rotina em geral.
Às vezes duas empresas do mesmo segmento podem ter culturas totalmente diferentes. Como duas fábricas da área de alimentação, que fazem amassadeira espiral cozinhas industriais e afins, podendo uma delas ser boa e a outra nem tanto assim para trabalhar.
Um exemplo positivo é o do reconhecimento por um trabalho bem feito, que leva a uma cultura de meritocracia e de valorização do funcionário mais dedicado, estimulando os demais membros da equipe.
Já um caso negativo seria o de um ambiente tóxico e manipulado por algum líder que tem preferências, e que costuma beneficiar seus amigos mais próximos em vez de fazer isso com os colaboradores que realmente produzem e agregam valor.
Nesse sentido, a cultura depende de uma espécie de “iniciação”, por meio da qual os funcionários novos vão compreendendo qual é o norte daquela corporação.
Isso tudo também já deixa explícita sua função de otimização do dia a dia. Quer dizer, seu papel como provedor de hábitos, valores e processos que lidam com a rotina mais prática que pode haver, conforme ficará mais claro adiante.
Sobre suas principais características
Um ponto fundamental dessa pauta é falar em cultura organizacional ou corporativa em termos de medidas práticas. De fato, existe até um certo preconceito de algumas pessoas que consideram que esse tipo de cultura não passa de dispersão.
Geralmente, isso ocorre por conta de maus exemplos, que criam valores culturais e até filosóficos para uma marca que nunca se realizam na prática.
Isso, que chega a se aproximar da hipocrisia, pode fazer alguns pensarem que toda cultura organizacional seja uma “falsidade”, mas tal juízo não passa de uma generalização.
Por isso, um conselho bacana é definir, depois da cultura da empresa, os “mandamentos” daquela corporação. Imagine uma oficina de alinhamento e balanceamento de rodas que queira expandir, ela pode trabalhar isso de vários modos.
Um passo fundamental, para não perder o controle e a qualidade, seria definir mais ou menos os “Dez Mandamentos” do local. Isso tende a assumir características práticas e diversificadas de otimização, tais como:
- Meta de ser o melhor da área;
- Propostas de inovação constante;
- Valorização da estabilidade;
- Orientação para pessoas;
- Qualidade de vida dos colaboradores;
- Maior atenção aos detalhes;
- Orientação para resultados;
- Meritocracia e reconhecimento;
- Respeito pelo meio ambiente.
Enfim, são valores assim que definem a prática mais imediata e eficiente de uma cultura organizacional, evitando que tudo não passe de palavras bonitas que nunca saem do papel.
Também são orientações e aplicações assim que vão tirar da cultura organizacional o que ela pode dar de melhor, embora essa realmente seja a parte mais difícil.
Uma boa divisão em três níveis
Como vimos, há várias maneiras de lutar para que uma cultura organizacional se concretize no dia a dia, trazendo uma boa otimização da rotina e gerando resultados práticos.
Outra regra de ouro que pode ser aplicada é uma célebre divisão da cultura corporativa em três níveis de concepção, o que ajuda a sair da mera teoria.
No primeiro nível de todos estão os valores e pressupostos, que é aquilo em que as pessoas devem acreditar, que geralmente nasce na fundação da marca, mas que também pode vir depois, como uma implementação de melhorias.
Por exemplo, uma empresa de cancelas para condominios pode decidir, a qualquer momento, que precisa redefinir sua filosofia de trabalho, por meio de uma identidade verbal e visual nova. Isso pode ser um modo de afirmar os pressupostos.
Depois vêm os valores compartilhados, que já não dependem tanto dos sócios e fundadores, mas sim de diretores, executivos, tutores e líderes em geral.
Aqui é fundamental que esses líderes saibam dar o exemplo e encarnar os pressupostos e valores da marca.
Por fim, estabelecer muito claramente o que podemos chamar de “artefatos”. Segundo essa metodologia, os artefatos nada mais são do que as características mais visíveis e notórias de uma corporação
Adiante falaremos mais sobre eles, mas conceitualmente trata-se daquilo que pode encarar e dar vida à cultura, o que vai desde os uniformes e protocolos de comunicação com o cliente, até reuniões e símbolos como o próprio produto da empresa.
Reuniões e técnica de dissociação
Se o produto final de uma empresa pode ser um artefato que dá vida e cores à cultura, o que dizer sobre as reuniões de equipes?
Pois é, trata-se de uma das frentes mais tradicionais no sentido de alinhar pessoas, dividir expectativas e compartilhar os sonhos de cada um.
A verdade é que toda empresa é composta por pessoas e depende delas para crescer. Então, o líder precisa entender que se o produto ou serviço tem a ver com roupas ou com porta adesivo em acrilico para loja, isso não muda tanto em termos de gestão.
Claro que falar assim pode parecer um desaforo para com a marca, mas a verdade é que o líder precisa ser capaz de fazer essa dissociação estratégica se quiser compreender o lugar em que o colaborador está, como modo de engajá-lo na otimização do dia a dia.
Considerações finais
Tudo o que dissemos acima deixa bastante claro como é possível que uma cultura organizacional seja fundada com base em valores ao mesmo tempo conceituais e práticos.
Por isso é que esse recurso corporativo tem um alcance tão grande, podendo atender desde lojas e pequenas oficinas de persiana de madeira com fita até grandes indústrias multinacionais.
Finalmente, o mais importante para que a cultura organizacional possa otimizar o dia a dia da empresa e trazer resultados sólidos é compreender os pilares de que tratamos acima.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
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