Festival Bixanagô usa cultura como instrumento de diálogo sobre HIV

Uma parceria do Festival BixaNagô e Unaids promove discussão sobre covid 19 e a população LGBTI+


Desde o início de julho tem ido ao ar pelas redes sociais do Festival BixaNagô uma série de ações que envolvem a mobilização e conscientização em torno da saúde física, mental e sexual da população LGBTI+, abordando informações específicas sobre o estado da pandemia, principalmente em São Paulo, apontando os cuidados e hábitos saudáveis para pessoas vivendo com HIV ou AIDS. E sobretudo, como tem se dado a retirada de medicamentos durante a pandemia, quais os equipamentos de saúde mais acessíveis, considerando distâncias etc.

Mesmo com pandemia e a orientação de quarentena, o Festival inova utilizando as redes sociais para promover de maneira potente e lúdica o debate sobre a realidade presente do HIV e AIDS, agora associada ao covid 19, Marcelo Morais, Diretor do Festival, aponta que “o distanciamento social é uma realidade nesse momento e precisamos pensar em estratégias para que as e temática das ISTs não caiam no esquecimentos, tem uma doença que está com altas taxas de infeção, mas as outras doenças não deixaram de existir”.



Uma dessas ações foi a live show da artista Mulher Pepita, que ocorreu no instagram do Festival, abrindo esse conjunto de atividades que pauta o diálogo e a troca de informações como fundamentais para sobreviver e conviver com HIV & Aids. Um debate que ainda não é tão comum na sociedade, e que contribui para o estigma, discriminação e muitas dúvidas em torno dessas pautas.

Nesse sentido, também tem ocorrido entrevistas com convidados especialistas no assunto e que dialogam diretamente com nosso público sobre o tema, como a Micaela Cyrino, que é artista e traz em seus trabalhos o corpo negro feminino e seus atravessamentos, ativista e militante na saúde da população negra com recorte HIV & Aids. E também com o médico residente em infectologia, Dyemison Pinheiro, que aborda o cuidado com a saúde para a população soropositiva nesse período de pandemia covid 19.


Ambas entrevistas estão disponíveis na íntegra em nosso canal do Youtube Festival Bixanagô ( https://www.youtube.com/channel/UCaJvcffBkfXjuzi7Y2RyQJA )

Além disso, as ações do Festival se propõem a fazer orientações sobre os direitos básicos de assistência social tais como, auxílio emergencial, aposentadoria, sigilo médico e direitos trabalhistas. Uma vez que, a pessoa vivendo com HIV tem o direito de manter em sigilo a sua condição sorológica no ambiente de trabalho. Isso inclui testes de admissão, testes periódicos ou de demissão.

A complexidade do tema se adensa quando surgem outras narrativas que seriam impossíveis de existir em um período de precariedades: a emergência da vida, a relação - ás vezes tensa - com o tratamento antirretroviral, a afetividade e a sexualidade pós-HIV, o dilema entre divulgar ou não o status sorológico etc, “precisamos pensar em um sistema de prevenção combinada, que não seja só pautado na patologização das pessoas, mas em cuidados, que envolvem a alimentação, bem estar, saúde mental. Precisamos humanizar as relações, pensar em longevidade” afirma Morais.



E como é um Festival, não poderia faltar a promoção de shows e entrevistas com especialistas que abordam a temática do HIV e AIDS na atualidade expõe o racismo, a LGBTIfobia e o sexismos como elementos que contribuem para o aprofundamento da epidemia e das desigualdades sociais.

O Festival BixaNagô teve sua primeira edição em 2019, reunindo personalidades da cena LGBTI+, que em três dias de debates, oficinas, shows e intervenções artísticas puderam debater, expor dados e como era esperado, cair na curtição, com shows de artistas da cena independente da noite paulista, como Linn da Quebrada, Rico Dalasan, Danna Lisboa, Alt Niss, entre outras. Em 2020 a programação do evento que acontecerá em dezembro, irá se aprofundar na cultura dos bailes funk, com toda a sua potência e intensidade, além de pensar em formas de conseguir identificar e minimizar os comportamentos de risco que fizeram com que os números de infecção por HIV nas periferias crescesse de forma preocupante nos últimos 5 anos.


As ações serão divulgadas e veiculadas nas redes sociais e no site do Festival BixaNagô. Acompanhe!





Contato: 31-984915756

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